13 de Março de 2021

3a semana da Quaresma Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO DA III SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não esqueças nenhum dos seus benefícios: é ele quem te perdoa todas as ofensas (Sl 102,2).

 

Oração do dia

– Ó Deus, alegrando-nos cada ano com a celebração da Quaresma, possamos participar com fervor dos sacramentos pascais e colher com alegria todos os seus frutos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Os 6,1-6

– Leitura da profecia de Oséias – 1“Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. 2Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença. 3É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo”. 4Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz. 5Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, mas, como luz, expandem-se meus juízos; 6quero amor, e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51, 3-4.18-19.20-21ab, (R: Os 6.6)

 

– Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

R: Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

 

– Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

 

– Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

 

– Sede benigno com Sião, por vossa graça, reconstruí Jerusalém e os seus muros! E aceitareis o verdadeiro sacrifício, os holo­caustos e oblações em vosso altar!

R: Eu quis misericórdia e não o sacrifício!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 18, 9-14

 

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

 

– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba!

(Sl 94,8)

 

Honra, glória, poder e louvor a Jesus, nosso Deus e Senhor!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santos Rodrigo e Salomão

- por Pe. Alexandre

Pertenceram ao bispado de Córdova. Rodrigo tornou-se um sacerdote muito zeloso na busca da santidade e cumprimento dos seus deveres, em um tempo onde os cristãos eram duramente perseguidos.

Seus irmãos de sangue começaram uma contenda, a qual tentou apartar. Não compreendendo tal ato, um deles o feriu, deixando-o inconsciente. Aproveitou então para difamá-lo, espalhando que o sacerdote Rodrigo tinha renunciado a fé cristã. Um escândalo foi gerado e o caluniado refugiou-se numa serra, em oração e contemplação, indo a cidade somente para buscar alimentos.

Numa dessas ocasiões, o irmão agressor resolveu denunciá-lo. Ao ser questionado pelo juiz, Rodrigo declarou: “Nasci cristão e cristão hei de morrer”.

Foi preso, e ali na cadeia conheceu outro cristão, Salomão. Ambos transformaram a cadeia num oratório, travando uma linda amizade. Ameaçados e questionados, não renunciaram a fé. Foram separados, mas permaneceram fiéis a Deus. Condenados à morte, ajoelharam-se, abraçaram o crucifixo e degolados, foram martirizados.

Santos Rodrigo e Salomão, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Dois homens subiram ao Templo… (Lc 18,9-14)

 

O Templo de Jerusalém – o único lugar do planeta aonde os israelitas se dirigiam para adorar o Senhor – ficava no alto do Monte Sião, nas elevações da Judeia. Natural que o Altíssimo habitasse as montanhas. Para encontrá-lo, era preciso subir…

Pelo menos, era o que pensava um dos dois que entraram no templo, o fariseu. Membro do grupo dos perushim [os “separados”, que se apartaram da massa ignara para não se misturaram aos impuros!], estrito cumpridor das normas e preceitos do judaísmo, ele se sente realmente especial.

No espaço sagrado, ele sente necessidade de subir até Deus: em seu íntimo, eleva-se diante do Senhor, ergue os olhos, alça a voz e desfia uma lista de suas admiráveis qualidades, entre as quais a prática do jejum (duas vezes por semana!) e o dever do dízimo. Ainda teve tempo para confidenciar a Deus que não era “como os outros” – aos quais classifica como ladrões, desonestos e adúlteros. Como o publicano lá no fundo…

Lá no fundo, está claro. Lá embaixo. Ao nível do chão. Este publicano – um judeu que cobra impostos ao compatriota judeu e o repassa ao invasor romano! – sabe que está “lá embaixo”. Desprezado, malvisto, mal falado, um marginal no povo de Deus. Por tudo isso, não queria “aparecer”. Baixa a cabeça, baixa os olhos, colado ao piso do Templo. E assim se apresenta ao Senhor: “Sou pecador. Tem compaixão.”

Mendigo da misericórdia, recebe a esmola do perdão. Ao confessar sua injustiça, Deus o justifica. Aliás, não há outra forma de ser “justificado”.

E Deus, qual o seu papel nessa história? O beneditino François Trévedy no-lo revela: “Deus não diz nada. Para o fariseu, ele ri baixinho, com seu riso eterno. Para o publicano, ele sorri, e isto basta. E tu, que facilmente te consideras como cristão ‘engajado’, não desprezes aqueles que permanecem no fundo da igreja e vêm pegar, muito mais inquietos, muito mais sérios do que imaginas, um arzinho da missa. Conserva-te constantemente no lugar mais recuado de ti mesmo, no inferno de ti mesmo, e a ternura de Deus ali virá buscar-te para te dar a vida”.

Parece irônico, não? Temos insistido em subir às alturas de Deus, ignorando a mísera realidade de nosso húmus, quando ele próprio se despojou de toda humana grandeza, baixando para o rés de nosso chão e assumindo livremente a posição de um escravo (cf. Fl 2,7). Com a encarnação, o Altíssimo tornou inútil o nosso atletismo espiritual, pois a verdadeira religião tornou-se um caminho para baixo. Quem tentar a comunicação com Deus deverá abaixar-se também…

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