01 de Março de 2022

8a Semana do Tempo Comum -Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – VIII SEMANA COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19).

 

Oração do dia

 

– Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram da paz que desejais e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Pd 1,10-16

 

– Leitura da primeira carta de são Pedro: Caríssimos, 10esta salvação tem sido objeto das investigações e meditações dos profetas. Eles profetizaram a respeito da graça que vos estava destinada. 11Procuraram saber a que época e a que circunstâncias se referia o Espírito de Cristo, que estava neles, ao anunciar com antecedência os sofrimentos de Cristo e a glória consequente.
12Foi-lhes revelado que, não para si mesmos, mas para vós, estavam ministrando estas coisas, que agora são anunciadas a vós por aqueles que vos pregam o evangelho em virtude do Espírito Santo, enviado do céu; revelações essas, que até os anjos desejam contemplar! 13Por isso, aprontai a vossa mente; sede sóbrios e ponde toda a vossa esperança na graça que vos será oferecida na revelação de Jesus Cristo. 14Como filhos obedientes, não modeleis a vossa vida de acordo com as paixões de antigamente, do tempo da vossa ignorância. 15Antes, como é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. 16Pois está na Escritura: “Sede santos, porque eu sou santo”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 98, 1-4 (R: 2a)

 

– O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

– O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.

R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

– Os confins do universo contemplam a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!

R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

–  Graças te dou ó, Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os dos doutores (Mt 11,25).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 10,28-31

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  

 

Naquele tempo, 28começou Pedro a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos” 29Respondeu Jesus: “Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, 30receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna. 31Muitos que agora são os primeiros serão os últimos. E muitos que agora são os últimos serão os primeiros”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Rosendo

- por Pe. Alexandre

São Rosendo nasceu no ano de 907, em Monte Córdova, dentro de uma família muito religiosa. Seus pais foram o Conde D. Guterre Mendez de Árias e Santa Ilduara.

Adolescente, passou Rosendo a Mondoñedo, onde seu tio paterno, Savarico, era bispo. É de presumir que tenha prosseguido os estudos nalgum mosteiro beneditino.

Em 925, apenas com dezoito anos, sucede ao bispo de Mondoñedo, sendo muito bem recebido. Esforçou-se por restabelecer e consolidar a paz, reconstruindo – ajudado pelos pais – os mosteiros e igrejas que tinham sofrido com a desordem. Assim serenou e conquistou os abades de toda a Galiza, que formavam a nobreza eclesiástica; e atraiu a nobreza civil, a que estava muito ligado pelo sangue. Libertou os escravos dependentes da mitra e trabalhou para que os outros senhores fizessem o mesmo; ficou sendo o pai de todos os libertos.

Depois de ser bispo de Mondoñedo, passou a sê-lo de Dume. Veio a Portugal visitar o mosteiro em que era abadessa sua parente, Santa Senhorinha. Desejando apresentar uma comunidade-modelo, conseguiu regressar e edificar um grande mosteiro, depois de um irmão e uma prima lhe terem cedido a quinta de Villar, na diocese de Orense. Obteve doações de ricos e pobres, sobretudo da mãe. Ao fim de oito anos de construção, num domingo do ano de 942, inaugurou a casa, que se ficou chamando Celanova: recebeu as felicitações de 11 bispos da Galiza e de Leão; foi saudado por 24 condes; prestaram-lhe homenagem muitos abades, presbíteros, diáconos e monges; e ouviu os aplausos da multidão.

Ficou abade de Celanova o monge Franquila. E São Rosendo voltou a Mondoñedo a extinguir rancores, sufocar conspirações, acalmar avarezas e pacificar famílias. Entre 944 e 948, depois de renunciar o bispado, retirou-se para Celanova. Mas foi preciso que substituísse alguns parentes seus, na autoridade que lhes pertencera, pois esses tinham-se revoltado contra Ordonho III (955). Administrou a diocese de Iria-Compostela pelo ano de 970, quando a região era assolada por violentas incursões normandas.

Veio a falecer em Celanova, no 1º de março de 977, com testamento que reflete fé, ciência escriturística, humildade, amor à Ordem Beneditina, predileção por Celanova e desejo de viver na eternidade como vivera os seus dias de afadigado peregrinar na terra: “sob a providência de Deus”.

São Rosendo, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Deixamos tudo… (Mc 10, 28-31)

 

Então, amigo Pedro, vocês deixaram tudo por Jesus… Tudo, mesmo? Ora, eu sei muito bem o que vocês deixaram… Uma barca velha, cansada de vogar. Umas redes podres, que vocês viviam remendando (cf. Mc 1,19). Um lago pobre, que só dava peixes quando o Mestre fazia milagres (cf. Lc 5,5-7; Mt 17,27; Jo 21,6-8). Grande coisa vocês deixaram!!!

 

Bem, não devo exagerar: reconheço que deixaram também o velho pai e por certo romperam com certas garantias. Levi-Mateus deixou sua “produtiva” coletoria de impostos. Mesmo assim, que bela vantagem vocês levaram! Entre Jesus e “tudo”, vocês não tinham mesmo que hesitar…

 

Você se lembra de Paulo de Tarso? Após conhecer Jesus na estrada de Damasco, também ele abriu mão de tudo para seguir o Mestre: pátria, raça, a Lei, a cidadania. Lembra suas palavras? “Todas essas coisas, que para mim eram ganhos, eu as considerei como esterco por causa de Cristo!” (Fl 3,7)

 

Desde esse dia, à margem do lago, vocês levaram vida de peregrinos, quase uns mendigos, palmilhando as estradas da Palestina poeirenta. Mas valeu a pena ser mendigo de coisas e ter o coração cheio de amor, não é?

 

Aliás, foi pensando nisso que escrevi meu soneto “O Mendigo Feliz”:

 

Nada tenho de meu. Nada de mim.

Meu derradeiro asse – meu seguro –

Caiu das minhas calças pelo furo

E do bolso rolou pelo jardim.

 

            Assento-me no banco, entre o jasmim

            E a roseira de hálito tão puro,

            Que estende suas flores sobre o muro,

            Sangrando no cimento o seu carmim…

 

Sou mendigo. Assento-me na praça

Para esperar – quem sabe? – o Amor que passa

E traz a esmola humilde que eu nem quis…

 

            Apenas um mendigo sem um nome,

            Mas se o Amor me vem matar a fome,

            Posso morrer… Mendigo, mas feliz…

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