19 de Setembro de 2020

24a semana comum Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Ouvi, Senhor, as preces de vosso servo e do vosso povo eleito: dai a paz àqueles que esperam em vós, para que vossos profetas sejam verdadeiros

(Eclo 36,18).

 

Oração do dia

– Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Cor 15,35-37.42-49

– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 35alguém perguntará? Como ressuscitam os mortos? 36Insensato! O que semeias não nasce sem antes morrer. 37E, quando semeias, não semeias o corpo da planta, que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou de alguma outra planta. 42Pois assim será também a ressurreição dos mortos. Semeia-se em corrupção e ressuscita-se em incorrupção. 43Semeia-se em ignomínia, e ressuscita-se em glória. Semeia-se em fraqueza, e ressuscita-se em vigor. 44Semeia-se um corpo animal, e ressuscita-se um corpo espiritual. Se há um corpo animal, há também um espiritual. 45Por isso está escrito: o primeiro homem, Adão, “foi um ser vivo”. O segundo Adão é um espírito vivificante. 46Veio primeiro não o homem espiritual, mas o homem natural; depois é que veio o homem espiritual. 47O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem vem do céu. 48Como foi o homem terrestre, assim também são as pessoas terrestres; e como é o homem celeste, assim também vão ser as pessoas celestes. 49E como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 56,10.11-12.13-14 (R: 14c)

 

– Na presença do Senhor, andarei na luz da vida!
R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida!

– Meus inimigos haverão de recuar em qualquer dia em que eu vos invocar; tenho certeza: o Senhor está comigo.

R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida!

– Confio em Deus e louvarei sua promessa; é no Senhor que eu confio e nada temo: que poderia contra mim um ser mortal?

R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida!

– Devo cumprir, ó Deus, os votos que vos fiz, e vos oferto um sacrifício de louvor, porque da morte arrancastes minha vida e não deixastes os meus pés escorregarem, para que eu ande na presença do Senhor, na presença do Senhor na luz da vida.

R: Na presença do Senhor, andarei na luz da vida!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes!

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 8,4-15

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 4reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola: 5“O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um”. Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. 9Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. 10Jesus respondeu: “A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam. 11A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto com sua perseverança”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Januário

- por Pe. Alexandre

A história do santo deste dia se entrelaça com a cidade italiana de Nápoles, onde o corpo e sangue de Januário estão guardados. Este santo viveu no fim do século III e se tornara Bispo de Benevento, cidade próxima a Nápoles.

Como cristão estava constantemente se preparando para testemunhar (se preciso com o derramamento do próprio sangue) seu amor ao Senhor, já que naqueles tempos em que a Igreja estava sendo perseguida, não era difícil ser preso, condenado e martirizado pelos inimigos da Verdade.

Na função de Bispo foi zeloso, bondoso e sábio, até ser juntamente com seus diáconos, preso e condenado a virar comida dos leões no anfiteatro da cidade de Pozzuoli (a primeira terra italiana que pisou o apóstolo Paulo a caminho de Roma). Igual ao profeta Daniel e muitos outros, as feras lamberam, mas não avançaram nestes homens protegidos por Jesus. Nesse caso, sob a ordem do terrível imperador Diocleciano (último grande perseguidor), a única solução era a espada manejada pela irracional maldade humana. Foram decapitados. Isto ocorreu no ano 305.

Alguns cristãos, piedosamente, recolheram numa ampola o sangue do Bispo Januário para conservá-lo como preciosa relíquia e seu corpo acabou na Catedral de Nápoles. A partir disso, os napolitanos começaram a venerar o santo como protetor da peste e das erupções do vulcão Vesúvio.

Dentre tantos milagres alcançados pela sua intercessão, talvez o maior se deve ao seu sangue,“aquele guardado na ampola”. Acontece que o sangue é exposto na Catedral, no dia da festa de São Januário e o extraordinário é que há séculos, o sangue, durante uma cerimônia, do estado sólido passa para o estado líquido, mudando de cor, de volume e até seu peso duplica. A multidão edificada se manifesta com gritos, enquanto a ciência, que já provou ser sangue humano, silencia quanto a uma explicação para este fato, esclarecido somente pela fé.

São Januário, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

E dão fruto com sua perseverança… (Lc 8,4-15)

Em geral, os comentaristas da “parábola do semeador” se detêm em fazer a distinção entre a natureza dos “quatro terrenos”, como se o resultado da semeadura fosse mera reação automática, natural, devida simplesmente às qualidades do terreno. Boa terra, muitos frutos; terra ruim, esterilidade.

Até que seria bom, se assim fosse. Se não déssemos fruto, poderíamos justificar-nos por nossa “natureza”: eu sou assim. Pedregoso. Espinhento. Deserto sáfaro. Logo, não teríamos qualquer culpa nem responsabilidade pelo fracasso da colheita. “Afinal, eu não pedi para alguém investir em mim!”

Mas não foi bem isto que Jesus ensinou. Além do “coração reto e bom”, que ouve e acolhe a palavra, o Mestre fala da “perseverança”. E isto não é “natural”. É sobrenatural! Depende do esforço disciplinado de quem decide cooperar com a graça de Deus, com sua Palavra, com a “semente” depositada em nosso coração. Seus frutos exigem tempo, permanência, continuidade.

A perseverança é uma virtude fundamental. O próprio Senhor já nos havia alertado: “Sereis odiados de todos por causa de meu nome; mas aquele que perseverar até o fim, será salvo”. (Mt 10,23.) E ainda: “Diante do progresso crescente da iniquidade, a caridade de muitos se esfriará. Entretanto, aquele que perseverar até o fim será salvo”. (Mt 24,12-13.)

Ao afirmar que “eram muitos os chamados, mas poucos os escolhidos”, o Mestre não pensava em algum tipo de predestinação, com pessoas previamente selecionadas para a perdição eterna. Devia, ao contrário, ter em mente nossa volubilidade em relação às coisas do Reino, nossa inércia em dar continuidade à missão iniciada, a prontidão em desanimar diante dos obstáculos do Mal.

A perseverança, por incrível que pareça, é inseparável da confiança. Em outra parábola (cf. Mc 4,26-29), Jesus fala do homem que lança a semente à terra e, em seguida, dorme. E enquanto ele dorme, a semente brota e cresce. Isto é, feita a sua parte, confia em Deus e a ele se abandona, sabendo que o Reino traz em seu interior um dinamismo que garante seu crescimento. Não precisa, todos os dias, cavar em volta da semente lançada a terra (como fazem as crianças a quem a professora mandou plantar um feijão no potinho de iogurte!), para ver se o grão está brotando.

Todo desanimado é um desconfiado. Por isso não persevera. Não dá fruto…

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