02 de Abril de 2022

4a Semana da Quaresma Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO DA IV SEMANA DA QUARESMA

(roxo, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– As ondas da morte me cercavam, tragavam-me as torrentes infernais; na minha angustia chamei pelo Senhor, de seu templo ouviu a minha voz

(Sl 17,5).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, na vossa misericórdia, dirigi os vossos corações, pois, sem o vosso auxílio, não vos podemos agradar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jr 11,18-20

 

– Leitura do livro do profeta Jeremias: 18Senhor, avisaste-me e eu entendi; fizeste-me saber as intrigas deles. 19Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim: “Vamos cortar a árvore em toda a sua força, eliminá-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado”.  20E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 7,2-3.9bc-10.11-12 (R: 2a)

 

– Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.
R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

– Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio: vinde salvar-me do inimigo, libertai-me! Não aconteça que agarrem minha vida como um leão que despedaça a sua presa, sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me!

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

– Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço e segundo a inocência que há em mim! Ponde um fim à iniquidade dos perversos, e confirmai o vosso justo, ó Deus-justiça, vós que sondais os nossos rins e corações.

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

– O Deus vivo é um escudo protetor, e salva aqueles que têm reto coração. Deus é juiz, e ele julga com justiça, mas é um Deus que ameaça cada dia.

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 7,40-53

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

 

– Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes!  (Lc 8,15)

 

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!  

 

Naquele tempo, 40ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas diziam: “Este é, verdadeiramente, o Profeta”. 41Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galileia? 42Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?”  43Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 45Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?”  46Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47Então os fariseus disseram-lhes: “Também vós vos deixastes enganar? 48Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!” 50Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém, antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta”. 53E cada um voltou para sua casa.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Francisco de Paula, "amigo" de Francisco de Assis desde criança

- por Pe. Alexandre

Padroeiro
Ocupa o encargo da Calábria (Itália) e da cidade de Pelotas (RS)

Milagre na infância
Nasceu em Paola, hoje província de Cosenza, em 27 de março de 1416. Acometido por um abcesso maligno no olho esquerdo, seus pais o confiaram à intercessão de Francisco de Assis: em caso de cura, a criança teria usado, por um ano inteiro, o hábito franciscano. Foi o que aconteceu.

Descoberta vocacional
Perfeitamente curado, cumpriu o voto entrando para o convento de São Marcos Argentano, em Cosenza, com a idade de 15 anos; ali ele manifestou, imediatamente, fortes dons de piedade e inclinação à oração. Ao término da sua permanência no convento, fez uma verdadeira peregrinação, com seus pais, em busca de uma vida religiosa mais apropriada para si: esteve em Assis, Montecassino, Roma, Loreto e Monte Luco. Em Roma, perturbado pelas pompas da corte papal, comentou: “Nosso Senhor não era assim!”. Este foi o primeiro indício do seu espírito reformador. Retornando a Paola, iniciou um período de vida eremítica em um lugar inacessível das propriedades da família. Aos poucos, outros, cada vez mais numerosos, se uniram à sua experiência, reconhecendo-o como guia espiritual.

Vida eremítica e construções
Com seus pais, construiu uma capela e três dormitórios. Em 1452, conseguiu a aprovação diocesana e a permissão para instituir um oratório, um mosteiro e uma igreja. Os próprios nobres da cidade de Paola, entusiasmados pela experiência de Francisco, contribuíram, como simples operários, para a conclusão das obras.

Aprovações papais
A fama da santidade de Francisco espalhou-se rapidamente. Em 1467, o Papa Paulo II enviou a Paola um emissário para saber notícias do eremita. Depois de apresentar uma relação positiva sobre o mosteiro, o próprio Legado pontifício decidiu aderir à comunidade.

Fundador
Em 17 de maio de 1474, o Papa Sisto IV reconheceu, oficialmente, a nova Ordem, que recebeu o nome de Congregação Paulina dos Eremitas de São Francisco de Assis. O reconhecimento da Regra, com o nome atual da Ordem dos Mínimos, ocorreu com o Papa Alexandre VI. Nessa nova Ordem, acrescentou aos três votos oficiais da Igreja, o quarto voto que seria o do jejum quaresmal. Da quarta-feira de cinzas até o Sábado Santo deveriam comer somente peixes, pães, verduras e água. Voto perpétuo de abstinência de carne vermelha.

Fatos Extraordinários
Amado e procurado como guia espiritual, Francisco também era considerado a única autoridade, capaz de se opor aos abusos da corte aragonesa no reino de Nápoles, colocando-se do lado dos pobres. Sobre eles, narra-se alguns fatos prodigiosos a ele atribuídos. Em 1464, ano de grave escassez, alguns operários se dirigiam à planície de Terranova para encontrar trabalho. No território de Galatro (Régio Calábria), depararam-se com São Francisco, que ia para a Sicília, ao qual pediram um pouco de pão, porque estavam famintos e nada tinham para comer. Então, Francisco lhes disse: “Mostrem-me seus alforjes, porque dentro há pão”. E assim foi! Em seus pobres bornais os operários encontraram pão branquíssimo, fresquinho e quentinho. Quanto mais eles comiam, mais aumentavam os pães. Segundo outra narração, um barqueiro recusou-se transportar Francisco e seus companheiros para a Sicília. Então, o santo estendeu sua túnica sobre o mar e assim puderam atravessar o estreito. Outro “carisma”, atribuído ao santo eremita, foi uma profecia: ele previu que a cidade de Otranto cairia nas mãos dos turcos, em 1480, mas, depois, seria novamente conquistada pelo rei de Nápoles.

Do eremitério à Corte
Por meio dos mercadores napolitanos, a fama de Francisco chegou até à corte de Luís XI, na França. Enfermo, o rei pediu ao Papa Sisto IV para mandar o eremita a ir ter com ele em seu leito. Tanto o Papa como o rei de Nápoles notaram neste convite a possibilidade de vantagens políticas. Francisco, no entanto, obedeceu, com um pouco de desprazer, ao pedido do Papa, pois ele estava acostumado a seu eremitério e não se adaptaria facilmente à vida de corte. À sua chegada, o rei Luís XI ajoelhou-se aos seus pés, mas nunca recobrou sua saúde; porém, a presença do eremita na corte contribuiu para melhorar as relações entre o papado e a monarquia francesa. Ali, Francisco manteve encontros com pessoas simples, mas também com acadêmicos em busca de um guia espiritual.

Crescimento da Ordem
Francisco permaneceu 25 anos além dos Alpes, trabalhando a terra como camponês, mas a sua fama aumentava sempre mais como reformador e penitente. Com a agregação de alguns beneditinos e franciscanos, a Congregação calabresa mudou sua vida de eremita para a de cenobita. Tal reviravolta levou a fundação a contar com a Ordem Terceira Secular e, depois, com as Monjas. As respectivas regras foram aprovadas, definitivamente, por Júlio II, em 28 de julho de 1506.

Morte e canonização
Francisco de Paula morreu em Tours, em 2 de abril de 1507. Sua fama difundiu-se logo pela Europa, por meio dos três ramos da família dos Mínimos: frades, monjas e terciários. Foi canonizado em 1° de maio de 1519, apenas doze anos após a sua morte, durante o pontificado do Papa Leão X, do qual ele havia previsto sua eleição para o trono papal quando ainda era criança.

Catedral Metropolitana de São Francisco de Paula – Pelotas (RS)
Além de Padroeiro da cidade de Pelotas, foi erigida a sua catedral com o patrocínio do Santo. O lugar é enriquecido de pinturas compostas por artistas italianos, somados a isso todos os anos comemora-se com devoção este santo.

Oração
Ó glorioso São Francisco de Paula que tanto vos aprofundastes na humildade, único alicerce de todas as virtudes, alcançando através dela um grande prestígio junto de Deus, a tal ponto de jamais lhe terdes pedido graça alguma que prontamente não vos fosse concedida. Aqui venho aos vossos pés para suplicar-vos. Extinga do meu coração todo afeto de soberba e vaidade e em seu lugar floresçam os preciosos frutos da humildade para que possa Ser verdadeiro devoto e imitador vosso e merecer o grande patrocínio que de vossa eficaz intercessão espero e rogo me alcanceis de Deus a graça de que tanto necessito não sendo contra a vontade do Altíssimo. Amém.

A minha oração
“Ó Francisco, grande milagreiro e exemplo de vida devota, ajudai-nos a viver uma vida profundamente piedosa. Ensina-nos o caminho da penitência e da pobreza que me cabe, mas sobretudo o amor e a santidade”.

São Francisco de Paula, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Surgiu uma divisão por causa dele… (Jo 7,40-53)

 

Não havia consenso a respeito de Jesus de Nazaré. Sua figura era objeto de discussões e antagonismos. De um lado, o povo, que ouvia seu ensinamento e testemunhava seus milagres; do outro, sacerdotes e fariseus, os “donos da religião”, em cujos preceitos e preconceitos não se encaixava o incômodo profeta. E cada grupo fincava pé em suas posições…

 

Mesmo os conterrâneos de Jesus acham difícil apostar nele. Sua falta de fé chegou a impedi-lo de fazer milagres em sua pátria (cf. Mc 6,5-6). Dentro de sua própria família, houve quem o julgasse sem o juízo perfeito (cf. Mc 3,21). E no grupo dos Doze, o seu líder chegou a adverti-lo por falar de sua paixão e morte (cf. Mt 16,22-23). Depois, disso, seria insensatez de nossa parte achar estranho que a pessoa de Jesus cause divisões…

 

Aliás, ele-mesmo, Jesus de Nazaré, falou desse desacordo entre as pessoas que fizessem contato com ele: “Não penseis que vim trazer paz à terra! Não vim trazer paz, mas a espada.” (Mt 10,34ss) E o Mestre exemplifica com divisões que ocorreriam até no interior das famílias com pais e filhos e campos opostos por causa dele.

 

Como pano de fundo, o mistério da liberdade humana. Alguns ramos do cristianismo falam em uma espécie de predestinação, atribuindo a Deus a escolha prévia de quem seria salvo ou condenado. Não é esta a fé da Igreja Católica. Nós cremos que cada pessoa permanece livre para acolher, ou não, a salvação oferecida em Jesus Cristo.

 

Entra aqui outro mistério: o dom da fé! No seio da mesma comunidade, da mesma família, alguns aderem a Jesus Cristo, outros o rejeitam. Seria necessário verificar os motivos dessa rejeição. Por que tanta gente manifesta repulsa ou indiferença pelo amor de Deus revelado EM e POR Jesus?

 

Existem aqueles que o rejeitam por terem adotado um estilo de vida incompatível com o Evangelho, adoradores do dinheiro, do poder, da corrupção, das glórias mundanas. Não poderiam aceitar a Jesus sem adotar profunda mudança de vida. Existem outros que se escandalizaram com a conduta de pessoas conhecidas que se dizem cristãs. Esta ferida os mantém à distância. Existem muitos que foram vítimas de cristãos nominais que os exploraram, escravizaram e bombardearam. Não admira que Jesus Cristo seja intragável para eles…

 

Bem-aventurados aqueles que ouviram e acolheram a mensagem de Jesus! Na imagem do Salmo 1, são como árvores plantadas à beira das águas: estarão sempre florescentes e darão fruto no tempo oportuno.

 

Nascidos em família cristã, educados na fé, alimentados pelos sacramentos da Igreja, será que nós temos consciência de nosso privilégio? Somos agradecidos por todo o investimento de graça e de amor que Deus realizou em nossa vida?

 

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.