18 de Outubro de 2020

29a semana do tempo comum Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – XXIX SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – I semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 45,1.4-6

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Isto diz o Senhor sobre Ciro, seu Ungido: “Tomei-o pela mão para submeter os povos ao seu domínio, dobrar o orgulho dos reis, abrir todas as portas à sua marcha, e para não deixar trancar os portões. 4Por causa de meu servo Jacó, e de meu eleito Israel, chamei-te pelo nome; reservei-te, e não me reconheceste. 5Eu sou o Senhor, não existe outro: fora de mim não há deus. Armei-te guerreiro, sem me reconheceres, 6para que todos saibam, do oriente ao ocidente, que fora de mim outro não existe. Eu sou o Senhor, não há outro”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 96,1.2a.3.4-5.7-8.9-10ac (R: 7ab)

 

– Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!
R: Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!

R: Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

– Pois Deus é grande e muito digno de louvor, é mais terrível e maior que os outros deuses, porque um nada são os deuses dos pagãos. Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus.

R: Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

– Ó família das nações, dai ao Senhor, ó nações, dai ao Senhor poder e glória, dai-lhe a glória que é devida ao seu nome! Oferecei um sacrifício nos seus átrios.

R: Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

– Adorai-o no esplendor da santidade, terra inteira, estremecei diante dele! Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!”, pois os povos ele julga com justiça.

R: Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória!

2ª Leitura: 1Ts 1,1-5b

 

– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses: 1Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: a vós, graça e paz! 2Damos graças a Deus por todos vós, lembrando-vos sempre em nossas orações. 3Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. 4Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos. 5bPorque o nosso Evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força que é o Espírito Santo; e isso, com toda a abundância.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Como astros no mundo, vós resplandeçais, mensagens de vida ao mundo anunciando; da vida a Palavra, com fé, proclameis, quais astros luzentes no mundo brilheis (Fl 2,15).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 22,15-21

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 15os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. 16Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. 17Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?” 18Jesus percebeu a maldade deles e disse: “Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? 19Mostrai-me a moeda do imposto!” Levaram-lhe então a moeda. 20E Jesus disse: “De quem é a figura e a inscrição desta moeda?” 21Eles responderam: “De César”. Jesus então lhes disse: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Lucas Evangelista

- por Pe. Alexandre

Estamos em festa na liturgia da Igreja, pois lembramos a vida e o testemunho do evangelista São Lucas.

Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios em diversos lugares externa a alta consideração que tinha por Lucas, como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma da inspiração e da vivência comunitária, resultando no Evangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos.

No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo, deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então vem evangelizando com coragem, ousadia e amor incansável todos os povos.

Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do séc. VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no séc. IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria: o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, “médico queridíssimo”. Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que “Lucas é o único companheiro” na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos: “Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz”. É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4,14): “Saúda-vos Lucas, nosso querido médico”.

São Lucas, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Mostrai-me a moeda! (Mt 22,15-21)

 

Desde que a vida comercial trocou o simples escambo pela utilização de moedas, cabia aos poderosos e aos governos regionais a cunhagem dessas peças. Naturalmente, o dinheiro, símbolo de poder, logo foi “divinizado”, passando de simples mediação de troca a autêntico ídolo, que ainda hoje permanece a competir com o verdadeiro Deus, atraindo as almas e seduzindo os corações.

 

Dizem os historiadores que as peças de metal foram chamadas de “moedas” porque, na Roma antiga, eram cunhadas no templo da deusa Juno Moneta. Logo no começo, para autenticar o dinheiro, as moedas traziam a efígie do soberano local. Assim, na Palestina romana, circulavam moedas com a imagem de César. Foi uma dessas moedas que apresentaram a Jesus, na passagem do Evangelho de hoje.

Os inimigos de Jesus lhe propõem uma situação capciosa: “É lícito, ou não, pagar o tributo a César?” Sob a dominação romana, os judeus odiavam o invasor. Se Jesus aprovasse o pagamento de tributos, seria alvo da antipatia popular. Se o desaprovasse, apresentava-se como “subversivo”, alguém que incitava a revolta contra o poder instituído.

Detalhe: os mestres judeus entendiam que a Lei mosaica proibia a fabricação de imagens, ainda mais de entidades que pedissem algum tipo de culto religioso, como o que se estabeleceu em relação aos césares romanos, com estátuas, templos e incensos.

 

Aos seus interrogadores, Jesus pede para ver uma moeda. Claro, a moeda foi logo tirada do bolso de um dos escribas ou doutores da lei, ficando claro que eles mesmos faziam uso das moedas estrangeiras e lucravam com elas. Ora, se a moeda tinha a efígie de César – como eles mesmos reconheceram -, não devia haver nada de mal em devolvê-la a seu legítimo dono.

Já os corações humanos – que traziam desde a criação a imagem e semelhança do Criador, como registrava o Gênesis -, esses, sim, pertenciam a Deus. Não poderiam ser entregues a nenhum poder deste mundo. Sem dúvida, uma resposta magistral!

            E nós, neste início de milênio, a quem entregamos o nosso coração? A Deus ou ao dinheiro?

 

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