01 de Janeiro de 2023

Tempo do Natal -Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – SANTA MARIA MÃE DE DEUS
(branco, glória, pref. de Maria – ofício da Solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Salve, ó santa mãe de Deus, vós destes à luz o rei que governa o céu e a terra pelos séculos eternos (Sedúlio)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Nm 6,22-27

 

– Leitura do livro dos Números – 22O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 ‘Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24O Senhor te abençoe e te guarde! 25 O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26 O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz! 27 Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei’.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 67,2-3.5.6.8 (R:  2a)

 

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós! Que na terra se conheça o seu caminho e a sua salvação por entre os povos.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Exulte de alegria a terra inteira, pois julgais o universo com justiça;
os povos governais com retidão, e guiais, em toda a terra, as nações.
R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

– Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem! Que o Senhor e nosso Deus nos abençoe, e o respeitem os confins de toda a terra!

R: Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção.

 

2ª Leitura: Gl 4,4-7

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas – Irmãos: 4 Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5 a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6 E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai!  7 Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos Profetas; nestes tempos derradeiros, nos falou pelo seu Filho (Hb 1,1).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,16-21

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo: 16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na manjedoura. 17 Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18 E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19 Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21 Quando se completaram os oito dias
para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santa Maria, Mãe de Deus

- por Pe. Alexandre

Origens
A Solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, é a primeira festa mariana que apareceu na Igreja Ocidental. Originalmente, a festa nasceu com o intuito de substituir o costume pagão das stranae (dádivas), cujo ritos não correspondiam com a santidade das celebrações cristãs. O título foi criado pelos cristãos para exprimir uma fé que não tinha relação com a mitologia pagã, a fé na concepção virginal, no seio de Maria, daquele que, desde sempre, era o Verbo Eterno de Deus.

O Título
Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios: em 325, o Concílio de Nicéia; e, em 381, o de Constantinopla. Esses dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

A Natureza Humana de Maria
No século IV, ensinava o bispo Santo Atanásio: “A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina Escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso”. Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

A Santíssima Virgem é a Mãe de Deus:  Ela é o ponto de união entre o céu e a terra

Ave Theotókos
No terceiro Concílio Ecumênico, em 431, Maria Santíssima foi aclamada Mãe de Deus, em grego, Theotókos. Trata-se de um título que não aparece explicitamente nos textos evangélicos, embora eles recordem “a Mãe de Jesus” e afirmem que Ele é Deus (Jo 20,28; cf. 5,18; 10,30.33). Em todo o caso, Maria é apresentada como Mãe do Emanuel, que significa Deus conosco (cf. Mt 1,22-23).

Mãe de Deus
A palavra Theotókos significa Mãe de Deus, que é o artigo que os católicos professam em Maria Santíssima; porém Theotokos quer dizer ‘gerada de Deus’, ponto que Nestório, patriarca de Constantinopla e grande inimigo da Virgem, duvidava e contestava a legitimidade do título. A mudança de acento na palavra altera o sentido, passando de um sentido bem preciso para outro vago.

A Fé no Filho Jesus e na Mãe Maria Santíssima

Expressão de Fé
Ao proclamar Maria “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe. Essa união emerge já no Concílio de Éfeso. Com a definição da maternidade divina de Maria, os padres queriam evidenciar a sua fé à divindade de Cristo. Não obstante as objeções, antigas e recentes, acerca da oportunidade de atribuir esse título a Maria, os cristãos de todos os tempos, interpretando corretamente o significado dessa maternidade, tornaram-no uma expressão privilegiada da sua fé na divindade de Cristo e do seu amor para com a Virgem.

O Centro da História

Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer parte de um povo, constituiu o centro da história.

Minha oração

“ Mãe de Deus e nossa, desde o primeiro dia do ano quero consagrar a mim e a minha família, tudo o que tenho, faço e sou a Jesus por tuas mãos Maria. Que o meu ano seja rodeado da tua benção e proteção. Em tudo quero ser mais de Deus. Amém”

Maria Santíssima, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Guardava todas as coisas… (Lc 2,16-21)

 

Há duas maneiras de olhar: para fora, para dentro. Estamos escravizados à primeira delas. Com esse olhar “extrovertido”, veremos apenas os pastores de Belém, os detalhes da gruta, o boi e o burro dos presépios infantis. Nosso olhar, viciado pela TV, perdeu a capacidade de olhar “para dentro”.

 

A Mãe de Jesus é uma exceção. Maria vê, sem dúvida, os eventos históricos, mas seu olhar se dirige para o interior. Como anotou São Lucas, “Maria guardava todas essas coisas, meditando-as em seu coração”. Não é sem motivo que a Igreja abre o ano litúrgico com esse olhar mariano.

 

Sim, diante das maravilhas de Deus, não podemos nos limitar ao evento, deixando de lado o seu sentido. O cinema explora a visão “para fora”: uma arca sobre o dilúvio, trovões no Sinai, o Mar Vermelho cortado ao meio, a ferida na fronte de Golias. Maria, tão diferente, se recolhe e se interroga: “Que nos fala o Senhor a partir de tudo isto?”

 

O teólogo Hans Urs von Balthasar nos convida a contemplar Maria. “As palavras simples do Evangelho, repetidas por duas vezes (Lc 2,19.51), sobre Maria guardar tudo em seu coração e meditar, mostram que ela é para toda a Igreja o vaso inesgotável da lembrança e da elucidação. Ele conhece na profundidade máxima todos os eventos e todas as festas do tempo litúrgico que celebramos através de todo o ano.

 

É também este o sentido da oração e do Rosário: é com os olhos e o coração de Maria que devemos contemplar e venerar os mistérios de Cristo, para compreendê-los em profundidade, tanto quanto nos é possível. A veneração e a festa do coração de Maria nada têm de sentimental, mas conduz a essa fonte inesgotável da compreensão de todos os mistérios salvíficos de Deus, que interessam ao mundo inteiro e a cada um de nós em particular.

 

Situar o ano sob a proteção dessa maternidade significa, enquanto irmãos e irmãs de Jesus e, assim, enquanto filhos de Maria, implorar dela uma constante compreensão para uma caminhada constante no seguimento de Jesus. Tal como a Igreja, da qual Maria é a célula primitiva, ela nos abençoa, não em seu próprio nome, mas em nome de seu Filho, o qual nos abençoa pessoalmente em nome do Pai e no Espírito Santo.”

 

Contemplar, guardar no coração, meditar o sentido profundo dos acontecimentos. Um belo programa a realizar este ano, sob o manto de Maria!

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