07 de Janeiro de 2020
Epifania do Senhor- Terça-feira
- por Padre Alexandre Fernandes
TERÇA FEIRA – SEMANA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania ou do Natal – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina
(Sl 117, 26).
Oração do dia
– Ó Deus, cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 4, 7-10
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.3-4ab.7-8 (R: 11)
– Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,34- 44.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Ambrósio
- por Padre Alexandre Fernandes
Hoje fazemos memória em toda a Igreja de Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou a Roma com três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática, tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar Teologia.
A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia. No entanto, era para isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”. O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325) tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.
Providencialmente usou as qualidades de organizador e administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político, doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante, principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de Tessalônica, que resultou na morte de muitos. À Imperatriz Justina, que desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, opôs-se valentemente enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397, após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.
Santo Ambrósio, rogai por nós!
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
Para que os distribuíssem… (Mc 6,34-44)
A multidão tem fome. O lugar é deserto. O bom senso manda que o Mestre mande embora o povo: “Despede-os!” (Mc 6,36) Esta parece ser a solução prática, pragmática, de quem está cansado da multidão. Mas não é a solução de Jesus.
Que faz o Mestre? Toma o pouco alimento disponível – 5 pães e 2 peixes! – e o multiplica. E “ia dando-o aos discípulos para que o distribuíssem”. O dom é de Deus, mas se dirige ao povo.
Como não recordar o ensinamento do primeiro Papa? “Como bons administradores da multiforme graça de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu”. (1Pd 4,10)
Pode não ser ouro nem prata, Pedro sabia disso ao acolher o aleijado de Atos 3,6: “Ouro e prata não tenho, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda!”
O exemplo de Jesus não pode ser ignorado pela comunidade cristã: toda acumulação de dons – seja o dinheiro ou a terra, o saber ou técnica – deve ser vista como um abuso, como uma rapina contra o necessitado. Paróquias que recebem o dízimo e o acumulam em poupanças são uma negação detestável da mensagem do Evangelho.
Nossos jovens estudantes são estimulados a estudar para, no futuro, terem um bom emprego e um bom salário. Isto não é uma motivação cristã, mas pagã. Os jovens deveriam ouvir outro tipo de estímulo: – “Estude sério, adquira conhecimentos, habilidades e técnicas que lhe permitam, no futuro, atender às necessidades dos mais pobres e servir aos necessitados”.
É verdade que muita gente está praticando este Evangelho. Muitos profissionais se gastam em comunidades pobres, lecionam em escolas da periferia, vão em missão a países da África e ali imitam o exemplo de Jesus, mesmo que não sejam “pessoal da Igreja”.
Lembro-me do amigo italiano que, decepcionado, deixou o sacerdócio nos anos 60, estudou medicina e se especializou nas artes médicas da China. Passava seis meses na Itália, curando os ricos de doenças crônicas, juntava dinheiro e passava seis meses na África, cuidando da saúde dos miseráveis. Distribuía o dom recebido…
Que dons eu recebi para distribuir aos irmãos?
Orai sem cessar: “Graças a mim é que produzes fruto!” (Os 14,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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