24 de Setembro de 2020
25a semana comum Quinta -feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA – XXV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se chamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu Deus para sempre.
Oração do dia
– Ó Pai, que resumistes toda lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ecl 1,2-11
– Leitura do livro do Eclesiastes: 2“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 3Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol? 4Uma geração passa, outra lhe sucede, enquanto a terra permanece sempre a mesma. 5O sol se levanta, o sol se deita, apressando-se para voltar a seu lugar, donde novamente torna a levantar-se. 6Dirigindo-se para o sul e voltando para o norte, ora para cá, ora para lá, vai soprando o vento, para retomar novamente o seu curso. 7Todos os rios correm para o mar, e, contudo, o mar não transborda; voltam ao lugar de onde saíram para tornarem a correr. 8Tudo é penoso, difícil para o homem explicar. A vista não se cansa de ver, nem o ouvido se farta de ouvir. 9O que foi será; o que aconteceu, acontecerá: 10não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: “Eis aqui algo de novo”, também esta já existiu nos séculos que nos precederam. 11Não há memória do que aconteceu no passado, nem também haverá lembrança do que acontecer, entre aqueles que viverão depois.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 90,3-6.12-14.17 (R: 1)
– Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
R: Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
– Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.
R: Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
– Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.
R: Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
– Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
R: Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
– Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.
R: Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim
(Jo 14,6)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9,7-9
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Geraldo
- por Pe. Alexandre
O santo de hoje nasceu em Veneza, em 980. Estudou em escola beneditina e teve uma ótima formação, que inclui o zelo pela salvação das almas. Abraçou a vida religiosa na Ordem Beneditina e em pouco tempo São Geraldo chegou ao serviço de abade do mosteiro.
Voltando de uma viagem à Terra Santa, passou pela Hungria e a pedido do rei assumiu a missão de evangelizar com seu grupo aquela nação. Combateu as idolatrias e o sagrado Bispo não deixava de recorrer e recomendar a Onipotência Suplicante da Virgem Maria.
Com a morte do rei, entrou a luta pelo poder e ele lutou pela paz onde reinava a discórdia. Um dos pretendentes não só era contra o Bispo, mas cultivava ódio pelo Cristianismo.
Numa viagem em socorro do povo com a fé ameaçada, São Geraldo foi preso e apedrejado até a morte pelos inimigos da fé, isto em 24 de setembro de 1046. Deixou escrito lindos testemunhos do religioso Bispo e fiel cristão, o qual tornou-se com a graça de Deus.
São Geraldo, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
26. NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
– A nossa Mãe Santa Maria, eficaz intercessora para nos livrar de todos os apegos.
– As suas mãos estão cheias de graças e dons.
– Recorrer sempre a Ela.
Esta festa comemora a fundação da Ordem dos Mercedários, dedicada nas suas origens à redenção dos cativos. Conta uma piedosa tradição que a Santíssima Virgem apareceu certa noite ao Rei Jaime I de Aragão, a São Raimundo de Peñafort e a São Pedro Nolasco, pedindo-lhes que instituíssem uma Ordem para libertar os cristãos que tinham caído em poder dos muçulmanos. Para recordar o episódio, criou-se esta festa, que o Papa Inocêncio XII estendeu a toda a cristandade no século XVII. Atualmente, é celebrada em alguns lugares. Tem uma Missa própria no volume de Missas da Virgem Maria, publicado por João Paulo II.
I. A MINHA ALMA glorifica o Senhor porque Ele auxiliou Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia, conforme tinha prometido aos nossos pais1.
A Santíssima Virgem é venerada sob o título de Nossa Senhora das Mercês em muitos lugares da Espanha e da América Latina. Sob essa invocação, nasceu uma Ordem religiosa que teve como missão resgatar os cativos cristãos em poder dos muçulmanos. “Todos os símbolos das imagens de Nossa Senhora das Mercês recordam-nos a sua função libertadora: cadeias quebradas e grilhões abertos, como os seus braços e as suas mãos estendidas oferecendo a liberdade […], o seu filho Redentor”2. Atualmente, a Ordem dedica os seus esforços principalmente à libertação das cadeias do pecado, mais fortes do que a pior das prisões.
Nesta festa da nossa Mãe, devemos lembrar-nos dos nossos irmãos que são marginalizados de diferentes maneiras por causa da sua fé, ou que sofrem num ambiente hostil à sua conduta e princípios cristãos. Trata-se por vezes de uma perseguição sem sangue, a da calúnia e da maledicência, que os cristãos já tiveram ocasião de experimentar desde as origens da Igreja e que não é desconhecida nos nossos dias, mesmo em países de forte tradição cristã.
Deus também sofre nos nossos dias, nos seus membros. Naturalmente, “não chora nos céus, onde habita numa luz inacessível e onde goza eternamente de uma felicidade infinita. Deus chora na terra. As lágrimas deslizam sem cessar pela face divina de Jesus, que, mesmo sendo um com o Pai celestial, sobrevive e sofre aqui na terra […]. E as lágrimas de Cristo são lágrimas de Deus.
“Deste modo, Deus chora em todos os aflitos, em todos os que sofrem, em todos os que choram no nosso tempo. Não podemos amá-lo se não enxugarmos as suas lágrimas”3. A paixão de Cristo continua de certo modo nos nossos dias. Ele continua a passar com a Cruz às costas pelas nossas ruas e praças. E nós não podemos ficar indiferentes, como meros espectadores.
A primeira Leitura da Missa4 fala-nos de Judite, aquela mulher que, com grande valentia, libertou o Povo eleito do assédio de Holofernes. Assim cantavam todos, cheios de alegria: Tu és a glória de Jerusalém; tu, a alegria de Israel; tu, a honra do nosso povo. Porque o teu coração se encheu de coragem, ó benfeitora de Israel… A Igreja aplica à Virgem das Mercês este cântico de júbilo, pois Ela é a nova Judite, que com o seu fiat trouxe a salvação ao mundo e cooperou de modo único e singular na obra da nossa salvação. Associada à sua Paixão junto da Cruz, é agora elevada à cidade celeste, advogada nossa e dispensadora dos tesouros da redenção5. Recorremos hoje à Virgem como eficaz intercessora, para que induza os nossos amigos, parentes ou colegas que se encontram afastados do seu Filho a aproximar-se dEle, especialmente por meio do sacramento da Penitência, e para que fortaleça e alivie aqueles que de alguma forma sofrem perseguição por serem fiéis à fé.
Recorremos a Ela para pedir-lhe também pelas nossas pequenas ou grandes necessidades. A nossa Mãe do Céu sempre se distinguiu pela sua generosidade em conceder mercês.
II. O EVANGELHO DA MISSA relata-nos o momento em que o Senhor nos deu a sua Mãe como Mãe nossa: Jesus, pois, tendo visto a sua Mãe, e perto dela o discípulo que ele amava, disse à sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E, dessa hora em diante, o discípulo a teve em sua casa6.
O Senhor deu-nos Maria como Mãe amantíssima7. Ela cuida sempre com afeto maternal dos irmãos do seu Filho que se encontram em perigo e ansiedade, para que, quebradas as cadeias de toda a opressão, alcancem a plena liberdade do corpo e do espírito8. As suas mãos estão sempre cheias de graças e de dons – de mercês –, para derramá-los sobre os seus filhos. Sempre que nos sintamos preocupados ou aflitos, recorramos como que por instinto à nossa Mãe do Céu; e façamo-lo especialmente se em algum momento se apresenta uma complicação interior – esses nós e enredos que o demônio tende a armar nas almas, que separam dos outros e dificultam o caminho que conduz a Deus. Ela é o Auxílio dos cristãos, como dizemos na Ladainha, nosso auxílio e socorro nessa longa navegação que é a vida, na qual encontramos ventos e tempestades.
Nós, os cristãos, temos mil maneiras de recorrer a Nossa Senhora: olhando com devoção para uma imagem que tenhamos no quarto, no meio da rua, quando se apresenta uma tentação, com a recitação do terço… Um dos mais antigos testemunhos da devoção filial à Virgem é a oração Sub tuum praesidium confugimus… “À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as súplicas que em nossas necessidades Vos dirigimos, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa e bendita”9, e a oração Memorare ou Lembrai-vos, que podemos rezar todos os dias pela pessoa da família que mais precise de ajuda naquele momento.
Dizemos à nossa Mãe, com versos de um poeta que se lêem num nicho de uma rua da cidade de Barcelona, da qual é Padroeira: Virgem e Mãe, / nosso consolo, / fazei-nos encon-
trar o bom caminho. / Eu sou homem, sou vosso filho. / Vós sois a estrela, eu o peregrino. Tu iluminarás sempre o meu caminho.
III. MULHER, EIS AÍ O TEU FILHO. Ao aceitar o Apóstolo João como filho, a Virgem mostra o seu incomparável amor de Mãe. “E naquele homem – orava o Papa João Paulo II – foi-te confiado cada homem, todos os homens. E Tu, que no momento da Anunciação, naquelas simples palavras: Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38), concentraste todo o programa da tua vida, abraças a todos, procuras maternalmente a todos […]. Perseveras de maneira admirável no mistério de Cristo, teu Filho unigênito, porque estás sempre onde quer que estejam os homens seus irmãos, onde quer que esteja a Igreja”10. As suas mãos encontram-se sempre cheias de graças, sempre dispostas a derramá-las sobre os homens.
São João recebeu Maria em sua casa e cuidou dela com extrema delicadeza até que subiu aos céus em corpo e alma: E, dessa hora em diante, o discípulo a teve em sua casa. “Os autores espirituais viram nestas palavras do Santo Evangelho um convite dirigido a todos os cristãos para que todos saibamos também introduzir Maria em nossas vidas. Em certo sentido, é um esclarecimento quase supérfluo, porque Maria quer sem dúvida que a invoquemos, que nos aproximemos dEla com confiança, que recorramos à sua maternidade, pedindo-lhe que se manifeste como nossa Mãe”11.
Mostra que és Mãe! Tantas vezes lho temos pedido! E Ela jamais deixou de escutar-nos. Não nos esqueçamos nunca de que a presença da Virgem na Igreja, e portanto na vida de cada um, é sempre “uma presença materna”12, que tende a facilitar-nos o caminho, a livrar-nos dos extravios – pequenos ou grandes – a que nos conduz a nossa torpeza. O que seria de nós sem os seus desvelos maternais! Procuremos ser bons filhos.
Nossa Senhora está sempre atenta às necessidades de cada um dos que se confiam à sua intercessão. E o poeta catalão prossegue os seus versos: Por que nos olhas, Virgem Santa, / com esses olhos tão abertos? / Cria sempre na nossa alma / um santo estremecimento! / Que os milagres de outrora / se repitam hoje em dia, / livra-nos do pecado / e de uma vil covardia!
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