27 de Junho de 2020

12a Semana comum Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – XII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– O Senhor é a força do seu povo, fortaleza e salvação do seu ungido. Salvai, Senhor, vosso povo, abençoai vossa herança e governai para sempre os vossos servos.  (Sl 27.8)

 

Oração do dia

– Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Lm 2,2.10-14.18-19

– Leitura do livro das Lamentações: 2O Senhor destruiu sem pie­dade todos os campos de Jacó; em sua ira deitou abaixo as fortificações da cidade de Judá; lançou por terra, aviltou a realeza e seus príncipes. 10Sentados no chão, em silêncio, os anciãos da cidade de Sião espalharam cinza na cabeça, vestiram-se de saco; as jovens de Jerusalém inclinaram a cabeça para o chão. 11Meus olhos estão machucados de lágrimas, fervem minhas entranhas; derrama-se por terra o meu fel diante da arruinada cidade de meu povo, vendo desfalecerem tantas crianças pelas ruas da cidade. 12Elas pedem às mães: “O trigo e o vinho, onde estão? ” E vão caindo como derrubadas pela morte nas ruas da cidade, até expirarem no colo das mães. 13Com quem te posso comparar, ou a quem te posso assemelhar, ó cidade de Jerusalém? A quem te igualarei, para te consolar, ó cidade de Sião? Grande como o mar é tua aflição; quem poderá curar-te?  14Teus profetas te fizeram ver imagens falsas e insensatas, não puseram a descoberto a tua malícia, para tentar mudar a tua sorte; ao contrário, deram-te oráculos mentirosos e atraentes. 18Grite o teu coração ao Senhor, em favor dos muros da cidade de Sião; deixa correr uma torrente de lágrimas, de dia e de noite. Não te concedas repouso, não cessem de chorar as pupilas de teus olhos. 19Levanta-te, chora na calada da noite, no início das vigílias, derrama o teu coração, como água, diante do Senhor; ergue as mãos para ele, pela vida de teus pequeninos, que desfalecem de fome em todas as encruzilhadas.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 74,1-2.3-4.5-7.20.21 (R:19b)

 

– Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.
R: Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

– Ó Senhor, por que razão nos rejeitastes para sempre e vos irais contra as ovelhas do rebanho que guiais? Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, desta tribo que remistes para ser a vossa herança, e do monte de Sião que escolhestes por morada!

R: Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

– Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: no santuário o inimigo destruiu todas as coisas; e, rugindo como feras, no local das grandes festas, lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.

R: Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

– Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos. Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!

R: Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

– Recordai vossa Aliança! A medida transbordou, porque nos antros desta terra só existe violência! Que não se escondam envergonhados o humilde e o pequeno, mas glorifiquem vosso nome o infeliz e o indigente!

R: Não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres.

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– O Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo nossas fraquezas (Mt 8,17).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8,5-17

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 5quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”.  7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo a meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”.
10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó, 12enquanto os herdeiros do Reino serão jogados para fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes”.  13Então, Jesus disse ao oficial: “Vai! e seja feito como tu creste”. E, naquela mesma hora, o empregado ficou curado. 14Entrando Jesus na casa de Pedro, viu a sogra dele deitada e com febre. 15Tocou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela se levantou, e pôs-se a servi-lo. 16Quando caiu a tarde, levaram a Jesus muitas pessoas possuídas pelo demônio. Ele expulsou os espíritos, com sua palavra, e curou todos os doentes, 17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: “Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

- por Pe. Alexandre

A devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada a partir de 1870 e espalhou-se por todo o mundo. Trata-se de uma pintura do século XIII, de estilo bizantino. Segundo a tradição, foi trazida de Creta, Grécia, por um negociante. E, desde 1499, foi honrada na Igreja de São Mateus in Merulana.

Em 1812, o velho Santuário foi demolido. O quadro foi colocado, então, num oratório dos padres agostinianos. Em 1866, os redentoristas obtiveram de Pio IX o quadro da imagem milagrosa. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi colocada na Igreja de Santo Afonso, em Roma. De semblante grave e melancólico, Nossa Senhora traz no braço esquerdo o Menino Jesus, ao qual o Arcanjo Gabriel apresenta quatro cravos e uma cruz. Ela é a senhora da morte e a rainha da vida, c, o socorro seguro e certo dos que a invocam com amor filial.

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Ele assumiu as nossas dores… (Mt 8,5-17)

 

No Evangelho de hoje, temos uma nítida demonstração da “filantropia” de Deus – seu amor pela humanidade – que se encarnou na pessoa de Jesus Cristo. Deve servir para nós como uma vacina diante das teses pessimistas que afirmam que o Criador se ausentou da Criação e nos abandou a nós mesmos.

Após duas curas pontuais – o servo do centurião e a sogra de Pedro -, São Mateus encaixa os dois fatos em uma antiga profecia de Isaías: “Ele assumiu as nossas dores e carregou as nossas enfermidades”. Um escravo e uma anciã mereceram as atenções de Jesus, que lhes devolveu a saúde. Deus está conosco.

Existe uma espécie de tropismo entre a miséria e a misericórdia, entre o homem que sofre e o Crucificado do Calvário. Quanto mais baixo cai a pessoa humana, tanto mais se aproxima dela o Redentor dos homens. É na experiência da fragilidade que nós fazemos contato com o amor que escorre da cruz.

Quem se importaria com um escravo doente? Quem toma pela mão uma velha febril? O Evangelho mostra Jesus, que desce ao nosso encontro e cuida de nossas mazelas. É o mesmo que vem libertar os possessos e restabelecer os enfermos (cf. v. 16). Não admira que a sociedade dos ricos e poderosos, dedicados à acumulação e ao lucro, experimente tamanho mal-estar diante do Evangelho pregado de Jesus. São palavras dirigidas aos fracos, aos vencidos, aos ejetados do sistema, àqueles que não “contam” nos relatórios do FMI.

A rejeição experimentada por Jesus de Nazaré, em seu tempo, é inseparável de sua figura incômoda, tão diferente do Messias esperado, aquele “Duce” imaginário que viria quebrar o domínio romano e devolver a Israel os seus dias de glória. Ele veio pequeno e frágil, desconhecido e obscuro, misturado aos “anawim”, os pobres de Deus.

Por tudo isto, temo pelas comunidades e movimentos que exaltam um Cristo vencedor, general a ser seguido, de cujo poder seríamos chamados a participar. Ao mesmo tempo, vejo que o povo simples ainda se apega mais à imagem do Crucificado, pois é com este que os pobres se identificam.

É um grande mistério o sofrimento humano. Multidões que passam fome. Migrantes escorraçados de sua pátria. Minorias espezinhadas pelos grupos dominantes. No entanto, entre tantas alternativas possíveis, o Salvador escolheu salvar-nos pela via da cruz. Logo aquilo que procuramos evitar – o sofrimento e a dor – foi o caminho que o Filho de Deus assumiu em nosso favor.

 

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