01 de Janeiro de 2021

Oitava do Natal - Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – MARIA MÃE DE DEUS. DIA MUNDIAL DA PAZ E DA FRATERNIDADE
(branco, glória, creio, pref. de Maria 1- ofício da Solenidade)

 

Antífona da entrada

– Hoje surgiu a luz para o mundo: O Senhor nasceu para nós. Ele será chamado Admirável, Deus, Príncipe da paz, Pai do mundo novo, e o seu reino não terá fim.

 

Oração do dia

– Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Nm 6,22-27

– Leitura do livro dos Números – O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 ‘Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24O Senhor te abençoe e te guarde! 25O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!
27Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei’.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 67, 2-3.5-6.8 (R: 2a)

 

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra!

R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

2ª Leitura – Gl 4,4-7

– Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas – Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai!  7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos Profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1).

 

 Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2, 16-21

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo: 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias
para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

- por Pe. Alexandre

Santa Maria Mãe de Deus

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

Hoje a Igreja celebra a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Com esta solenidade encerra-se a Oitava do Natal. Embora Santa Maria fosse venerada como Mãe de Deus desde os começos da Igreja, essa data ficou estabelecida a partir da proclamação dogmática desta verdade de fé no século IV.

Há poucos dias, meditávamos no nascimento do Senhor, cheio de simplicidade, numa gruta de Belém. O vimos pequeno, como uma criança indefesa, nos braços de sua Mãe, que nos apresentava para que, cheios de confiança e piedade, o adorássemos como nosso Redentor e Senhor.

Deus ponderou todas as circunstâncias que rodearam o seu nascimento: o edito de César Augusto, o recenseamento, a pobreza de Belém… Mas sobretudo previu a Mãe que o traria ao mundo. Esta Mulher, mencionada em diversas passagens da Sagrada Escritura, foi predestinada desde toda a eternidade. Nenhuma outra obra da criação foi cuidada por Deus com maior esmero, com maior amor e sabedoria do que Aquela que, com o seu consentimento livre, seria a sua Mãe.

Nossa Senhora foi anunciada desde os começos como a vencedora da serpente que simbolizava a entrada do mal no mundo, como a Virgem que daria à luz o Emmanuel, que é Deus conosco; e foi prefigurada na arca da aliança, na casa de ouro e na torre de marfim.

Deus a escolheu entre todas as mulheres antes de todos os séculos, amou-a mais do que a todas as criaturas juntas, com um amor tão intenso que pôs n’Ela, de um modo único, todas as suas complacências: cumulou-a de todas as graças e dons, mais do que aos anjos e santos, preservou-a de toda a mancha de pecado ou imperfeição, de tal maneira que não se pode conceber uma criatura mais bela e mais santa do que aquela que foi escolhida para Mãe do Salvador.

Hoje, ao olharmos para Nossa Senhora, que nos oferece o seu Filho entre os seus braços, temos de dar graças ao Senhor, pois uma das grandes mercês que Deus nos fez, além de nos criar e redimir, foi querer ter uma Mãe, pois, tomando-a Ele por sua nos dava também por nossa”.

Cantemos diante da Virgem Imaculada: “Ave, Maria, Filha de Deus Pai; Ave, Maria, Mãe de Deus Filho; Ave, Maria, Esposa de Deus Espírito Santo… Mais do que tu, só Deus!”

Ao começar um novo ano, aproveitemos para fazer o firme propósito de percorrê-lo todos os dias de mãos dadas com a Virgem Maria. Nunca poderemos esta em lugar mais seguro. Façamos como o Apóstolo São João, quando Jesus lhe confiou Maria para que a recebesse em nome de todos como sua Mãe: Desde aquele momento – escreve o Evangelista – o discípulo a recebeu em sua casa. Com que amor, com que delicadeza não a trataria! Assim devemos comportar-nos em cada jornada deste novo ano e sempre.

Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós.

Abençoe-vos o Deus todo poderoso. Pai, e Filho, e Espirito Santo. Amém

 

 

Meditação

- por Pe. Alexandre

Maria guardava todas estas coisas… (Lc 2,16-21)

Segundo a profunda imagem proposta pelo teólogo Hans Urs von Balthasar, Maria, a Mãe de Deus, é “o vaso inesgotável da lembrança e da elucidação”. Maria – “que guardava todas estas coisas em seu coração” – é uma espécie de memória da Igreja de Jesus Cristo. Sem ela – a preciosa fonte do “evangelho da infância” anotado por Lucas – muito teríamos perdido! Fitando-a como num espelho, também a Igreja recupera em seu coração (= re-corda) o sentido profundo dos acontecimentos e palavras de Cristo, o significado de cada tempo litúrgico e suas festas.

Assim, nada mais adequado que inaugurar o ano com Maria e, à semelhança de uma ninhada que se aconchega sob as asas da mãe, situar-nos no âmbito de sua dupla maternidade: Mãe de Deus e Mãe dos homens.

Aliás, uma das funções típicas das mães consiste em lembrar os filhos de suas tarefas, deveres e obrigações: – “Meu filho, não se esqueça da lição de casa!” “Não se esqueça da ração do cachorro!” “Não se esqueça de guardar os brinquedos!”

Ah! Somos uma Igreja esquecida! Aqui e ali, parece que nossa família vai perdendo a memória, esse rico depósito – o baú do pai de família – onde permanecem guardadas as palavras e os gestos de Jesus, os portentos do Senhor em favor de seu povo, as promessas que chegaram a nós pelos patriarcas e profetas, os ensinamentos e exortações que devemos aos apóstolos e ao magistério da Igreja…

Nada se perdeu, é verdade, mas parece esquecido. Talvez porque estamos vivemos na casca, na epiderme do ser, na periferia do real, e já não descemos ao íntimo de nós mesmos, onde o Espírito Santo [… “Ele vos recordará tudo…” – Jo 14,26] mantém viva a memória de Cristo.

Assim, neste primeiro dia do ano, é para a Virgem Maria que a Igreja se volta com devoção e esperança, a fim de reaprender com ela esse magnífico dom de ouvir, acolher e guardar no coração. Sem ele, nos esvaziamos do essencial e nos desviamos do Caminho. Sem ele, damos ouvido a palavras enganosas, ilusões mortais, trocando a fonte de água viva por vasos trincados, onde a Graça não permanece…

No texto grego de São Lucas, a frase que traduzimos por “todas estas coisas” é tà rémata tauta onde o termo rématasignifica ao mesmo tempo “palavra” e “coisa já realizada”, pois quando Deus fala, já acontece.

No primeiro dia do ano, peçamos a intercessão da Mãe de Deus para que sejamos curados de nossa falta de memória, essa amnésia espiritual que transforma em mendigos aqueles que podem viver como filhos de Deus…

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