27 de Julho de 2020
17a Semana Comum Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA DA XVII SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).
Oração do dia
– Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Jr 13,1-11
– Leitura do livro do profeta Jeremias: 1Isto disse-me o Senhor: “Vai comprar um cinto de linho e põe-no em torno da cintura, mas não o deixes molhar na água”. 2Comprei o cinto, conforme a ordem do Senhor, e coloquei-o à cintura. 3E a palavra do Senhor dirigiu-se a mim pela segunda vez, dizendo: 4”Toma o cinto que compraste e tens à cintura, levanta-te e vai ao Eufrates, esconde-o lá na fenda de uma pedra”. 5Fui e o escondi perto do Eufrates, conforme mandara o Senhor. 6Ora, ao cabo de muitos dias, disse-me o Senhor: “Levanta-te, vai ao Eufrates, e retira de lá o cinto que te mandei esconder”. 7Fui ao Eufrates, cavei e retirei o cinto do lugar onde o tinha escondido; mas eis que o cinto tinha apodrecido tanto que não servia mais para nada. 8E a palavra do Senhor dirigiu-se a mim, dizendo: 9”Isto diz o Senhor: Assim farei apodrecer a grande soberba de Judá e de Jerusalém; 10este povo perverso, que se recusa a ouvir minhas palavras, convive com a maldade no coração, e vai atrás de deuses estrangeiros, prestando-lhes culto e prostrando-se diante deles será como este cinto que não serve mais para nada. 11Pois assim como o cinto se une à cintura do homem, assim quis eu que toda a casa de Israel e toda a casa de Judá se unissem a mim, diz o Senhor, para ser meu povo, honra do meu nome, louvor e glória. Mas não ouviram”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl (Dt) 32,18-19.20.21 (R: 18a)
– Esqueceram o Deus que os gerou.
R: Esqueceram o Deus que os gerou.
– Da Rocha que te deu à luz te esqueceste, do Deus que te gerou não te lembraste. Vendo isto, o Senhor os desprezou, aborrecido com seus filhos e suas filhas.
R: Esqueceram o Deus que os gerou.
– E disse: Esconderei deles meu rosto e verei, então, o fim que eles terão, pois, tornaram-se um povo pervertido, são filhos que não têm fidelidade.
R: Esqueceram o Deus que os gerou.
– Com deuses falsos provocaram minha ira, com ídolos vazios me irritaram; vou provocá-los por aqueles que nem povo são, através de gente louca hei de irritá-los.
R: Esqueceram o Deus que os gerou.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Deus nos gerou pela Palavra da verdade como as primícias de suas criaturas
(Tg 1,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13, 31-35
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”. 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O Reino dos Céus é como fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”. 34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Clemente
- por Pe. Alexandre
Clemente foi o terceiro sucessor imediato do Apóstolo São Pedro no comando da Igreja em Roma. Santo Irineu escreveu sobre ele no ano 180: “Ele viu os apóstolos e conversou com eles, ouviu a voz da pregação deles e teve a tradição deles diante dos olhos”. Santo Ireneu também nos informa que o Papa Clemente é o autor de uma carta muito importante, que foi escrita pela Igreja de Roma à Igreja da cidade de Corinto.
Irineu viveu em Roma e, como vimos, conviveu com alguns apóstolos. Dentre eles, São João Evangelista, São Filipe, também um dos doze, e São Paulo. Clemente foi um dos colaboradores de são Filipe. Ele foi também discípulo de São Paulo. Paulo até cita o nome de Clemente na carta aos Filipenses: “E a ti, fiel Sínzigo, também rogo que as ajudes, pois que trabalharam comigo no Evangelho, com Clemente e com os demais colaboradores meus, cujos nomes estão inscritos no livro da vida”. (Fl 4,3)
A Tradição cristã apresenta o papa São Clemente I como sendo filho de um senador chamado Faustino. Este era da família Flávia, que, por sua vez, era parente do imperador romano chamado Domiciano. São Clemente I foi Papa uma época bastante difícil, cheia de perseguições contra os seguidores de Jesus Cristo.
São Clemente I governou a Igreja entre os anos 88 e 97. Foi um Papa que levou adiante o anúncio do Evangelho firmemente centrado na fidelidade à doutrina de Jesus Cristo. Enfrentou com sabedoria divisões internas na Igreja. Em sua famosa carta enviada aos coríntios, ele revela seu espírito de unidade e amor à Igreja. Os coríntios, com efeito, recusavam-se a seguir a Igreja de Roma e tinham a intenção de se desligarem da unidade. Através de sua carta, que, a princípio, teve sua autoria anônima, Clemente I incentivou-os à perseverança na fé e no amor ensinado por Jesus Cristo, e, também, a que eles participassem da união com a única Igreja deixada por Ele.
O Papa São Clemente I restabeleceu o uso do crisma na Igreja, dando seguimento à Tradição deixada Por São Pedro. Foi ele quem instituiu o uso litúrgico da expressão “amém”, cujo significado é “assim seja, ou confirmo”, nos ritos religiosos. Seu exemplo de vida e fé arrastava corações. Ele converteu até mesmo a uma irmã do imperador Domiciano chamada Domitila. Domiciano, como vimos, também era parente de Clemente. A conversão de Domitila ajudou bastante na suavização da sangrenta perseguição que acontecia no império contra os cristãos.
“Deus de toda carne, que dais a morte e a vida, que abateis a insolência dos orgulhosos e frustrais as maquinações dos povos, vinde em nosso auxílio, ó Mestre. Matai a fome dos indigentes e libertai aqueles que entre nós sucumbiram. Deus bom e misericordioso, esquecei nossos pecados, erros e quedas; não leveis em conta as faltas dos vossos servos e servas. Dai-nos a concórdia e a paz, não só para nós, mas também para todos os habitantes da terra.
É de vós que os nossos príncipes e os que no mundo nos governam recebem o poder: dai-lhes saúde, paz, concórdia e estabilidade; dirigi os seus propósitos pela senda do bem. Só vós podeis fazer tudo isso e conceder-nos ainda maiores benefícios. Nós o proclamamos em nome do sumo sacerdote das nossas almas, Jesus Cristo, por quem vos seja dada honra e glória, agora e por todos os séculos dos séculos. Amém.”
São Clemente, Rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
40. O FERMENTO NA MASSA
– Os cristãos, como o fermento na massa, estão chamados a transformar o mundo por dentro.
– Ser exemplares.
– União com Cristo para sermos apóstolos.
I. O SENHOR ENSINA‑NOS no Evangelho da Missa1 que o Reino de Deus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha até que toda a massa fica fermentada. As pessoas que escutavam essas palavras do Senhor conheciam bem e estavam familiarizadas com esse fenômeno, pois tinham‑no presenciado muitas vezes nos fornos familiares. Um pouco daquele fermento guardado do dia anterior podia transformar uma boa massa de farinha e convertê‑la numa grande fornada de pão.
A imagem que o Senhor nos propõe deve levar‑nos a considerar em primeiro lugar como é insignificante a quantidade de fermento em comparação com a massa que deve transformar. Sendo tão pouco, o seu poder é muito grande. Isto significa que devemos ser audazes na nossa ação apostólica, porque a força do fermento cristão não é puramente humana: é a força do Espírito Santo que atua na Igreja. O Senhor conta também com as nossas poucas forças e com as nossas fraquezas.
“Porventura o fermento é naturalmente melhor que a massa? Não. Mas é o meio necessário para que a massa se elabore, convertendo‑se em alimento comestível e são.
“Ainda que a traços largos, pensai na eficácia do fermento, que serve para fazer o pão, alimento básico, simples, ao alcance de todos. Em muitos lugares, a preparação da fornada é uma verdadeira cerimônia, de que resulta um produto esplêndido, saboroso, que se come com os olhos. Talvez já o tenhais presenciado.
“Escolhem farinha boa; se possível, da melhor. Trabalham a massa na masseira, para misturá‑la bem com o fermento, em longo e paciente labor. Depois, um tempo de repouso, imprescindível para que a levedura complete a sua missão, inchando a massa.
“Entretanto, arde o lume no forno, animado pela lenha que se consome. E daquela massa, metida no calor do fogo, sai o pão fresco, esponjoso, de grande qualidade. Resultado impossível de alcançar, se não fosse pela levedura – em pequena quantidade – que se diluiu, que desapareceu no meio dos outros elementos, num trabalho eficiente, mas que não se vê”2.
Sem essa pequena quantidade de fermento, a massa não passaria de algo inútil, não comestível, imprestável. Nós, na vida diária, podemos ser causa de luz ou de escuridão, de alegria ou de tristeza, fonte de paz ou de inquietação, peso morto que refreia o caminhar dos outros ou fermento que transforma a massa. A nossa passagem pela terra não deixa de ter conseqüências: ou aproximamos os outros de Cristo ou acabamos por separá‑los dEle.
O Senhor escolheu‑nos para proclamarmos a sua mensagem por todos os lugares, a fim de lhe levarmos, um a um, os que não o conhecem, como fizeram os primeiros cristãos com os seus amigos, com as suas famílias, com os colegas e vizinhos, enquanto trabalhavam ou descansavam. Para isso, não é necessário que façamos coisas insólitas e surpreendentes, pois “ao perceberem que somos iguais a eles em todas as coisas, os outros sentir‑se‑ão impelidos a perguntar‑nos: Como se explica a vossa alegria? Donde vos vêm as forças para vencer o egoísmo e o comodismo? Quem vos ensina a viver a compreensão, a reta convivência e a entrega, o serviço aos outros?
“É então o momento de lhes manifestar o segredo divino da existência cristã, de lhes falar de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, de Maria; o momento de procurar transmitir, através das nossas pobres palavras, a loucura do amor a Deus que a graça derramou em nossos corações”3.
Somos fermento na família, no ambiente de trabalho ou de estudo? Manifestamos com a nossa alegria que Cristo vive?
II. TEMOS DE CONSIDERAR também que o fermento só atua quando está em contacto com a massa. E assim, sem distinguir‑se dela, trabalhando por dentro, transforma‑a: “A mulher não se limitou a pôr o fermento, mas além disso escondeu‑o na massa. Do mesmo modo tendes de fazer vós quando estais misturados, identificados com as pessoas…, como o fermento que está escondido, mas não desaparece, antes vai transformando pouco a pouco toda a massa até fazê‑la adquirir a sua própria qualidade”4. Só se nos encontrarmos metidos na entranha do mundo, numa profissão ou ofício, é que poderemos levar novamente a Criação para Deus. E nós fomos chamados para isso por vocação divina.
Os primeiros cristãos, que foram verdadeiro fermento num mundo que se decompunha, conseguiram em pouco tempo que a fé penetrasse nas famílias, no Senado, na milícia e até no palácio imperial: “Somos de ontem e enchemos o mundo e tudo o que é vosso: casas, cidades, ilhas, municípios, assembléias e até os vossos acampamentos, as tribos e as decúrias, os palácios, o senado, o foro”5.
Sem excentricidades, como fiéis comuns, podemos fazer o mesmo, mostrando aos que nos rodeiam o que significa seguir o Senhor de perto: cumprindo com retidão os nossos deveres e comportando‑nos serenamente, como filhos de Deus. A nossa vida, apesar das suas fraquezas, deve ser um ponto de referência claro que arraste os outros para Cristo. “Por esse caminho chega‑se a Deus”, é o que os outros devem poder pensar ao verem a nossa vida coerente com a fé que professamos.
As normas usuais da convivência, por exemplo, podem ser para muitos o começo de um regresso para Deus. Com freqüência, essas normas não passam de atitudes e gestos externos, e só se praticam por costume ou porque tornam mais fácil o trato social… Para os cristãos, devem ser também fruto de uma verdadeira caridade, manifestações de uma atitude interior de sincero interesse pelos outros. Devem ser reflexo exterior de uma íntima união com Deus.
A temperança do cristão é outra das manifestações mais convincentes e mais atrativas da vida cristã. Onde quer que estejamos, temos que esforçar‑nos por dar sempre esse bom exemplo, que fluirá com simplicidade do nosso comportamento; não raras vezes essa atitude discreta, mas delicadamente firme, foi para muitos que a presenciavam o começo de um verdadeiro encontro com Deus.
“Cristo deixou‑nos na terra para que sejamos faróis que iluminam, doutores que ensinam; para que cumpramos o nosso dever como o fermento […]. Nem sequer seria necessário expor a doutrina se a nossa vida fosse tão radiante, não seria necessário recorrer às palavras se as nossas obras dessem tal testemunho. Já não haveria nenhum pagão se nos comportássemos como verdadeiros cristãos”6.
Neste clima de exemplo, de alegria serena, de ajudas talvez pequenas mas freqüentes, de trabalho bem feito, ser‑nos‑á fácil levar ao Senhor os que convivem ou trabalham conosco. E essa ação apostólica paciente e constante, apoiada na integridade da conduta, é também peça fundamental na busca do nosso destino eterno: “Aquele que devolve ao redil uma ovelha errante garante para si próprio um advogado poderoso diante de Deus”7.
III. PARA VIBRARMOS, para sermos fermento, é necessário que cresçamos na união com Cristo. Não podemos perder essa força interior que nos dá impulso para levarmos a cabo um apostolado que só pode ter por origem o amor a Deus. Sem essa união, todo o trabalho e todo o esforço convertem‑se em agitação estéril e transitória. Sempre houve quem imaginasse presunçosamente que ia transformar o mundo mediante as suas próprias forças; mas não demorou muito a ver a inconsistência dos seus propósitos. Nunca se deixam de cumprir aquelas palavras do Senhor: Sem Mim, nada podeis fazer8.
“Se a levedura não fermenta, apodrece. Pode desaparecer, reavivando a massa; mas pode também desaparecer por se perder, num monumento à ineficácia e ao egoísmo”9. O cristão “apodrece” quando se deixa invadir pela tibieza no seu relacionamento com Deus, quando esmorece no cumprimento dos seus deveres religiosos, quando deixa de lutar contra os seus defeitos, um de cada vez, quando se desleixa em robustecer a sua formação religiosa mediante a leitura de livros de doutrina espiritual…; numa palavra, quando só tem tempo para pensar nas “suas coisas”, não nas de Deus.
Pelo contrário, cumpre a sua missão de fermento quem procura que a sua fé amorosa se manifeste em atos, quem experimenta a necessidade de alimentar continuamente o seu amor a Deus mediante a oração mental, a recepção freqüente dos sacramentos da Confissão e da Eucaristia e o cultivo do espírito de mortificação e penitência nas pequenas situações de cada dia… “É preciso que sejas «homem de Deus», homem de vida interior, homem de oração e de sacrifício. – O teu apostolado deve ser uma superabundância da tua vida «para dentro»”10.
Para sermos fermento eficaz na nossa vida de todos os dias, temos de olhar para Nossa Senhora, porque “a bem‑aventurada Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, é modelo perfeito desta vida espiritual e apostólica. Enquanto levou na terra uma vida igual à de todos, cheia de cuidados familiares e de trabalhos, estava intimamente associada ao Filho, cooperando de modo absolutamente singular na obra do Salvador”11.
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