29 de Agosto de 2020
21a semana comum Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – MARTÍRIO DE SÃO JOÃO BATISTA
(vermelho, pref. próprio – ofício da memória)
Antífona da entrada
– Diante dos reis falo, da vossa aliança, sem temer a vergonha. Encontro alegria em vossos preceitos, porque muito o amo (Sl 118, 46).
Oração do dia
– Ó Deus, quisestes que são João Batista fosse o precursor do nascimento e da morte do vosso Filho; como ele tombou na luta pela justiça e pela verdade, fazei-nos também lutar corajosamente para testemunhar a vossa palavra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Jr 1,17-19– Leitura do livro do profeta Jeremias: Naqueles dias, a Palavra do Senhor foi-me dirigida: 17“Vamos, põe a roupa e o cinto, levanta-te e comunica-lhes tudo que eu te mandar dizer: não tenhas medo, senão, eu te farei tremer na presença deles. 18Com efeito, eu te transformarei hoje numa cidade fortificada, numa coluna de ferro, num muro de bronze contra todo o mundo, frente aos reis de Judá e seus príncipes, aos sacerdotes e ao povo da terra; 19eles farão guerra contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para defender-te”, diz o Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 71, 1-2.3-4a.5-6ab.17 (R 15a)
– Minha boca anunciará vossa justiça!
R: Minha boca anunciará vossa justiça!
– Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor: que eu não seja envergonhado para sempre! Porque sois justo, defendei-me e libertai-me! Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
R: Minha boca anunciará vossa justiça!
– Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Porque sois a minha força e meu amparo, o meu refúgio, proteção e segurança! Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
R: Minha boca anunciará vossa justiça!
– Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo.
R: Minha boca anunciará vossa justiça!
– Minha boca anunciará todos os dias vossa justiça e vossas graças incontáveis. Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas.
R: Minha boca anunciará vossa justiça!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Felizes os que são perseguidos por causa do Senhor, porque o reino dos céus há de ser deles! (Mt 5,10).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 17-29
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo,17Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galileia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu to darei”. 23E lhe jurou dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”. 24Ela saiu e perguntou à mãe: “O que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Martírio de São João Batista
- por Pe. Alexandre
Com satisfação lembramos a santidade de São João Batista que, pela sua vida e missão, foi consagrado por Jesus como o último e maior dos profetas: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista…De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar.” (Mt 11,11-14)
Filho de Zacarias e Isabel, João era primo de Jesus Cristo, a quem “precedeu” como um mensageiro de vida austera, segundo as regras dos nazarenos.
São João Batista, de altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzí-lo ao cumprimento da profecia do Anjo a seu respeito: “Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e ele mesmo caminhará à sua frente…” ( Lc 1, 15)
São João Batista desejava que todos estivessem prontos para acolher o Mais Forte por isso, impelido pela missão profética, denunciou o pecado do governador da Galileia: Herodes, que escandalosamente tinha raptado Herodíades – sua cunhada – e com ela vivia como esposo.
Preso por Herodes Antipas em Maqueronte, na margem oriental do Mar Morto, aconteceu que a filha de Herodíades (Salomé) encantou o rei e recebeu o direito de pedir o que desejasse, sendo assim, proporcionou o martírio do santo, pois realizou a vontade de sua vingativa mãe: “Quero que me dês imediatamente num prato, a cabeça de João, o Batista” (Mc 6,25)
Desta forma, através do martírio, o Santo Precursor deu sua vida e recebeu em recompensa a Vida Eterna reservada àqueles que vivem com amor e fidelidade os mandamentos de Deus.
São João Batista, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Não te é permitido! (Mc 6,17-29)
Ainda que tenha sido criado como um ser livre, nem tudo é permitido ao homem. O Criador nos deu a liberdade para o bem e ela só alcança sua perfeição quando ordenada para Deus.
Ensina o Catecismo da Igreja Católica: “Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e domínio de seus atos. ‘Deus abandonou o homem nas mãos de sua própria decisão’ (Eclo 15,14) para que pudesse ele mesmo procurar seu Criador e, aderindo livremente a ele, chegar à plena e feliz perfeição.” (nº 1730)
Ora, Herodes, tetrarca da Galileia, vivia como marido da esposa de seu próprio irmão Filipe. Além do escândalo causado por um comportamento público que ofendia a santidade da vida conjugal, batia de frente contra a lei divina, expressa no Levítico: “Não descobrirás a nudez da mulher de teu irmão.” (Lv 18,16.)
João Batista, o precursor do Messias, teve a ousadia profética de somar ao anúncio do Reino de Deus a denúncia dos crimes do poderoso. Isto lhe valeu a prisão e a morte, crescendo ainda mais na veneração do povo de seu tempo. Afinal, não é qualquer um que tem a coragem de apontar o dedo no nariz dos governantes para cobrar seus desvios e sua corrupção.
Hoje, a Igreja mantém viva a missão profética de João Batista e, por isso mesmo, é tão incômoda quanto ele foi no seu tempo. Quando o mundo neopagão, ansioso pelo retorno às cavernas, investe em uma cultura de morte, a Igreja luta pela vida. Quando a sociedade materialista defende a eutanásia e o aborto, a Igreja de Jesus Cristo não pode calar-se, repetindo a antiga voz do Sinai: “Não matarás!” Quando o século hedonista defende o divórcio e o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, a Igreja não teme ser rotulada de conservadora e retrógrada, mas insiste naquela “lei natural” que o próprio Cristo reafirmou. Diante de Deus, o “legal” jamais poderá substituir o “legítimo”.
Por isso mesmo, toda que vez que um tirano sobe ao poder – como Hitler na Alemanha nazista e Stálin na Rússia comunista -, seu inimigo preferencial é a Igreja, pois ela não se intimida nem silencia diante dos crimes do Poder. Ao contrário, como João Batista, ela aponta e grita: “Não te é lícito!”
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