01 de Janeiro de 2022

Semana da Epifania do Senhor - Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – SANTA MARIA MÃE DE DEUS
(branco, glória, creio, pref. de Maria – ofício da Solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Salve, ó santa Mãe de Deus, vós destes à luz o rei que governa o céu e a terra pelos séculos eternos (Sedúlio)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Nm 6,22-27

 

– Leitura do livro dos Números – 22O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 ‘Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24O Senhor te abençoe e te guarde! 25O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!
27Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei’.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 67, 2-3.5.6.8 (R: 2a)

 

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça; os povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra!

R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

 

2ª Leitura – Gl 4,4-7

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas – Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai!  7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2, 16-21

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo: 16Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

- por Pe. Alexandre

Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios: em 325, o Concílio de Nicéia; e, em 381, o de Constantinopla. Esses dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

No terceiro Concílio Ecumênico, em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura, porque Jesus Cristo é o verdadeiro Deus em duas naturezas, e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

E encontraram Maria… (Lc 2,16-21)

 

Hoje, no primeiro dia do ano, a sagrada liturgia da Igreja celebra a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Foi escolhido o Evangelho de Lucas – o que nos dá mais detalhes sobre a infância de Jesus. E por falar em detalhes, aqui nós temos mais um: os pastores se dirigiram a Belém e… encontraram Maria (cf. v. 16).

Ora, segundo os evangelhos, Maria está presente nos momentos-chave da vida de Cristo: Anunciação, Caná (o primeiro milagre), Paixão e Morte. Com o tempo, a reflexão teológica da Igreja chega definir sua maternidade divina, chamando-a de “Theotokos”, Mãe de Deus, dogma firmado no Concílio de Éfeso (431 d.C.).

Maria é muito mais que “a Mãe de Jesus”: ela é a “Mãe do meu Adonai”, proclama Isabel (cf. Lc 1,43). Até mesmo um reformador protestante, como Zwinglio, reconhecia este título mariano: “A meu ver, Maria é com justiça chamada Genitora de Deus, Theotokos”.

Muita gente, hoje em dia, não percebe que os ataques contra a Mãe de Deus são, no fundo, uma tentativa de negar a Encarnação do Verbo. Se o Filho de Deus não teve uma mãe humana, ao se encarnar, fica fácil negar que ele tenha “entrado na carne” mortal dos humanos. O Cristo que foi “visto” seria mera aparência, como afirmava a heresia docetista.

Por isso, escreveu o cardeal Newman: “A confissão de que Maria é a Deípara, a Mãe de Deus, constitui a defesa que nos permite tutelar e conservar a doutrina do apóstolo João contra todas as objeções, e é a pedra de toque que nos permite reconhecer as maquinações dos espíritos maus do anticristo que infestam o mundo”.

A lição do Catecismo da Igreja Católica é bem clara: “Denominada nos evangelhos “a Mãe de Jesus” (Jo 2,1; 19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu Filho, como a “Mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotokos)”. [Catecismo, 495)

 

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