09 de Outubro de 2020
27a semana do tempo comum Sexcta-feira
- por Pe. Alexandre
SEXTA FEIRA – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).
Oração do dia
– Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gl 3,7-14
– Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas: Irmãos, 7ficai pois cientes que os que creem é que são verdadeiros filhos de Abraão.8E a Escritura, prevendo que Deus justificaria as nações pagãs pela fé, anunciou, muito antes, a Abraão: “Em ti serão abençoadas todas as nações”. 9Portanto, os crentes são abençoados com o crente Abraão. 10Aliás, todos os que põem sua confiança na prática da Lei estão ameaçados pela maldição, porque está escrito: “Maldito quem não cumprir perseverantemente tudo o que está escrito no livro da Lei”. 11Pela Lei ninguém se justifica perante Deus; isso é evidente porque o justo vive da fé. 12E a Lei não se funda na fé, mas no cumprimento: Aquele que cumpre a Lei, por ela viverá. 13Cristo resgatou-nos da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós, pois está escrito: Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro. 14Assim a bênção de Abraão se estendeu aos pagãos em Cristo Jesus e pela fé recebemos a promessa do Espírito.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 111,1-6 (R: 5b)
– O Senhor se lembra sempre da Aliança!
R: O Senhor, se lembra sempre da Aliança!
– Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!
R: O Senhor, se lembra sempre da Aliança!
– Que beleza e esplendor são os seus feitos! Sua justiça permanece eternamente! O Senhor bom e clemente nos deixou a lembrança de suas grandes maravilhas.
R: O Senhor, se lembra sempre da Aliança!
– Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações.
R: O Senhor, se lembra sempre da Aliança!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Agora o príncipe deste mundo há de ser lançado fora; quando eu for elevado da terra, atrairei para mim todo ser (Jo 12,31).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,15-26
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, Jesus estava expulsando um demônio. 15Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios”. 16Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17Mas, conhecendo seus pensamentos, Jesus disse-lhes: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. 18Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. 20Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus.
21Quando um homem forte e bem armado guarda a própria casa, seus bens estão seguros. 22Mas, quando chega um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou.
23Quem não está comigo está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa. 24Quando o espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos, à procura de repouso; não o encontrando, ele diz: ‘Vou voltar para minha casa de onde saí’. 25Quando ele chega encontra a casa varrida e arrumada. 26Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí. No fim, esse homem fica em condição pior do que antes”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João Leonardo
- por Pe. Alexandre
O fundador do Instituto dos Clérigos Regulares da Mãe de Deus e da Congregação De Propaganda Fide foi inexplicavelmente recusado pela ordem franciscana. Ou melhor, foi uma providencial recusa, pois que este luquês, filho de Tiago e Joana Lippi — aprendiz de farmácia e estudante por conta própria, refugiado em Roma durante alguns anos, depois da ordenação sacerdotal —, teve ocasião de travar amizade com dois grandes santos: Filipe Néri e José Calasanz, e de fazer-se apreciar pelo papa, que lhe confiou delicadas missões. No desempenho destas, suas qualidades de homem prudente e caritativo eram as mais indicadas para que ele servisse de mediador e restabelecesse a disciplina em antigos conventos onde se infiltrara o espírito alegre e gozador da vida do Renascimento.
Na juventude, João Leonardo, embora longe de casa e dos olhos vigilantes dos pais, estudante de medicina em Lucca, não se perdeu atrás de alegres companhias estudantis, mas, sob a guia do frade dominicano Bernardini, recolheu em torno de si alguns companheiros. Com estes, dedicou-se ao voluntariado para a assistência aos idosos abandonados e aos peregrinos.
Ordenado sacerdote, foi-lhe confiada a igreja de São João della Magione, onde pôs em prática um de seus audaciosos projetos, instituindo uma escola para o ensino da religião — primeiro núcleo da Congregação dos Clérigos Regulares, com sede junto à igreja de Santa Maria da Rosa.
O instituto foi aprovado em 1593, embora, como ficou dito, ele tivesse sido levado a afastar-se de Lucca por causa das manifestações de incompreensão (não raras na vida dos santos).
Em Roma, impelido pelo espírito missionário, excogitou e programou com o espanhol Vives uma congregação de sacerdotes que desenvolvessem seu apostolado entre os infiéis. Nascia assim a Congregação De Propaganda Fide, de Roma, destinada a influir profundamente na história missionária da Igreja universal.
João morreu em Roma a 8 de outubro; beatificado em 1861, foi inscrito no elenco dos santos em 17 de abril de 1938.
Meditação
- por Pe. Alexandre
Pelo dedo de Deus… (Lc 11,15-26)
Mesmo no Antigo Testamento, antes da Encarnação do Verbo, quando Deus ainda era puro espírito e não tinha corpo, os textos sagrados já adotavam expressões antropomórficas para falar das manifestações do Senhor. Seus “olhos” tudo veem (cf. Sl 11,4), as nuvens são o pó de seus “pés” (cf. Na 1,3), seu “braço” imobilizou os egípcios (cf. Ex 15,16), suas próprias “mãos” curam os que ele feriu (cf. Jó 5,18) e foi o “dedo” de Deus que gravou a Lei nas tábuas do Sinai (cf. Dt 31.18).
Algum texto dos Padres da Igreja chega a apresentar as três Pessoas da Trindade como o braço (o Pai), a mão (o Verbo) e o dedo (o Espírito). Na liturgia, o Espírito Santo é chamado de “digitus paternae dexterae”, ou seja, o dedo da mão direita do Pai.
Assim, quando Deus decide “agir” e manifestar-se pontualmente na História dos homens, ele descobre seu braço, levanta a mão e aponta o seu dedo. Quem recebeu o dom do discernimento logo observa: “Aqui está o dedo de Deus!”
Esse mesmo discernimento não tiveram – ou não o quiseram ter! – aqueles contemporâneos de Jesus que afirmavam: “É pelo poder de Belzebu, o chefe dos demônios, que ele expulsa os demônios” (Lc 11,15). Foram incapazes de ver o “dedo de Deus” nos sinais que eram realizados pelo Rabi de Nazaré, entre estes as curas instantâneas, a visão recuperada, o pão multiplicado, os possessos libertados e Lázaro devolvido à vida. O “dedo de Deus” ali estava, mas não o reconheceram.
E neste nosso tempo, já em pleno Séc. XXI? Ainda se vê o dedo de Deus. O Senhor continua vivo e ativo em nosso meio? Percebemos suas pegadas na poeira desta geração?
Uma das táticas do inimigo consiste em achar “explicações” racionais para os sinais que Deus nos dá. Curas se reduzem a eventos psicossomáticos, possessos são apenas uns pobres epilépticos, a Providência é rebaixada a coincidências. Os milagres do Evangelho são logo traduzidos como traços da ignorância e da superstição dos antigos.
Os santos, porém, não são assim. Eles percebem com clareza o dedo de Deus em suas vidas e em seus trabalhos. E em tudo manifestam a mais profunda gratidão…
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