01 de Março de 2021

2a semana da Quaresma Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA-FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia 2asemana do saltério)

 

Antífona da entrada

– Tende compaixão de mim, ó Deus, e libertai-me! Meus pés estão firmes no caminho reto, nas assembléias bendirei ao Senhor (Sl 25,11).

 

Oração do dia

– Deus, que para remédio e salvação nossa nos ordenais a prática da mortificação, concedei que possamos evitar todo pecado e cumprir de coração os mandamentos do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dn 9, 4-10

– Leitura da profecia de Daniel – 4b“Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; 5temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país.

7A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti. 8A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; 9mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti, 10e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 79, 8.9.11.13 (R: Sl 103,10a)

 

– O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Não lembreis as nossas culpas do passado, mas venha logo sobre nós vossa bondade, pois estamos humilhados em extremo.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! Por vosso nome, perdoai nossos pecados!

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

– Até vós chegue o gemido dos cativos: libertai com vosso braço poderoso os que foram condenados a morrer! Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, celebraremos vosso nome para sempre, de geração em geração vos louvaremos.

R: O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6, 36-38

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

 

– Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6, 63.68)

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Rosendo

- por Pe. Alexandre

São Rosendo nasceu no ano de 907, em Monte Córdova, dentro de uma família muito religiosa. Seus pais foram o Conde D. Guterre Mendez de Árias e Santa Ilduara.

Adolescente, passou Rosendo a Mondoñedo, onde seu tio paterno, Savarico, era bispo. É de presumir que tenha prosseguido os estudos nalgum mosteiro beneditino.

Em 925, apenas com dezoito anos, sucede ao bispo de Mondoñedo, sendo muito bem recebido. Esforçou-se por restabelecer e e consolidar a paz, reconstruindo – ajudado pelos pais – os mosteiros e igrejas que tinham sofrido com a desordem. Assim serenou e conquistou os abades de toda a Galiza, que formavam a nobreza eclesiástica; e atraiu a nobreza civil, a que estava muito ligado pelo sangue. Libertou os escravos dependentes da mitra e trabalhou para que os outros senhores fizessem o mesmo; ficou sendo o pai de todos os libertos.

Depois de ser bispo de Mondoñedo, passou a sê-lo de Dume. Veio a Portugal visitar o mosteiro em que era abadessa sua parente, Santa Senhorinha. Desejando apresentar uma comunidade-modelo, conseguiu regressar e edificar um grande mosteiro, depois de um irmão e uma prima lhe terem cedido a quinta de Villar, na diocese de Orense. Obteve doações de ricos e pobres, sobretudo da mãe. Ao fim de oito anos de construção, num domingo do ano de 942 inaugurou a casa, que se ficou chamando Celanova: recebeu as felicitações de 11 bispos da Galiza e de Leão; foi saudado por 24 condes; prestaram-lhe homenagem muitos abades, presbíteros, diáconos e monges; e ouviu os aplausos da multidão.

Ficou abade de Celanova o monge Franquila. E São Rosendo voltou a Mondoñedo a extinguir rancores, sufocar conspirações, acalmar avarezas e pacificar famílias. Entre 944 e 948, depois de renunciar o bispado, retirou-se para Celanova. Mas foi preciso que substituísse alguns parentes seus, na autoridade que lhes pertencera, pois esses tinham-se revoltado contra Ordonho III (955). Administrou a diocese de Iria-Compostela pelo ano de 970, quando a região era assolada por violentas incursões normandas.

Veio a falecer em Celanova, no 1º de março de 977, com testamento que reflete fé, ciência escriturística, humildade, amor à Ordem Beneditina, predileção por Celanova e desejo de viver na eternidade como vivera os seus dias de afadigado peregrinar na terra: “sob a providência de Deus”.

São Rosendo, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Uma medida boa… (Lc 6,36-38)

Qual será a medida exata do amor? Qual a régua milimétrica do perdão? Qual o gabarito da misericórdia? Estamos sempre atrás de “medidas”, preocupados em fugir de uma entrega total, de uma rendição incondicional. E quando alguém se mostra generoso e apaixonado, agindo fora da medida racional, já não conseguimos evitar as críticas: “Carola! Louco! Fanático!” Não foi assim que o pai comerciante reagiu às esmolas excessivas feitas por Francisco de Assis?

Logo após editar o estranho mandamento do amor aos inimigos (Lc 6,27ss), Jesus (exagerado, não?) acrescenta outro imperativo duro de engolir: ser misericordioso na medida em que o “nosso” Pai também o é.

E para nos fornecer uma “medida” no exercício da misericórdia, Jesus de Nazaré toma de empréstimo o comportamento típico de um comerciante de grãos que deseja conquistar o freguês palestino. É o exemplo da “medida boa” (v. 38). O comerciante oriental está ali no mercado de rua. Costuma ficar agachado enquanto atende o comprador. Poderia ser o trigo, por exemplo. Como age o mercador?

Joachim Jeremias, o biblista que passou a infância na Palestina, descreve a cena em detalhes. O mercador usa uma medida em forma de cone, que está presa entre seus joelhos. Derrama sobre ela os grãos de trigo, até enchê-la. Em seguida, dá umas pancadinhas à sua volta, de modo que os grãos se acamam e surge mais espaço no cone. O vendedor acrescenta mais trigo, para preencher o novo espaço. Gira rapidamente a medida em suas mãos, os grãos se juntam e aparece novo espaço. Torna a enchê-la. Agora, ele usa as duas mãos para apertar o trigo para baixo e o cone volta a oferecer um vazio no alto. Enfim, ele volta a preenchê-la e ainda faz um pequeno monte de grãos na parte superior.

Esta é a “medida boa, socada, sacudida e transbordante”. Não cabe mais nada na vasilha. Uma medida em plenitude. Muito acima do normal, acima do “legal”, bem acima do sistema métrico.

Que é que Jesus pretende ensinar? Com a imagem do mercador, o Mestre nos ensina: Deus é assim. Assim é o “vosso” Pai. Ele sempre nos servirá além de toda medida humana. Deus é exagerado, pródigo, farturento… Deus não é avarento: jamais fará economia do seu amor por nós!

Depois de termos sido alvo de tanto amor, tanto perdão, tanta misericórdia – nós que estávamos condenados por nossos pecados (cf. Rm 3,23) -, ainda nos parece excessivo o mandamento de amar os inimigos?

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