01 de Abril de 2022

4a Semana da Quaresma Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA IV SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Salvai-me, ó Deus, por vosso nome, libertai-me por vosso poder. Deus ouvi a minha oração, escutai as palavras que vos digo (Sl 53,3).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que preparastes para a nossa fraqueza os auxílios necessários à nossa renovação, dai-nos recebê-los com alegria e vê-los frutificar em nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Sb 2, 1a.12-22

– Leitura do livro da Sabedoria – 1aDizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios:12 “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprovam as faltas contra a nossa disciplina. 13Ele declara possuir o conhecimento de Deus e chama-se ‘filho de Deus’. 14Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos e só o vê-lo nos é insuportável; 15sua vida é muito diferente da dos outros, e seus caminhos são imutáveis. 16Somos comparados por ele à moeda falsa e foge de nossos caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos e gloria-se de ter a Deus por pai. 17Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovaremos o que vai acontecer com ele. 18Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. 19Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência; 20vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro”. 21Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois a malícia os torna cegos, 22não conhecem os segredos de Deus, não esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio reservado às vidas puras.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 34,17- 21.23 (R: 19a)

 

– Do coração atribulado está perto o Senhor.

R: Do coração atribulado está perto o Senhor.

 

– O Senhor volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.

R: Do coração atribulado está perto o Senhor.

 

– Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta.

R: Do coração atribulado está perto o Senhor.

 

– Mesmo os seus ossos ele os guarda e os protege, e nenhum deles haverá de se quebrar. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera.

R: Do coração atribulado está perto o Senhor.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 7,1-2.10.25-30

 

Glória a Cristo imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

Glória a Cristo imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

 

– O homem não vive somente do pão, mas de toda palavra da boca de Deus.

 

Glória a Cristo imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 1Jesus andava percorrendo a Galiléia. Evitava andar pela Galileia, porque os judeus procuravam matá-lo. 2Entretanto, aproximava-se a festa judaica das Tendas. 10Quando seus irmãos já tinham subido, então também ele subiu para a festa, não publicamente, mas sim como que às escondidas. 25Alguns habitantes de Jerusalém disseram então: “Não é este a quem procuram matar? 26Eis que fala em público e nada lhe dizem. Será que, na verdade, as autoridades reconheceram que ele é o Messias? 27Mas este, nós sabemos donde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde é”.  28Em alta voz, Jesus ensinava no Templo, dizendo: “Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que me enviou é fidedigno. Aquele que vós não conheceis, 29mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou“. 30Então, queriam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque ainda não tinha chegado a sua hora.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Ludovico Pavoni, doou-se total e concretamente pelo jovens

- por Pe. Alexandre

Contexto histórico
Ludovico Pavoni nasceu em Bréscia (Itália), no dia 11 de setembro de 1784, primeiro de cinco filhos. Viveu em um tmepo de mudanças políticas e sociais: a Revolução Francesa (1789), a Revolução Jacobina (1797), a dominação napoleônica com suas diversas denominações e, enfim, desde 1814, a dominação austríaca.

Política do amor aos jovens pobres
A política de Ludovico Pavoni, ordenado padre em 1807, foi sempre e unicamente a do amor. Renunciando à fáceis perspectivas de carreira eclesiástica, soube doar- se com generosa criatividade a quem tinha mais necessidade: os jovens e entre esses os mais pobres. Para eles abriu seu Oratório, em 1812.

Empenho catequético
Dedicava-se, ao mesmo tempo, como notará o bispo, a ajudar os párocos, instruindo, catequizando com homilias, catecismos e com retiros, fazendo grande bem à juventude, especialmente à mais pobre que tem maior necessidade.

Encargos e fundação
Aos 34 anos foi nomeado cônego da Catedral e lhe foi confiada a reitoria da basílica de São Barnabé.

Percebendo, no entanto, que muitos oratorianos, sobretudo os pobres, fraquejavam e se desviavam do bom caminho ao se inserirem no mundo do trabalho que, infelizmente, não garantia um ambiente moral e cristão sadio, Ludovico Pavoni decidiu fundar um Instituto beneficente ou Colégio de Artes onde, pelo menos, os órfãos ou os descuidados pelos próprios pais, fossem acolhidos, gratuitamente mantidos e educados de forma cristã. Ludovico sonhava habilitar os jovens para o desempenho de alguma profissão, a fim de formá-los, ao mesmo tempo, afeiçoados à religião, úteis à sociedade e ao Estado. Nasceu, assim, o Instituto de São Barnabé.

Oficinas de salvação
Entre as artes, a mais importante foi a Tipografia, querida por padre Pavoni como “Escola Tipográfica” que pode ser considerada a primeira Escola gráfica da Itália e que logo se torna uma verdadeira Editora. Com o passar dos anos, multiplicaram-se os ofícios ensinados em São Barnabé: em 1831, padre Pavoni enumera oito oficinas existentes: tipografia e calcografia, encadernação, livraria, ourivesaria, serralheria, carpintaria, tornearia e sapataria.

Seguindo a inspiração
O Instituto de São Barnabé reunia, pela primeira vez, o aspecto educativo, o assistencial e o profissional, mas a marca mais profunda, a ideia característica do novo Instituto era que os meninos pobres, abandonados pelos pais e parentes mais próximos, aí encontrassem tudo o que tinham perdido: não somente um pão, uma roupa e uma educação nas letras e artes, mas o pai e a mãe, a família de que a desventura os privou e com o pai, a mãe, a família, tudo o que um pobre podia receber e gozar.

Além do esperado…
Padre Pavoni pensou também nos camponeses e projetou uma Escola Agrícola. Em 1841, acolhe também deficientes auditivos.

Em 3 de junho de 1844, foi condecorado pelo imperador com o título de Cavaleiro da Coroa Férrea.

Para sustentar e dar continuidade ao Instituto, Ludovico Pavoni cultivava há muito, a idéia de formar com seus jovens mais fervorosos uma regular Congregação que, unida com os vínculos da caridade cristã e fundamentada nas virtudes evangélicas, dedique- se inteiramente ao acolhimento e à educação dos filhinhos abandonados e se disponha a estender gratuitamente seus cuidados também em favor da tão recomendada Casa da Indústria, prejudicada com a falta de mestres competentes nas artes.

Aprovação
Obtido o Decreto da finalidade da Congregação, por parte do Papa Gregório XVI, em 1843, alcançou finalmente a aprovação imperial, com a criação da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada.

Quanto à marca da nova família religiosa, os contemporâneos reconhecem-lhe a originalidade e a novidade, devendo a mesma compor-se de religiosos sacerdotes para a direção espiritual, disciplinar e administrativa da obra e de religiosos leigos para a condução das oficinas e a educação dos jovens. Surge assim a nova imagem do religioso trabalhador e educador: o irmão coadjutor pavoniano, inserido diretamente na missão específica da Congregação, com paridade de direitos e de deveres com os sacerdotes.

Morte no Domingo de Ramos
Com a saúde comprometida, Ludovico a teve agravada e na madrugada de 1º de abril, domingo de Ramos, morre.

Santidade
Na beatificação de Ludovico Pavoni, sancionada pelo papa Pio XII, o papa fala sobre a heroicidade das virtudes no qual é chamado de um outro Felipe Neri, precursor de São João Bosco, “rival” perfeito de São José Cottolengo.

A minha oração
“A sede pela salvação das almas habitava o coração de São Ludovico Pavoni. Senhor, que meu coração seja incendiado pelo ardor evangelizador. Dá-me o Teu Espírito Santo com cada um dos seus dons. Amém”.

São Ludovico Pavoni, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Foi Ele quem me enviou… (Jo 7,1-2.10.25-30)

 

Jesus Cristo é o missionário do Pai. Sua descida do seio da Trindade corresponde a um desígnio do Pai que deseja a salvação de toda a humanidade. Ao desejo do Pai, o Filho responde com seu sim integral, também ele revelador de um duplo amor: amor de compaixão pelos homens a serem salvos, mas também um amor de obediência ao Pai, que não quer a perdição de ninguém. Daí a resposta obediente do Filho: “Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade!” (Hb 10,7.9)

 

A atitude do Filho aponta o modelo a ser seguido por todo evangelizador. Não se trata de uma “profissão” escolhida pelo indivíduo; é claramente uma “vocação”, isto é, um chamado que vem de Deus, através da Igreja, que nos convoca a divulgar a Boa Notícia da qual ela é portadora: o Reino está próximo, a salvação permanece disponível a todos, Jesus morreu por nossos pecados. E Paulo grita: “já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus”. (Rm 8,1)

 

Em sua Carta apostólica “Evangelii Gaudium”, o Papa Francisco recorda a todos nós, os batizados, que a vocação ao anúncio do Evangelho não é algo opcional, mas um “dever” de todo cristão. Anúncio que não pode ser imposto, mas que deveria ocorrer por uma espécie de magnetismo, ao contemplarem nossa alegria e nosso estilo de vida.

 

“Por fim, frisamos que a evangelização está essencialmente relacionada com a proclamação do Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram. Muitos deles buscam secretamente a Deus, movidos pela nostalgia do seu rosto, mesmo em países de antiga tradição cristã. Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração.” (EG, 14)

 

Na fonte de uma vida dedicada ao Evangelho, verifica-se uma experiência filial. É por ser Filho que Jesus acolhe o íntimo anseio do Pai e, prontamente, se despoja dos privilégios divinos para assumir – em toda a sua fragilidade – nossa condição humana. E é com voz e sentimentos humanos que o amor do Pai nos é apresentado pelo Filho encarnado.

 

Assim também não estaremos dispostos a assumir o anúncio da Boa Nova se não experimentarmos em nós “os mesmos sentimentos de Cristo” (cf. Fl 2,5), ou seja, se não chegarmos a vivenciar a paternidade de Deus em nossas vidas. É exatamente esta “filiação” que nos faz ver todos os homens como nossos irmãos e desperta nossa responsabilidade por sua salvação. Até lá, seremos estranhos…

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