02 de Janeiro de 2021
Oitava do Natal - Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – SANTOS BASÍLO E GREGÓRIO, BISPOS E DOUTORES
(branco, pref. do Natal ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
– Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15)
Oração do dia
– Ó Deus, que iluminastes a vossa Igreja com o exemplo e a doutrina de são Basílio e são Gregório Nazianzeno, fazei-nos buscar humildemente a vossa verdade e segui-la com amor em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 2,22-28
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 22 quem é mentiroso,
senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? O Anticristo é aquele que nega o Pai e o Filho. 23Todo aquele que nega o Filho, também não possui o Pai.
Quem confessa o Filho, possui também o Pai. 24Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio. Se o que ouvistes desde o princípio permanecer em vós, permanecereis com o Filho e com o Pai. 25E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 26Escrevo isto a respeito dos que procuram desencaminhar-vos. 27Quanto a vós mesmos, a unção que recebestes da parte de Jesus permanece convosco, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira e não mentirosa. Por isso, conforme a unção de Jesus vos ensinou, permanecei nele. 28Então, agora, filhinhos, permanecei nele. Assim poderemos ter plena confiança, quando ele se manifestar, e não seremos vergonhosamente afastados dele, quando da sua vinda.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 98, 1. 2-3ab. 3cd-4 (R: 3a)
– Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
- Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
– O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
R. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
– Os confins do universo contemplaram da salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!.
- Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas veze, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,19-28
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– 19Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém
sacerdotes e levitas para perguntar: ‘Quem és tu?’ 20João confessou e não negou. Confessou: ‘Eu não sou o Messias’. 21Eles perguntaram: ‘Quem és, então? És tu Elias?’ João respondeu: ‘Não sou’. Eles perguntaram: ‘És o Profeta?’ Ele respondeu: ‘Não’. 22Perguntaram então: ‘Quem és, afinal?
Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?’ 23João declarou: ‘Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor`’ – conforme disse o profeta Isaías. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: ‘Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?’ 26João respondeu: ‘Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias.’ 28Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Basílio Magno e São Gregório
- por Pe. Alexandre
São Basílio Magno e São Gregório
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amem
Hoje a Igreja celebra a memória de São Basílio Magno e São Gregorio, bispos e doutores da Igreja.
Basílio de Cesareia nasceu em uma família profundamente cristã, na Capadócia, região da atual Turquia. Com o seu irmão, Gregório de Nissa e o amigo Gregório de Nazianzo, formaram o grupo dos chamados “Padres Capadócios”, que tiveram importante papel na divulgação da doutrina do Concílio de Niceia sobre a Santíssima Trindade. Basílio e o seu irmão receberam uma otima educação. Durante a sua formação humanista, em Atenas, estabeleceram uma grande amizade com Gregório de Nazianzo. Juntos iniciaram uma nova forma de vida monástica, o chamado monaquismo basiliano, que continua a ser vivido sobretudo no Oriente. Basílio, ordenado sacerdote e bispo, distinguiu-se pelas suas obras caritativas e pelo esplendor que deu ao culto divino. Deixou-nos preciosas obras teológicas, espirituais e homiléticas. Gregório de Nazianzo nasceu igualmente de uma família cristã piedosa. A sua mãe ofereceu-o ao Senhor, tendo-lhe proporcionado uma boa educação, que o levou a ser reitor e a ser proposto para altos cargos civis. Com os seus amigos, Basílio e Gregório de Nissa, abandonou o mundo para se tornar monge. Já sacerdote, foi nomeado bispo de Constantinopla, permanecendo sobretudo um místico, cantor apaixonado da Santissima Trindade. Os seus escritos revelam a sua experiência e inteligência do mistério de Cristo. Foi chamado “o teólogo”. São Basílio e São Gregório, como todos os santos, deixaram-se fascinar por Cristo, assumiram o seu modo de pensar e viveram em conformidade com ele. Tornaram-se, assim, verdadeiros homens espirituais, capazes de julgar todas as coisas. Basílio de Cesareia e Gregório de Nissa são exemplos de cristãos cujas vidas refletem o Evangelho, verdadeiros luminares da fidelidade e da beleza do ideal cristão. Basílio, dotado de forte personalidade, foi um homem de pensamento e de ação. Escreveu e pregou, especulou e socorreu. Gregório é o filósofo elegante, o poeta delicado, o contemplativo irrequieto. Ambos nos revelam o que significa tornar-se discípulos da verdadeira sabedoria e receber o dom do Espírito, que perscruta as profundezas de Deus. Estes dois amigos, que hoje celebramos foram gênios e santos. Por isso, a Igreja os venera como santos e doutores. A caridade de Deus tornaram estes homens operadores de bem e servidores dos irmãos, como monges, como padres e como bispos. Ambos cantaram a beleza de Deus. Como amigos e companheiros, compreenderam que o seu ideal mais profundo era o amor da sabedoria. Movia-os a ânsia de saber. Escreve Gregório: “Uma só tarefa e um só objetivo havia para ambos: aspirar à virtude, viver para as esperanças futuras e comportar-nos de tal modo que, mesmo antes de ter partido desta vida, tivéssemos emigrado dela. Esse foi o ideal que nos propusemos, e assim tratávamos de orientar a nossa vida e as nossas ações, em atitude de docilidade aos mandamentos divinos, entusiasmando-nos mutuamente à prática do bem: e, se não parecer demasiada arrogância, direi que éramos um para o outro a norma e a regra para discernir o bem do mal.”
Oremos: Ó Deus, que iluminastes a vossa Igreja com o exemplo e a doutrina de São Basílio e São Gregório de Nazianzo, fazei-nos buscar humildemente a vossa verdade e segui-la com amor em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzo, rogai por nós.
Benção Final.
Meditação
- por Pe. Alexandre
Alguém que não conheceis… (Jo 1,19-28)
Eis Jesus Cristo, o ilustre desconhecido… Ainda que o Messias anunciado devesse andar oculto no início de sua missão, era de esperar que os homens da Lei e do Templo o pudessem reconhecer. Pura ilusão!
O Filho de Deus veio ao mundo, nasceu de mulher, palmilhou nossas trilhas, visitou nossas aldeias, pregou nas praças e… não o conheceram… Em sua cegueira, chegaram a confundi-lo com o filho do carpinteiro, com um dos profetas, o Batista reanimado. Mas não o conheceram!
O Evangelho de São João realça esse des-conhecimento que se avizinha de uma espécie de recusa pelo Ungido de Deus: “Ele veio para o que era seu, e os seus não o acolheram”. (Jo 1,11) Como num combate entre as trevas e a Luz, o mundo das sombras e do pecado se recusa a ser iluminado pelo Resplendor divino.
Permanece bem viva em nosso tempo esta possibilidade trágica de desprezar a humilde oferta de um Deus que se abaixa até nós, assume nossa carne e se deixa crucificar por amor. Talvez preferíssemos o deus do poder e da força, mas o que temos é uma criança frágil e dependente. Talvez preferíssemos o deus da glória e do sucesso, mas o que temos é um réu suspenso no madeiro. Talvez preferíssemos o deus da fartura e das facilidades, mas o que temos é um convite a abraçar a própria cruz…
Não é verdade que ainda des-conhecemos a Cristo?
Conhecer a Jesus não é o mesmo que ter ouvido falar dele. Não é o mesmo que repetir suas palavras. Não é o mesmo que frequentar templos cristãos.
Conhecer a Jesus é imitar seu exemplo, pisar suas pegadas, assumir sua missão. Conhecer a Jesus é fazer a vontade do Pai, abrindo mão de preferências, projetos, comodidades.
Alguém duvida que Madre Teresa de Calcutá tenha conhecido a Jesus Cristo? Ninguém faria o que ela fez se não conhecesse Jesus. Sem esse conhecimento, ninguém amaria os miseráveis como ela amou. Alguém duvida que Charles de Foucauld tenha conhecido a Jesus? Sem essa intimidade, ninguém se isolaria no deserto de Marrocos como ele o fez. Alguém duvida que João Paulo II tenha conhecido a Jesus Cristo? Sem essa profunda amizade, ninguém dedicaria ao Evangelho toda a sua vida, até a última possível palavra…
Seria terrível chegar ao fim da vida e, em nosso juízo particular, escutar da boca do Senhor as mesmas palavras ouvidas pelas virgens loucas da parábola: “Não vos conheço!” (Mt 25,12) Enquanto há tempo, é hora de vigiar e repetir as palavras ardentes de Santo Agostinho: “Noverim me, noverim Te!” [Senhor, que eu me conheça, que eu Te conheça!] Sem conhecer a Deus, jamais conhecerei a mim mesmo…
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