27 de Dezembro de 2020
Oitava do Natal - Ano B. Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ
(branco, glória, creio, pref. do Natal – ofício da festa)
Antífona da entrada
– Vieram apressados os pastores e encontraram Maria com José, e o menino deitado no presépio (Lc 2,16).
Oração do dia
– Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo, concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar um dia às alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1 ª Leitura: Eclo 3, 3-7.14-17a
– Leitura do livro do Eclesiástico: 3Deus honra o Pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. 4Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana. 5Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros.6Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. 7Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe. 14Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, 16mas servirá para reparar os teus pecados 17ae, na justiça, será para tua edificação.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial Sl 128,1-2.3.4-5 (R: 1)
Felizes os que temem o senhor e trilham seus caminhos!
R: Felizes os que temem o senhor e trilham seus caminhos!
– Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!
R: Felizes os que temem o senhor e trilham seus caminhos!
– A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa.
R: Felizes os que temem o senhor e trilham seus caminhos!
– Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida.
R: Felizes os que temem o senhor e trilham seus caminhos!
2ª Leitura Cl 3,12-21
– Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses – Irmãos: 12Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição. 15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos. 16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças. 17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai. 18Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. 19Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua Palavra! (Cl 3,15)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,22-40
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– 22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor. 27Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meu olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.
33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”. 36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João Apostolo
- por Pe. Alexandre
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Hoje a Igreja celebra a Festa de São Joao Apostolo e Evangelista. O APÓSTOLO SÃO JOÃO era natural de Betsaida, cidade da Galiléia na margem norte do mar de Tiberíades. Seus pais eram Zebedeu e Salomé; e seu irmão, Tiago. Formavam uma família remediada de pescadores que, ao conhecerem o Senhor, não duvidaram em pôr-se totalmente à sua disposição. João e Tiago, em resposta à chamada de Jesus, seguiram-no, deixando seu pai Zebedeu na barca. Salomé, a mãe, também seguiu Jesus, servindo-o com os seus bens na Galiléia e em Jerusalém, o acompanhou até o Calvário.
João tinha sido discípulo do Batista quando este pregava no Jordão, até que um dia Jesus passou por ali e o Precursor o apontou: Eis o Cordeiro de Deus. São João nunca esqueceu esse encontro. Não quis dizer-nos nada do que falou naquele dia com o Mestre, mas sabemos que, a partir de então, nunca mais o abandonou; quando escreve o seu Evangelho, já ancião, não deixa de mencionar a hora em que se deu o seu encontro com Jesus: Era por volta da hora décima, das quatro da tarde.
Voltou para casa, retomando o trabalho da pesca. Pouco tempo depois, o Senhor, que o preparava desde aquele primeiro encontro, chama-o definitivamente para formar parte do grupo dos Doze. Era o mais novo dos Apóstolos; ainda não devia ter vinte anos quando correspondeu à chamada do Senhor, e o fez de todo o coração. Inteiro, com um amor indiviso e exclusivo.
Em São João e em nós, vemos como a vocação dá sentido a tudo; a vida inteira é afetada pelos planos do Senhor. A descoberta da vocação pessoal é o momento mais importante de toda a existência. Faz com que tudo mude sem nada mudar.
Toda a vida de João esteve centrada no seu Senhor e Mestre. Na sua fidelidade a Jesus, encontrou ele o sentido da sua vida. Não opôs nenhuma resistência à chamada divina, e soube permanecer no Calvário quando todos os outros desapareceram.
ESTE É O APÓSTOLO que durante a ceia reclinou a cabeça no peito do Senhor. Este é o apóstolo a quem foram revelados os segredos do Reino e que difundiu por toda a terra as palavras da vida.
Juntamente com Pedro, São João recebeu do Senhor particulares provas de amizade e de confiança. O Evangelista cita-se a si próprio, discretamente, como o discípulo que Jesus amava. Isto indica que Jesus teve um especial afeto por ele. No momento solene da Última Ceia, quando Jesus anuncia aos Apóstolos a traição de um deles, João não duvida em perguntar ao Senhor, apoiando a cabeça no seu peito, quem seria o traidor11. A suprema expressão de confiança no discípulo amado se dá quando o Senhor, do alto da Cruz, lhe entrega o maior amor que teve na terra: a sua Santíssima Mãe. Se o momento em que Jesus o chamou para que o seguisse, deixando todas as coisas, foi transcendental na sua vida, também o foi o instante em que recebeu no Calvário a missão mais delicada e amável de todas: cuidar da Mãe de Deus.
Todos os cristãos, representados em João, somos filhos de Maria. Temos que aprender do Apóstolo a tratá-la com confiança. Ele, “o discípulo amado de Jesus, recebe Maria e a introduz em sua casa, na sua vida. Os autores espirituais viram nessas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que todos soubessem também introduzir Maria em suas vidas.
Além dos escritos inspirados por Deus, conhecemos por tradição detalhes que confirmam o desvelo com que São João se empenhou em que se mantivessem entre os primeiros cristãos a pureza da fé e a fidelidade ao mandamento do amor fraterno. São Jerônimo conta-nos que o Apóstolo, já muito velho, repetia continuamente aos discípulos que o levavam às reuniões: “Filhinhos, amai-vos uns aos outros”. E quando um dia lhe perguntaram por que insistia em repetir sempre a mesma coisa, respondeu: “Este é o mandamento do Senhor; se se cumpre, não é preciso mais nada”.
Podemos pedir hoje a São João muitas coisas: de modo especial, que os jovens procurem a Cristo, que o encontrem e tenham a generosidade de seguir a sua chamada. E podemos ainda recorrer à sua intercessão para que nós mesmos sejamos fiéis ao Senhor como ele o foi; para que saibamos ter o amor e o respeito pelo sucessor de Pedro que ele manifestou pelo primeiro Vigário de Cristo na terra; para que nos ensine a tratar Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa, com mais carinho e mais confiança; para que aqueles que estão ao nosso lado possam saber que somos discípulos de Jesus pelo modo como os tratamos.
Ó Deus, que pelo Apóstolo São João nos revelastes os mistérios do vosso Filho, tornai-nos capazes de conhecer e amar o que ele nos ensinou de modo incomparável.
São João, Apostolo e Evangelista, rogai por nós.
Benção final.
Meditação
- por Pe. Alexandre
Desatas teu servo… (Lc 2,22-40)
O velho Simeão – figura-tipo da Primeira Aliança que esperava durante séculos pela vinda do Messias – acolhe no côncavo [agkála] de seus braços o Menino que Maria lhe apresenta. A espera chegara ao fim. Conforme lhe fora garantido pelo Espírito Santo (cf. Lc 2,26), ele tem no colo o Prometido do Pai.
Até então, Simeão estava vinculado a uma promessa divina: não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Neste momento, cumprida a promessa, ele “autoriza” o Senhor a romper esse vínculo, dizendo: “Agora, Senhor, podes desamarrar em paz o teu servidor”. No texto grego, “apolyeis ton doulon” – que podemos traduzir por “desatas teu escravo”, pois o verbo “apo-lyo” é o mesmo verbo que se aplica ao gesto do patrão que solta um escravo de suas correntes, resgata-o e o deixa partir.
Isto deve levar-nos a refletir que as promessas que Deus nos faz criam um vínculo real entre aquele que promete e aquele que será o beneficiário da promessa. De fato, a Sagrada Escritura registra um sem-número de promessas feitas por Deus, como aquelas que anunciam um Salvador (cf. Gn 3,15: “a semente da mulher pisará a cabeça da serpente”), as que prenunciam o derramamento do Espírito Santo (cf. Jl 3,1: “derramarei do meu Espírito sobre toda a carne”) e as promessas da assistência do mesmo Espírito à Igreja (cf. Jo 14,16: “Eu pedirei ao Pai e ele vos enviará um outro Paráclito”).
Se, acaso, não vivemos na expectativa do cumprimento das promessas do Senhor, isto significa, na prática, uma atitude de desprezo pelo que foi prometido. A vida dos santos é o exemplo concreto de homens e mulheres que ouviram uma promessa e dedicaram toda a vida ao seu cumprimento, sem economizar fôlego e suor, até que suas forças se exaurissem. Nos momentos de cansaço, de perseguições, de aparente fracasso, os santos se aferram à promessa de Deus, cuja fidelidade é sua única garantia.
E isto nos leva a pensar em “fidelidade”. A atitude de um Deus fiel pode inspirar-nos a cumprir nossos juramentos, a levar adiante as promessas do matrimônio, mesmo quando uma parte da Aliança lembra a esposa de Oseias (cf. Os 3,1). A palavra “fidelidade” tem a mesma raiz que “fé” (no latim, fides). Ou seja, existe um ato de fé subjacente ao cumprimento das promessas. E parece que é exatamente a falta de fé que torna solúveis os juramentos desfeitos… Leva a abrir mão do ministério assumido… Transforma as juras de amor em poeira que o vento leva…
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