21 de Agosto de 2020
20a semana comum Sexta-feira
- por Pe. Alexandre
SEXTA FEIRA – SÃO PIO X – PAPA E CONFESSOR
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
– O Senhor o escolheu para plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.
Oração do dia
– Ó Deus, que para defender a fé católica e restaurar todas as coisas em Cristo, cumulastes o papa São Pio X de sabedoria divina e coragem apostólica, fazei-nos alcançar o prêmio eterno, dóceis às suas instruções e seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ez 37,1-14
– Leitura da profecia de Ezequiel: Naqueles dias, 1a mão do Senhor estava sobre mim e por seu espírito ele me levou para fora e me deixou no meio de uma planície cheia de ossos 2e me fez andar no meio deles em todas as direções. Havia muitíssimos ossos na planície e estavam ressequidos. 3Ele me perguntou: “Filho do homem, será que estes ossos podem voltar à vida?” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu o sabes”. 4E ele me disse: “Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos, escutai a palavra do Senhor! 5Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida. 6Porei nervos em vós, farei crescer carne e estenderei a pele por cima. Porei em vós um espírito, para que possais voltar à vida. Assim sabereis que eu sou o Senhor”. 7Profetizei como me foi ordenado. Enquanto eu profetizava, ouviu-se primeiro um rumor, e logo um estrondo, quando os ossos se aproximaram uns dos outros. 8Olhei e vi nervos e carne crescendo sobre os ossos e, por cima, a pele que se estendia. Mas não tinham nenhum sopro de vida. 9Ele me disse: “Profetiza para o espírito, profetiza, filho do homem! Dirás ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, vem soprar sobre estes mortos, para que eles possam voltar à vida”. 10Profetizei como me foi ordenado, e o espírito entrou neles. Eles voltaram à vida e puseram-se de pé: era uma imensa multidão! 11Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. É isto que eles dizem: ‘Nossos ossos estão secos, nossa esperança acabou, estamos perdidos! ’ 12Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; 13e quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. 14Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 107, 2-9 (R: 1)
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
– Que o digam os libertos do Senhor, que da mão dos opressores os salvou e de todas as nações os reuniu, do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
– Uns vagavam, no deserto, extraviados, sem acharem o caminho da cidade. Sofriam fome e também sofriam sede, e sua vida ia aos poucos definhando.
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
– Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Pelo caminho bem seguro os conduziu para chegarem à cidade onde morar.
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
– Agradeçam ao Senhor por seu amor e por suas maravilhas entre os homens! Deu de beber aos que sofriam tanta sede e os famintos saciou com muitos bens!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 22,34-40
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”
37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Pio X Papa
- por Pe. Alexandre
Celebramos, hoje, um Papa que mereceu ser reconhecido por santo, embora na humildade típica das almas abençoadas, José Sarto respondia àqueles que o chamavam de santo: “Não santo, mas Sarto”.
Nascido em 1835 ao norte da Itália e de família muito simples e religiosa, o pequeno José, com muito esforço e sacrifício conseguiu – com o apoio dos pais – estudar e entrar para o Seminário. Com sua permanente autodefinição: “um pobre vigário da roça”, José Sarto percorreu com simplicidade o caminho que o Espírito Santo traçou da responsabilidade de vigário de uma pequena aldeia até o Papado.
Tomando o nome de Pio X, chamava a atenção pela modéstia e pobreza que o possibilitava à vivência da sua ideia-força: “Restaurar todas as coisas em Cristo”. São Pio X foi Papa de 1903 a 1914. Ocupado com a pastoral, São Pio X realizou reformas na liturgia, favoreceu a comunhão diária e a comunhão das crianças, sendo que no campo doutrinal rebateu por amor à Verdade o relativismo moderno.
Sorridente, pai e pastor, São Pio X entrou no Céu com 79 anos, deixando para a Igreja o seu testemunho de pobreza, pois conta-se o fato, tomou dinheiro emprestado para comprar as passagens de ida e volta rumo ao conclave que o teria escolhido Papa, pois não acreditava num erro do Espírito Santo.
São Pio X, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
16. SÃO PIO X
Papa
Memória
– A necessidade de dar doutrina. Empregar todos os meios ao nosso alcance.
– Serenidade e bom humor nas dificuldades.
– Amor à Igreja e ao Papa.
São Pio X nasceu na pequena cidade de Riese, no norte da Itália, no dia 2 de junho de 1835. Quando criança, conheceu as estreitezas de uma família simples de dez filhos; seu pai era o meirinho da aldeia. Distinguiu-se pelo seu contínuo serviço à Igreja e às almas como pároco, Patriarca Arcebispo de Veneza e Sumo Pontífice. Mostrou uma energia santa em defender a pureza da doutrina, revalorizou e dignificou a Sagrada Liturgia e difundiu a prática da comunhão freqüente. Adotou como lema do seu Pontificado: Instaurare omnia in Christo. Morreu no dia 20 de agosto de 1914.
I. O SENHOR FIRMOU COM ELE uma aliança de paz e designou-o como chefe do seu povo e sacerdote para sempre1.
Os anos do Pontificado de São Pio X foram particularmente atribulados devido às transformações internas de muitas nações, que tiveram sérias repercussões na vida dos fiéis cristãos. Contudo, o verdadeiro vendaval que assolou a Igreja no seu tempo foi de caráter ideológico e doutrinal: as tentativas de conciliar a fé com uma filosofia que estava muito longe dela nos seus princípios, desembocaram em numerosos erros muito difundidos. Essas ideologias atacavam os próprios fundamentos da doutrina católica e conduziam diretamente à sua negação2.
Na sua profunda preocupação por deter o curso desses males que de mil formas atingiam o povo fiel3, São Pio X tornou realidade o lema do seu Pontificado: instaurar todas as coisas em Cristo4. Insistiu com freqüência no mal que a ignorância causa à fé: “É inútil esperar – costumava dizer – que quem não tem formação possa cumprir os seus deveres de cristão”. Exortava constantemente a ensinar o Catecismo.
Dessa sua solicitude pela formação dos cristãos surgiu o chamado Catecismo de São Pio X, que tanto bem fez à Igreja. Todo o seu Magistério refletiu a sua ânsia de dar doutrina a um mundo que estava faminto e necessitado dela. E ele próprio, já sendo Papa, não quis abandonar os meios tradicionais de catequese. Até 1911, costumava ensinar o Catecismo no Cortile de São Dâmaso e em outros locais do Vaticano. Todos os domingos convidava os fiéis de uma paróquia romana a assistir à Missa que lhes celebrava e em que lhes explicava o Evangelho.
Uma boa parte dos erros que São Pio X combateu parecem ter adquirido foros de cidadania nos nossos dias. E em países evangelizados há quase vinte séculos, são muitos os que desconhecem as verdades mais elementares da fé e se encontram indefesos, deixando-se arrastar por esses erros, com a cumplicidade das suas próprias paixões5. Os apelos que São Pio X fez no seu tempo, alertando para a necessidade de conservar e difundir a boa doutrina, continuam a ser plenamente atuais. É especialmente urgente que todos os cristãos, por todos os meios ao seu alcance, dêem a conhecer os ensinamentos da Igreja sobre o sentido da vida, o fim do homem e o seu destino eterno, o matrimônio, a generosidade no número de filhos, o direito e dever dos pais de escolherem a formação que os seus filhos devem receber, a doutrina social da Igreja, o amor ao Papa e aos seus ensinamentos… Lembremo-nos de que é preciso pôr remédio à mentalidade laicista que nos envolve, à livre opinião em matéria moral que, virando as costas aos preceitos divinos, acaba por minar as próprias bases da convivência social e por destruir a dignidade humana. É grande a sementeira de bem que temos de espalhar à nossa volta. E assim nós mesmos nos robusteceremos. Como recordou o Papa João Paulo II, “a fé se fortalece dando-a!”6
II. SÃO PIO X DISTINGUIU-SE pela grande firmeza com que enfrentou um ambiente freqüentemente adverso; ao mesmo tempo, era muito humilde e simples. A primeira Leitura da Missa7 traz-nos umas palavras de São Paulo aos tessalonicenses que bem podiam ter sido escritas pelo Santo Pontífice: Tendo sofrido e tolerado afrontas, tivemos confiança no nosso Deus para vos pregar o Evangelho de Deus no meio de uma forte oposição. No entanto, São Pio X – como São Paulo – manteve-se sereno e alegre no meio das dificuldades, porque a sua vida estava fortemente enraizada na oração.
Também não lhe faltou bom humor. Um soldado da guarda suíça lembra-se de que certa vez lhe coube montar guarda à noite num pátio debaixo da janela do quarto de dormir do Papa. Com a alabarda ao ombro, o soldado caminhava de um lado para o outro. Seus passos ressoavam nas lousas. A certa altura da noite, abriu-se a janela e apareceu a figura do Papa: “Bom homem, que faz aí?” O soldado explicou a sua tarefa como pôde. E São Pio X, benevolente, recomendou-lhe: “Vá descansar, que será melhor. Assim poderemos dormir você e eu”8.
São Pio X teve fama de fazer milagres em vida. Certo dia, os seus antigos paroquianos foram visitá-lo. E com a simplicidade e confiança que sempre tinham tido com ele – e também com total falta de tato –, perguntaram-lhe: “Dom Beppo (assim o chamavam quando era pároco), é verdade que o senhor faz milagres?” E o Papa, com simplicidade e bom humor, respondeu-lhes: “Vejam…, aqui no Vaticano, é preciso fazer um pouco de tudo”9. Mas um bispo brasileiro, tendo ouvido falar da fama de santidade do Pontífice, viajou a Roma nos primeiros meses de 1914 para implorar do Santo a cura de sua mãe, que tinha sido atacada de lepra. Ante a sua insistência, o Papa exortou-o a pedir a cura a Nossa Senhora e a algum outro santo. Mas o bispo insistiu: “Ao menos, digne-se repetir as palavras de Nosso Senhor ao leproso: Volo, mundare! (quero, fica limpo). E o Papa, com um sorriso condescendente, repetiu: Volo, mundare! Quando o bispo regressou à sua pátria, encontrou a sua mãe curada da lepra”10.
Entre as graves responsabilidades e a dureza de tantos acontecimentos que São Pio X teve de enfrentar, o Senhor concedeu-lhe a graça de não perder a simplicidade e o bom humor. São duas virtudes humanas que nós que tomamos a sério a nossa fé, vivida no meio do mundo, podemos pedir hoje ao Senhor por intercessão desse Santo Pontífice. Ajudar-nos-ão a sentir-nos filhos de Deus, a estar serenos e alegres perante qualquer dificuldade.
III. SÃO PIO X AMOU e serviu a Igreja com suma fidelidade. Desde o começo do seu Pontificado, empreendeu uma série de profundas reformas. De modo particular, dedicou especial atenção aos sacerdotes, de quem esperava tudo. Da santidade deles – disse muitas vezes e de diversas maneiras – dependia em grande medida a santidade do povo cristão. No cinqüentenário da sua ordenação sacerdotal, dedicou aos sacerdotes uma exortação11 que tinha por subtítulo: Sobre como devem ser os sacerdotes de que a Igreja precisa. Pedia, sobretudo, sacerdotes santos, inteiramente dedicados ao seu trabalho de almas.
Muitos dos problemas, necessidades e circunstâncias dos onze anos de pontificado de Pio X continuam a ser atuais. Por isso, hoje pode ser uma boa ocasião para examinarmos como é o nosso amor com obras à Igreja; se, no meio dos nossos afazeres temporais, cada um de nós tem “uma viva consciência de ser um membro da Igreja, a quem foi confiada uma tarefa original, insubstituível e intransmissível, que deve levar a cabo para o bem de todos”12: dar boa doutrina, aproveitando as ocasiões ou criando-as; ajudar os outros a encontrarem o caminho da sua reconciliação com Deus por meio da confissão sacramental; pedir diariamente e oferecer horas de trabalho bem acabado pela santidade dos sacerdotes; contribuir generosamente para a sustentação da Igreja e das obras de caridade; servir de eco ao Magistério do Papa, principalmente em assuntos relativos à justiça social, à moralidade pública, ao ensino, à família… “Que alegria poder dizer com todas as forças da minha alma: – Amo a minha Mãe, a santa Igreja”13. Um amor que se traduz todos os dias em obras concretas.
Examinemos também como é o nosso amor filial ao Papa, que para todos os cristãos deve ser “uma formosa paixão, porque nele vemos Cristo”14. Meditemos hoje se rezamos todos os dias pela pessoa do Sumo Pontífice, para que o Senhor o guarde e o vivifique e o faça feliz na terra…
Ó Deus – pedimos com a coleta da Missa de hoje –, que para defender a fé católica e instaurar todas as coisas em Cristo, cumulastes o Papa São Pio X de sabedoria divina e coragem apostólica, concedei-nos que, dóceis às suas instruções e exemplos, alcancemos o prêmio eterno.
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