02 de Dezembro de 2022

1a Semana do Advento ano A. Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA I SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I – ofício do dia)

 

 Antífona da entrada

 

– O Senhor descerá com esplendor, para visitar o seu povo na paz e fazê-lo viver a vida eterna.

 

Oração do dia

 

– Despertai, Senhor, vosso poder e vinde para que vossa proteção afaste os perigos a que nossos pecados nos expõem e a vossa salvação nos liberte. Vós que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 29,17-24

– Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor Deus: 17Dentro de pouco tempo, não se transformará o Líbano em jardim? E não poderá o jardim tornar-se floresta? 18Naquele dia, os surdos ouvirão as palavras do livro e os olhos dos cegos verão, no meio das trevas e das sombras. 19Os humildes aumentarão sua alegria no Senhor, e os mais pobres dos homens se rejubilarão no Santo de Israel; 20fracassou o prepotente, desapareceu o trapaceiro, e sucumbiram todos os malfeitores precoces, 21os que faziam os outros pecar por palavras, e armavam ciladas ao juiz à porta da cidade e atacavam o justo com palavras falsas. 22Isto diz o Senhor à casa de Jacó, ele que libertou Abraão: “Agora, Jacó não mais terá de envergonhar-se nem seu rosto terá de enrubescer; 23quando contemplarem as obras de minhas mãos, hão de honrar meu nome no meio do povo, honrarão o Santo de Jacó, e temerão o Deus de Israel; 24os homens de espírito inconstante conseguirão sabedoria e os maldizentes concordarão em aprender”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 27,1.4.13-14 (R: 1a)

 

– O Senhor é minha luz e salvação.
R: O Senhor é minha luz e salvação.

– O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?

R: O Senhor é minha luz e salvação.

– Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, e é só isto que eu desejo: habitar no santuário do Senhor por toda a minha vida; saborear a suavidade do Senhor e contemplá-lo no seu templo.

R: O Senhor é minha luz e salvação.

– Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!

R: O Senhor é minha luz e salvação.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eis que virá o nosso Deus com poder e majestade, e ele há de iluminar os olhos de seus servos!

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,27-31

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 27partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: “Tem piedade de nós, filho de Davi!” 28Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: “Vós acreditais que eu posso fazer isso?” Eles responderam: “Sim, Senhor”. 29Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: “Faça-se conforme a vossa fé”. 30E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: “Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo”. 31Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Silvério, o Papa mártir

- por Pe. Alexandre

Origens
Não há registros exatos sobre a data do nascimento de São Silvério. Nascido em Frosinone, Itália, era filho do Papa Hormisdas, que havia se casado antes de se tornar membro do alto clero.

O Pontificado
Silvério entrou para o serviço da Igreja, em abril de 536, após a morte do Papa Agapito. Foi eleito mesmo com o descontentamento de muitos, que não o queriam como Papa, pois, na época, ele era apenas um subdiácono, um ofício religioso considerado muito baixo para ter acesso ao trono de Pedro. Entretanto, o rei Teodato, com uma ameaça, impôs a sua eleição, restando ao clero aceitar apenas.

Uma ameaça
Uma das maiores opositoras de São Silvério foi Teodora, esposa do imperador oriental Justiniano, partidária dos Monofisistas (doutrina teológica desenvolvida entre o ano 400, pelo arquimandrita Eutíquio, que nega a natureza divina de Cristo). Teodora havia escolhido para sucessor de Agapito, seu pupilo Virgílio.

São Silvério: o Papa que sofreu com a separação da Igreja

A separação das Igrejas em Roma
A doutrina Monofisismo, condenada herética pelo Concílio de Calcedônia, em 451, conseguiu encontrar prosélitos por volta dos séculos V e VI, causando uma grande separação de Roma entre as Igrejas Copta, Armênia e Jocobita da Síria.

Reflexos do Conflito
No decorrer desse conflito, no ponto de vista político, complicava-se a situação na península italiana que, na época, era disputa entre Constantinopla e os invasores Godos. O pontificado de Silvério e toda a esfera religiosa pagavam todo o preço nessa disputa de poderes. O imperador Justiniano acabou por declarar guerra contra os Ostogodos, enviando seu melhor general, Belizário para o combate.

A Falsa Acusação
Neste contexto, Teodora ainda travava uma batalha contra Silvério, onde tentava abrandar suas posições em favor do Monofisismo. Entretanto, não tendo sucesso, tramou um complô contra Silvério; com uma carta falsa afirmava que o Papa havia permitido a entrada dos Godos em Roma para libertá-los dos Bizantinos. Sem o direito de explicar-se, Silvério foi despojado de suas vestes papais e, vestido como monge, foi levado para Constantinopla. Sem ajuda, acabou sendo deportado para Patara, na Lícia. Em seu lugar, Virgílio tornou-se Papa, mas não foi hostil ao Monofisismo.

Da falsa acusação a vida eterna

Curto Pontificado
Eleito como o 58º Papa da Igreja de Roma, o pontificado de Silvério durou apenas um ano, por causa dessa grande guerra que perdurou por 18 anos.

A Prisão de São Silvério
O Bispo de Patara, disposto a inocentar Silvério, apresentou ao imperador provas irrefutáveis que provavam a inocência de Silvério, que obrigaram Justiniano a libertá-lo e mandá-lo de volta para Roma. Porém, Virgílio, para se defender, fez com que o general Belizário prendesse Silvério e o deportasse para a ilha das Pontinas, em Palmarola.

Páscoa
Na tentativa de acabar com o cisma entre as Igrejas, neste território, Silvério decidiu abdicar e, em aproximadamente um mês, em 2 de dezembro de 537 faleceu. Foi declarado o santo padroeiro de sua cidade, Frosinone, Itália.

Minha oração

“ Aquele que soube seguir o Cristo e imitá-lo em tudo, até mesmo no martírio, dai ao nosso papa a mesma força e sabedoria. Dai também aos líderes aquela virtude que leva a doar-se inteiramente, sempre à frente de seu povo como modelo do rebanho e bom pastor. Amém.”

São Silvério, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Será o fim dos tiranos… (Is 29,17-24)

 

Já chamaram a religião de anestesia. Um “especialista” em humanidade rotulou a religião como “ópio do povo”. Parece, porém, que o profeta Isaías pensa diferente… Olhando para o futuro, o Messias anunciado é um Libertador que erradica todas as tiranias contra o homem.

 

Reconhecido como um “protoevangelho” [um Evangelho que se antecipa aos quatro evangelhos do Novo Testamento!], o Livro de Isaías apresenta um conteúdo essencialmente subversivo. Em especial nas suas passagens de caráter messiânico, lemos as promessas de uma “virada de mesa” radical: surdos que passam a ouvir, cegos que passam a ver, feras amansadas, fracos fortalecidos. Isto pode incomodar os senhores do mundo…

 

É hora de fazer perguntas: a quem interessa que o deserto se torne um jardim? Quem não terá prejuízos se o pasto se tornar floresta? Quem não fatura com as guerras e, assim, não teme a chegada da Paz? “Os humildes” – responde Isaías.

 

Sim, os humildes se alegram com a perspectiva de um mundo novo, onde o Senhor vem instaurar a paz, nivelar as colinas do ódio, rechaçar as trevas com a luz de seu amor. Os mais fracos, os mais pobres, os excluídos do sistema – por que motivo iriam temer as promessas do Messias pacificador?

 

Mas há quem tema a paz… O profeta aponta para eles: os tiranos, os zombadores, os que espreitam para fazer o mal. Eles bem sabem que não terão lugar em um mundo ordenado pela paz e pela comunhão entre os homens. A tática dos tiranos é “dividir para imperar”. Os novos mapas fabricados para a África, após a Segunda Guerra mundial, formando territórios onde eram intencionalmente misturadas etnias diferentes, se inspiraram nesse mesmo princípio.

 

Agora, vem o Natal e nasce uma Criança que Deus nos envia. Ele encarna a mensagem dos anjos de Belém: “Paz na terra!” Não pode ser uma criança bem-vinda aos tiranos, pois eles vivem da guerra, respiram o ódio, alimentam-se de sangue. A simples notícia de sua vinda tira o sono de todos os Herodes do planeta…

 

E nós? Somos pacíficos? Amamos a paz? Qual é nossa contribuição pessoal em vista de um mundo sem guerras, uma sociedade sem fronteiras, uma família sem ódio? Em meu coração ainda há espaço para mágoas e ressentimentos? Guardo na gaveta as contas a cobrar? Ou já abri meu espírito à Luz do alto, que permite aos cegos a leitura de um Evangelho do amor?

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