01 de Junho de 2021

9a semana comum Terça-Feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – SÃO JUSTINO, MÁRTIR

 (vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

– Os pagãos contaram suas fábulas, mas nada valem perante vossa lei. Diante dos reis falei de vossa aliança sem me envergonhar (Sl 118,85.46).

 

Oração do dia

– Ó Deus, que destes ao mártir são Justino um profundo conhecimento de Cristo pela loucura da cruz, concedei-nos, por sua intercessão, repelir os erros que nos cercam e permanecer firmes na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

 

1ª Leitura: Tb 2,9-14

 

– Leitura do livro de Tobias: Eu, Tobias, na noite de Pentecostes. depois de ter sepultado um morto, 9tomei banho, entrei no pátio de minha casa e deitei-me, junto à parede do pátio, deixando o rosto descoberto por causa do calor. 10Não sabia que, na parede, por cima de mim, havia pardais aninhados. Seu excremento quente caiu nos meus olhos e provocou manchas brancas. Fui procurar os médicos para me tratarem. Quanto mais remédios me aplicavam, mais meus olhos se obscureciam com as manchas, até que fiquei completamente cego. Durante quatro anos estive privado da vista. Todos os meus irmãos se afligiram por minha causa. Aicar cuidou do meu sustento, durante dois anos, até que partiu para Elimaida. 11Naquela ocasião, Ana, minha mulher, dedicou-se a trabalhos femininos, tecendo lã. 12Entregava o produto aos patrões e estes lhe pagavam o salário. No sétimo dia do mês de Distros, ela separou a peça de tecido que estava pronta, e mandou-a aos patrões. Estes pagaram-lhe todo o salário e ainda lhe deram um cabrito para a mesa. 13Quando entrou em minha casa, o cabrito começou a balir. Chamei minha mulher e perguntei-lhe: “De onde vem este cabrito? Não terá sido roubado? Devolve-o a seus donos, pois não temos o direito de comer coisa alguma roubada”. 14Ela respondeu-me: “É um presente que me foi dado além do salário”. Mas não acreditei nela e insisti que o devolvesse aos patrões, ficando bastante contrariado por causa disso. Ela então replicou: “Onde estão as tuas esmolas? Onde estão as tuas obras de justiça? Vê-se bem em ti o que elas são!”

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 112,1-2.7bc-8.9 (R: 7c)

 

– O coração do justo é firme e confiante no Senhor.
R: O coração do justo é firme e confiante no Senhor.

– Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos!

R: O coração do justo é firme e confiante no Senhor.

– Ele não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos.

R: O coração do justo é firme e confiante no Senhor.

– Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez. e crescerão a sua glória e seu poder.

R: O coração do justo é firme e confiante no Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Que o Pai do Senhor Jesus Cristo vos dê do saber o Espírito, para que conheçais a esperança reservada para vós como herança! (Ef 1,17).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 12,13-17

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 13as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: E lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?” 15Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: “Por que me tentais? Trazei-me uma moeda para que eu a veja”. Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a efígie e a inscrição que estão nessa moeda?” 16Eles responderam: “De César.” 17Então Jesus disse: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E eles ficaram admirados com Jesus.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Justino

- por Pe. Alexandre

Nasceu na Palestina, na cidade de Siquém, em uma família que não conheceu Jesus. Justino buscou a verdade com aquilo que tinha. Cursou as escolas filosóficas de sua terra e dedicou-se ao estudo do pensamento de Platão. Para aprofundar-se cada vez mais no sistema do grande sábio grego, retirou-se para um ermo.

Providencialmente, essa sede pela verdade pôs em sua vida um ancião que se aproximou dele para falar sobre a filosofia, apresentando-lhe o ‘algo mais’ que faltava. Falou dos profetas, da fé, da verdade, do mistério de Deus e apresentou Jesus Cristo.

No ano de 130 foi batizado na cidade de Efeso, substituindo a filosofia de Platão pela verdade de Cristo, tornando-se, historicamente, o primeiro dos padres da Igreja que sucederam os padres apostólicos dos primeiros tempos.

Justino se tornou um grande filósofo cristão, sacerdote, um homem que buscou corresponder, diariamente, à sua fé. Estava em Roma quando passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Evangelizava entre os letrados de maneira muito culta. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia. A Sagrada Tradição foi muito testemunhada nos escritos deste santo.

Por inveja e por não aceitar a verdade, um filosofo denunciou São Justino, que foi julgado injustamente, flagelado e, por não renunciar a Jesus Cristo, foi decapitado no ano de 167 pelo império de Marco Aurélio.

Com fé e razão, nós mergulhamos nosso ser no coração de Jesus, modelo e fonte de toda graça, bênção e santidade.

São Justino, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

A efígie e a inscrição… (Mc 12,13-17)

Mais uma vez, Jesus de Nazaré se encontra diante de uma armadilha preparada por seus adversários. A intenção deles é encontrar algum motivo para acusá-lo diante das autoridades religiosas, o sinédrio, ou perante as autoridades romanas.

Maliciosamente, perguntam-lhe se é justo, ou não, pagar o imposto devido ao Imperador romano. Ora, o povo de Israel estava sob dominação estrangeira. Militarmente vencidos, pagavam pesados tributos ao invasor. Toda a vida social e econômica fora profundamente alterada com a presença das legiões romanas. Os colaboracionistas – como os publicanos, que assumiam o detestável mister de cobrar os impostos – eram detestados pelos judeus.

Se Jesus confirmar publicamente o direito dos romanos a receberem o imposto, ficará na contramão dos sentimentos populares e se tornará alvo da antipatia e das recriminações do povo. Se, ao contrário, ele disser que os compatriotas judeus não devem pagar o tributo imposto pelo dominador, assume a postura de um elemento subversivo, a estimular a população à revolta. De um modo ou de outro, Jesus fica mal.

Naturalmente, os circunstantes pensam que o pregador de Nazaré está em um beco sem saída. Inesperadamente, Jesus pede a seus interlocutores que lhe mostrem uma das moedas com que pagavam o imposto. Era uma moeda cunhada pelos romanos e trazia em relevo a silhueta de César. Se recordarmos que a lei mosaica proibia aos judeus a fabricação de imagens de pessoas e animais, sob a acusação de idolatria, a simples posse de uma moeda como aquela podia ser vista como grave violação da Lei, como

admissão de um poder que fazia competição ao poder do Senhor Yahweh.

Ora, o homem e mulher foram criados à imagem de Deus. Nas palavras do Gênesis, o Criador neles imprimira a sua “efígie” e sua semelhança. Não havia, pois, como confundir a imagem de César e a imagem de Deus. Daí, para surpresa de todos, a genial resposta de Jesus, que se tornou uma espécie de critério para a sociedade de todos os tempos: dar a César o que é de César (como moedas, impostos, tributos, valores materiais…), mas reservar para Deus aquilo que não pode ser usurpado a seu senhorio, em primeiro lugar o coração do homem, chamado à adoração do verdadeiro Deus. Sem excluir o próprio César… que também “pertence” ao Criador de todos…

Se nosso mundo ainda não encontrou a paz e a harmonia entre as nações, é porque não se cumpre a ordem de Jesus. Se ainda há pessoas que não acharam a paz interior, é porque continuam entregando a César aquilo que deveria ser reservado para Deus… A começar por si mesmas…

 

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