03 de Fevereiro de 2021
Quarta semana do tempo Comum Quarta-feira
- por Pe. Alexandre
QUARTA FEIRA – SÃO BRÁS
(vermelho – ofício da memória)
Antífona da entrada
– Este Santo lutou até à morte pela lei de seu Deus e não temeu as ameaças dos ímpios, pois se apoiava numa rocha inabalável.
(Sl 105, 47).
Oração do dia
– Ouvi, ó Deus, as preces do vosso povo, confiado no patrocínio de São Brás; concedei-nos a paz neste mundo e a graça de chegar à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Hb 12,4-7.11-15
– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 4vós ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado, 5e já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: “Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando ele te repreende; 6pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho”. 7É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige? 11No momento mesmo, nenhuma correção parece alegrar, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados. 12Portanto, “firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; 13acertai os passos dos vossos pés”, para que não se extravie o que é manco, mas antes seja curado. 14Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; 15cuidai para que ninguém abandone a graça de Deus. Que nenhuma raiz venenosa cresça no meio de vós, tumultuando e contaminando a Comunidade.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 103,1-2.13-14.1718a (R: 17)
– O amor do Senhor por quem o respeita é de sempre e para sempre.
R: O amor do Senhor por quem o respeita é de sempre e para sempre.
– Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
R: O amor do Senhor por quem o respeita é de sempre e para sempre.
– Como um pai se compadece de seus filhos, o Senhor tem compaixão dos que o temem. Porque sabe de que barro somos feitos, e se lembra de que apenas somos pó.
R: O amor do Senhor por quem o respeita é de sempre e para sempre.
– Mas o amor do Senhor Deus por quem o teme é de sempre e perdura para sempre; e também sua justiça se estende por gerações até os filhos de seus filhos, aos que guardam fielmente sua Aliança.
R: O amor do Senhor por quem o respeita é de sempre e para sempre.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Minhas ovelhas escutam minha voz; eu as conheço e elas me seguem
(Jo 10,27).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 1-6
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Brás
- por Pe. Alexandre
O santo de hoje nasceu na cidade de Sebaste, Armênia, no final do século III. São Brás, primeiramente, foi médico, mas entrou numa crise, não profissional, pois era bom médico e prestava um ótimo serviço à sociedade. Mas nenhuma profissão, por melhor que seja, consegue ocupar aquele lugar que é somente de Deus. Então, providencialmente, porque ele ia se abrindo e buscando a Deus, foi evangelizado. Não se sabe se já era batizado ou pediu a graça do Santo Batismo, mas a sua vida sofreu uma guinada. Esta mudança não foi somente no âmbito da religião, sua busca por Nosso Senhor Jesus Cristo estava ligada ao seu profissional e muitas pessoas começaram a ser evangelizadas através da busca de santidade daquele médico.
Numa outra etapa de sua vida, ele discerniu que precisava se retirar. Para ele, o retiro era permanecer no Monte Argeu, na penitência, na oração, na intercessão para que muitos encontrassem a verdadeira felicidade como ele a encontrou em Cristo e na Igreja. Mas, na verdade, o Senhor o estava preparando, porque, ao falecer o bispo de Sebaste, o povo, conhecendo a fama do santo eremita, foi buscá-lo para ser pastor. Ele, que vivia naquela constante renúncia, aceitou ser ordenado padre e depois bispo; não por gosto dele, mas por obediência.
Sucessor dos apóstolos e fiel à Igreja, era um homem corajoso, de oração e pastor das almas, pois cuidava dos fiéis na sua totalidade. Evangelizava com o seu testemunho.
São Brás viveu num tempo em que a Igreja foi duramente perseguida pelo imperador do Oriente, Licínio, que era cunhado do imperador do Ocidente, Constantino. Por motivos políticos e por ódio, Licínio começou a perseguir os cristãos, porque sabia que Constantino era a favor do Cristianismo. O prefeito de Sebaste, dentro deste contexto e querendo agradar ao imperador, por saber da fama de santidade do bispo São Brás, enviou os soldados para o Monte Argeu, lugar que esse grande santo fez sua casa episcopal. Dali, ele governava a Igreja, embora não ficasse apenas naquele local.
São Brás foi preso e sofreu muitas chantagens para que renunciasse à fé. Mas por amor a Cristo e à Igreja, preferiu renunciar à própria vida. Em 316, foi degolado.
Conta a história que, ao se dirigir para o martírio, uma mãe apresentou-lhe uma criança de colo que estava morrendo engasgada por causa de uma espinha de peixe na garganta. Ele parou, olhou para o céu, orou e Nosso Senhor curou aquela criança.
Peçamos a intercessão do santo de hoje para que a nossa mente, a nossa garganta, o nosso coração, nossa vocação e a nossa profissão possam comunicar esse Deus, que é amor.
São Brás, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
30. TRABALHAR BEM
– Vida de trabalho de Jesus em Nazaré. A santificação do trabalho.
– O trabalho é participação na obra criadora de Deus. Jesus e o mundo do trabalho.
– Sentido redentor do trabalho. Recorrer a São José para que nos ensine a trabalhar com competência e a corredimir com as nossas tarefas.
I. DEPOIS DE ALGUM TEMPO, Jesus voltou à sua cidade, Nazaré, com os seus discípulos1. Esperava-o ali a sua Mãe, com enorme alegria. Talvez tenha sido a primeira vez que aqueles primeiros seguidores do Mestre conheceram o lugar em que Jesus se tinha criado; e devem ter recuperado as energias em casa da Virgem, que os teria rodeado de particulares atenções, servindo-os com uma solicitude que ninguém tivera com eles até então.
Em Nazaré, todos conhecem Jesus. Conhecem-no pelo seu ofício e pela sua família: é o artesão, filho de Maria. Tal como acontece com tantas pessoas, o Senhor seguiu o ofício daquele que fizera as vezes de pai junto dEle, aqui na terra. Por isso chamam-no também filho do artesão2; teve a profissão de José, que possivelmente já morrera havia anos. A sua família, que guardava o maior dos tesouros – o Verbo de Deus feito homem –, foi como outra qualquer entre as da vizinhança.
Jesus deve ter permanecido vários dias em casa de sua Mãe, e provavelmente visitou outros parentes e conhecidos. E chegado o sábado pôs-se a ensinar na sinagoga. Os ouvintes ficaram surpreendidos. Aquele que até há pouco tempo fabricava móveis e arados para a lavoura, e que os consertava quando se estragavam, fala-lhes agora com suma autoridade e sabedoria, tal como ninguém lhes havia falado até então. Só vêem nEle o lado humano, aquilo que tinham observado durante trinta anos: a mais completa normalidade. Custa-lhes descobrir o Messias por trás dessa “normalidade”.
A oficina de José, herdada depois por Jesus, era como as outras que havia naquele tempo na Palestina. Talvez fosse a única em Nazaré. Cheirava a madeira e a limpeza. José, como também depois Jesus, devia cobrar o normal; talvez desse todas as facilidades possíveis a quem estivesse em apuros econômicos, mas não deixaria de cobrar o justo. E os trabalhos que José e Jesus realizavam nessa pequena oficina eram os próprios desse ofício, em que se fazia um pouco de tudo: construir uma viga, fabricar um armário simples, ajustar uma mesa que balançava, aplainar uma porta que não fechava bem… Ali não se fabricavam cruzes de madeira, como querem fazer-nos crer alguns quadros piedosos: quem se lembraria de encomendar-lhes semelhantes objetos? Também as madeiras não eram importadas do céu, mas adquiridas nos bosques vizinhos.
Os habitantes de Nazaré escandalizaram-se dEle. A Virgem Maria, não. Ela sabe que o seu filho é o Filho de Deus. Olha-o com imenso amor e admiração. Compreende-o bem.
A meditação desta passagem, em que se reflete indiretamente a vida anterior de Jesus em Nazaré, ajuda-nos a examinar se a nossa vida corrente, cheia de trabalho e de normalidade, é caminho de santidade, tal como foi a da Sagrada Família.
II. O SENHOR MOSTROU conhecer muito bem o mundo do trabalho. Na sua pregação, utiliza freqüentemente imagens, parábolas, comparações da vida de trabalho vivida por Ele ou pelos seus conterrâneos.
Os que o ouvem entendem bem a linguagem que emprega, porque não podem deixar de recordar que Jesus fez o seu trabalho em Nazaré com perfeição humana, com competência profissional, concluindo-o com esmero. Por isso, no momento em que volta à sua cidade, é conhecido precisamente pelo seu ofício, como o artesão. E desse modo ensina-nos a todos nós como devemos desempenhar as tarefas de cada dia3.
Se as nossas disposições forem realmente sinceras, o Senhor haverá de conceder-nos sempre a luz sobrenatural necessária para imitarmos o seu exemplo, procurando não apenas desincumbir-nos friamente da ocupação profissional, mas exceder-nos no seu cumprimento com abnegação e sacrifício, empenhando-nos nela de boa vontade, com amor.
O nosso exame pessoal diante de Deus e a nossa conversa com Ele hão de versar freqüentemente sobre essas tarefas que nos ocupam para ver se nos dedicamos a elas a fundo, com valentia: se procuramos trabalhar conscienciosamente, se nos esforçamos por fazer render o tempo, espremendo-o ao máximo; se conseguimos atualizar, completar e enriquecer dia a dia a nossa preparação profissional; se abraçamos com amor a Cruz, a fadiga e os contratempos do trabalho de cada dia.
O trabalho, qualquer trabalho nobre realizado conscienciosamente, faz-nos partícipes da Criação e corredentores com Cristo. “Esta verdade – ensina João Paulo II –, segundo a qual o homem, através do seu trabalho, participa na obra do próprio Deus, seu Criador, foi particularmente posta em relevo por Jesus Cristo, aquele Jesus perante o qual muitos dos seus primeiros ouvintes em Nazaré ficavam estupefatos e diziam: Onde aprendeu ele estas coisas? E que sabedoria é a que lhe foi dada?… Não é este o artesão?”4
Os anos de Jesus em Nazaré são o livro aberto em que aprendemos a santificar as tarefas de cada dia.
III. O ASSOMBRO DOS VIZINHOS de Nazaré é um ensinamento luminoso para nós; revela-nos que a maior parte da vida do Redentor foi de trabalho, como a vida dos demais homens. E esta tarefa realizada dia após dia foi instrumento de redenção, como o foram todas as ações de Cristo. Sendo uma tarefa humana simples, converteu-se num feixe de ações de valor infinito e redentor, por ter sido realizada pela Segunda Pessoa da Santíssima Trindade feita homem.
O cristão, que é outro Cristo pelo Batismo, deve converter os seus afazeres humanos retos em tarefa de corredenção. O nosso trabalho, unido ao de Jesus, ainda que segundo o conceito dos homens seja pequeno e pareça de pouca importância, adquire assim um valor incomensurável. O próprio cansaço que qualquer trabalho traz consigo, como conseqüência do pecado original, adquire um sentido novo. O que parecia um castigo é redimido por Cristo e converte-se em mortificação gratíssima a Deus, que nos serve para purificarmos os nossos próprios pecados e para corredimirmos com o Senhor a humanidade inteira. Aí está a diferença profunda entre o trabalho humanamente bem realizado por um pagão e o de um cristão que, além de estar bem acabado, é oferecido em união com Cristo.
A união com o Senhor, buscada no trabalho diário, reforçará em nós o propósito de fazermos tudo somente para a glória de Deus e para o bem das almas. O nosso prestígio, conseguido nobremente, atrairá os nossos colegas e servirá de alavanca para animarmos muitas outras pessoas a enveredarem pelo caminho de uma intensa vida cristã. Desse modo caminharão unidas na nossa vida a santificação do trabalho e o ímpeto apostólico no ambiente do nosso labor profissional, indicador claro de que realmente trabalhamos com retidão de intenção.
Peçamos hoje a São José que nos ensine a trabalhar bem e a amar os nossos afazeres. José é um Mestre excepcional do trabalho bem realizado, pois ensinou o seu ofício ao Filho de Deus; teremos muito a aprender dele, se recorrermos ao seu patrocínio enquanto trabalhamos. Podemos invocá-lo com esta oração antes de iniciarmos as nossas tarefas:
“Ó glorioso São José, modelo de todos os que se consagram ao trabalho! Alcançai-me a graça de trabalhar com espírito de penitência, em expiação dos meus pecados; de trabalhar com consciência, pondo o cumprimento do meu dever acima das minhas naturais inclinações; de trabalhar com agradecimento e alegria, olhando como uma honra o poder de desenvolver por meio do trabalho os dons recebidos de Deus. Alcançai-me a graça de trabalhar com ordem, constância, intensidade e presença de Deus, sem jamais retroceder ante as dificuldades; de trabalhar, acima de tudo, com pureza de intenção e desapego de mim mesmo, tendo sempre diante dos olhos todas as almas e as contas que prestarei a Deus do tempo perdido, das habilidades inutilizadas, do bem omitido e das estéreis vaidades em meus trabalhos, tão contrárias à obra de Deus. Tudo por Jesus, tudo por Maria, tudo à vossa imitação, ó Patriarca São José! Esse será o meu lema na vida e na morte. Amém”5.
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