Clipe – Aos Pequeninos

“Quando deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a direita, de modo que tua esmola fique em segredo. E teu Pai, que vê o que está em segredo, te retribuirá”. (Mt 6, 3-4)

Teólogos e estudiosos batem há anos na mesma tecla: caridade não é oferecer moedas como se tratasse de uma fria esmola nem fazer doações a obras de beneficência. A caridade deve vir do amor que nasce do coração de Cristo. O mérito não está nem no pouco nem no muito, mas na vontade de dar. Não se pode ter um coração para amar a Deus e outro para querer bem ao próximo. Por isso a caridade é considerada pelo Catecismo uma prática de justiça que agrada a Deus.

São Leão Magno, um dos maiores papas da história da Igreja, dá à caridade o nome de misericórdia. “Não só os ricos podem beneficiar os outros com a esmola, mas quantos vivem em condições modestas e pobres. Assim, desiguais nos bens de fortuna, todos podem ser iguais nos sentimentos de piedade da alma”.

Visitar um doente idoso, oferecer ajuda, perguntar se está bem, incentivá-lo a fazer planos nas coisas mais lindas que desejar. Levar um áudio com canto de passarinho, contar uma história de final feliz. Mostrar que por onde vamos indo há esperança ainda, nem ele, nem você, nenhum de nós está sozinho – todos fazemos parte do caminho. E foi assim que passamos a cuidar dos desabrigados de afeto, dos moradores de rua, procurando tirá-los dessas frias estatísticas e repartindo com eles nosso coração que nem pão.

A Bom Jesus do Vale, desde o princípio, começou a cuidar dos moradores de rua, com a sua já conhecida marmita, feita por gente feliz que passa o dia cozinhando. Agora, a BJV lança a coleta de cobertores para se transformarem em abrigo quentinho. É tanta gente para agradecer. A cada um o nosso coração agradecido.

Até quando ficaremos assim? Ninguém sabe. Mas nós, o povo de Deus, sabemos que no tempo certo chegará o dia de atravessarmos o rio a pé enxuto e voltarmos para a normalidade dos dias. Reencontraremos os lírios que enfeitam a mata e ouviremos as cigarras nos saudando na chegada. A vida civil está nos separando uns dos outros, afastando corpos e mãos. Mas a vida cristã não para e nos une pelo coração. Haveremos de encontrar oásis no nosso deserto. Somos o povo de Deus. Ele habita nossos corações.

Composição: Enos Araujo

Interprete: Denise Gomes

Agradecimentos: Paroquia Bom Jesus do Vale

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