01 de Fevereiro de 2022

4a Semana do Tempo Comum Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA DA IV SEMANA DO TEMPO COMUM
(cor verde, oficio do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso louvor

(Sl 105, 47)

 

Oração do dia

– Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 2 Sm 18,9-10.14.24-25.30-19,3

– Leitura do segundo livro de Samuel: Naqueles dias, 18,9Absalão encontrou-se por acaso na presença dos homens de Davi, la montado numa mula e esta meteu-se sob a folhagem espessa de um grande carvalho. A cabeça de Absalão ficou presa nos galhos da árvore, de modo que ele ficou suspenso entre o céu e a terra, enquanto a mula em que ia montado passou adiante.
10Alguém viu isto e informou Joab, dizendo: “Vi Absalão suspenso num carvalho”. 14bJoab tomou então três dardos e cravou-os no peito de Absalão. 24Davi estava sentado entre duas portas da cidade. A sentinela que tinha subido ao terraço da porta, sobre a muralha, levantou os olhos e divisou um homem que vinha correndo, sozinho. 25aPôs-se a gritar e avisou o rei, que disse: “Se ele vem só, traz alguma boa nova”. 30O rei disse-lhe: “Passa e espera aqui”. Tendo ele passado e estando no seu lugar, 31apareceu o etíope e disse: “Trago-te, senhor meu rei, a boa nova: O Senhor te fez justiça contra todos os que se tinham revoltado contra ti”. 32O rei perguntou ao etíope: “Vai tudo bem para o jovem Absalão?” E o etíope disse: “Tenham a sorte deste jovem os inimigos do rei, meu senhor, e todos os que se levantam contra ti para te fazer o mal!” 19,1Então o rei estremeceu, subiu para a sala que está acima da porta e caiu em pranto. Dizia entre soluços: “Meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar? Absalão, meu filho, meu filho!” 2Anunciaram a Joab que o rei estava chorando e lamentando-se por causa do filho. 3Assim, a vitória converteu-se em luto, naquele dia, para todo o povo, porque o povo soubera que o rei estava acabrunhado de dor por causa de seu filho.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 86,1-2.3-4.5-6 (R: 1a)

 

– Inclinai vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!
R: Inclinai vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!

– Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz! Protegei-me, que sou vosso amigo, e salvai vosso servo, meu Deus, que espera e confia em vós!

R: Inclinai vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!

– Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.

R: Inclinai vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!

– Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!

R: Inclinai vosso ouvido, ó Senhor, e respondei-me!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– O Cristo tomou sobre si nossas dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas (Mt 8,17).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 5,21-43

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!

–  Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” 24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa?” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’?” 32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”. 35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. 39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santa Veridiana [virgem e reclusa]

- por Pe. Alexandre

Intercessora das presidiárias e dos presídios femininos

Berço

Italiana, Santa Veridiana nasceu em Castelfiorentino, na Toscana, em 1182. De família nobre e que gozava de grande prestígio.

 

Cotidiano

Seu tio, muito rico, a encarregou de ser administradora de seus bens. Ela assumiu tal cargo, pois viu nisso maior oportunidade de praticar caridade.

 

Sobrenatural

Conta-se que certo dia seu tio, após acumular muitos alimentos, vendeu-os por alto preço por causa da carestia da época. Quando o comprador chegou, o celeiro estava sem nada. Veridiana havia dado tudo aos pobres. O tio enfureceu-se e pediu ao comprador um prazo de 24 horas para encontrar uma solução. No dia seguinte o celeiro foi encontrado miraculosamente cheio.

 

Solidão e penitência

Após peregrinar ao túmulo de São Tiago de Compostela, que era a grande meta dos peregrinos cristãos após a recente perda da Terra Santa aos muçulmanos, Veridiana sentiu maior desejo de solidão e penitência. Seus contemporâneos, para conservá-la próxima, edificaram-lhe uma cela onde a santa viveu por 34 anos. Por uma janelinha assistia à Missa, falava com as visitas e recebia o escasso alimento para conservá-la viva.

 

Interessante

Por ser contemporânea de São Francisco de Assis, recebeu a visita do Santo símbolo de humildade em 1221, quando a admitiu na Ordem Terceira dos Franciscanos.

 

Badalar dos sinos

Conta-se que sua morte, em 1º de fevereiro de 1242, aos 60 anos, foi anunciada pelo repicar dos sinos de Castelfiorentino sem que ninguém tivesse tocado.

 

Devoção

O culto de Santa Veridiana, adotado pela congregação Vallombrosana, foi aprovado pelo papa Clemente VII 300 anos após sua morte e é muito popular na Toscana, Itália. É invocada como protetora dos presídios femininos e intercessora das presidiárias. O fato deu-se por, em 1865, após Repressão Napoleônica, autoridades civis da Itália revogarem o uso do então Mosteiro de Santa Veridiana, para se tornar um presídio feminino.

Em sua vida reclusa, Santa Veridiana foi fortemente atormentada pelo mal. Relata-se que ela viveu em sua cela durante décadas com duas cobras. Não se sabe objetivamente se foram dois animais literalmente ou alusão a dois tormentos malígnos sobrenaturais.

A minha oração

“Senhor Jesus, se Santa Veridiana venceu o mal, mesmo convivendo com ele e sendo assolada tantas e tantas vezes, eu Te peço: dai-me a graça de não desistir dos meus propósitos de bondade, conversão, oração e penitência”.

Santa Veridiana, rogai por nós.

Meditação

- por Pe. Alexandre

Quem me tocou? (Mc 5,21-43)

 

Cercado pela multidão que o acompanha, mesmo imprensado pelas pessoas, Jesus de Nazaré percebe que uma “força” (dýnamin, no texto grego) acabara de sair de seu corpo. É que ele fora tocado por uma mulher enferma, que padecia de hemorragias constantes há 12 anos. Movida pela fé, ela se insinua no meio do povo e toca o manto do Mestre. Foi o suficiente para sua cura.

 

– “Quem me tocou?” – pergunta Jesus. Sua intenção é identificar a dona desse ato de fé. E lhe dirá, no final: – “Filha, tua fé te salvou!” Santo Efrém de Nisíbia, ao comentar este Evangelho, deixa claro que foi a fé quem tocou Jesus: “muitos o tinham tocado naquele momento, mas apenas como quem tocava um homem, enquanto uma única o havia tocado como quem toca um Deus”.

Isto me leva a pensar no sacramento da Eucaristia. Ao comungar, a quem tocamos nós? Só um pão bento? Apenas um símbolo, como na Ceia de outras denominações cristãs? Ou ainda cremos que o alimento eucarístico é mesmo Jesus Cristo, em seu corpo, sangue, alma e divindade?

E se é assim que cremos, como explicar tantas comunhões mecânicas, sem alma, gestos burocráticos sem esse “dinamismo” que saiu de Jesus? Como explicar que o doente comungue e não seja curado? Como entender que não brotem lágrimas de nossos olhos? S. Efrém iria responder: – É questão de fé!

Em seu livro “Toucher Dieu” (Pneumathèque, 1991), Francis Martin anota várias formas de “tocar a Deus”. Para ele, podemos fazê-lo na Sagrada Escritura, na oração, na solidão, na cura interior, no próprio corpo, nos irmãos. O autor lamenta que Jesus possa vir a ser, para nós, apenas um conceito filosófico, e não uma Pessoa real com quem fazemos contato direto. Ele diz:

“Como cristão, eu posso sentir a mim mesmo como um pedaço de aço no fogo da purificação. As tenazes que me sustentam têm dois braços: o insondável mistério de Cristo e o aspecto terrivelmente concreto de sua aproximação em minha direção. Eu posso ser tentado a escapar da pegada de um desses braços: ou reduzindo Cristo a uma descoberta filosófica humana, ou exaltando seu abaixamento como uma exibição de força.”

No entanto, Jesus é real, uma Pessoa concreta, sempre tentando chegar-se a mim. Mas não vem como uma demonstração de poder que me vacina contra as peripécias da condição humana. Para muitos santos, o “toque” de Jesus incluiu estigmas, dores e cruzes. Talvez isto explique mantê-lo à distância…

 

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