03 de Julho de 2019

13ª semana comum Quarta-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

QUARTA FEIRA – SÃO TOMÉ, APOSTOLO

(Vermelho, glória, pref. dos apóstolos – Ofício da festa)

 

Antífona da entrada

 

– Vós sois o meu Deus e eu vos dou graças; vós sois o meu Deus e eu vos exalto: eu vos dou graças porque é meu salvador (Sl 117,28)

 

Oração do dia

 

– Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a festa do apóstolo são Tomé, para que sejamos sempre sustentados por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo que ele reconheceu como Senhor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ef 2,19-22

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem mi­grantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo Santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 117,1-2 (R: Mc: 16,15)

 

Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.

– Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos festejai-o!

R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.

– Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!

R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Acreditastes, Tomé, porque me vistes. Felizes os que creem sem ter visto  (Jo 20,29)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,24-29

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

– Glória a vós, Senhor!   

 

24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Tomé

- por Padre Alexandre Fernandes

São Tomé nunca teve medo de expor a realidade de sua fé e de sua razão

Pertenceu ao grupo dos doze apóstolos. O Senhor o chamou dentro de sua realidade, com suas fraquezas e até com suas crises de fé.

Nosso Senhor Jesus revelou a nós coisas maravilhosas através de São Tomé:

“Tomé lhe disse: ‘Senhor, nós nem sabemos para onde vais, como poderíamos saber o caminho?’ Jesus lhe disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6).

Tomé nunca teve medo de expor a realidade de sua fé e de sua razão, que queria saber cada vez mais e melhor. Quando Jesus apareceu aos apóstolos ao ressuscitar, Tomé não estava ali, e aí encontramos seu testemunho: “Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,26-28).

O Papa São Gregório Magno meditando essa realidade de São Tomé diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo, que, duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas chagas do mesmo, curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.

Segundo a Tradição, Tomé teria ido, depois de Pentecostes, evangelizar pelo Oriente e Índia onde morreu martirizado, ou seja, morreu por amor, testemunhando a sua fé.

São Tomé, rogai por nós !

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Não viram e creram… (Jo 20,24-29)

 

            Neste Evangelho, estamos diante de uma bem-aventurança extra, não incluída nas nove bem-aventuranças do Sermão da Montanha. Não se pode negar que ela faz um elogio para aqueles que receberam (e exercitam!) uma fé que independe de sinais, de provas, de argumentos racionais. Uma fé quimicamente pura…

 

            Mas nós estamos celebrando a festa do apóstolo Tomé, exatamente aquele que reservara seu ato de fé para a ocasião em que pudesse ver. E quando teve diante dos próprios olhos as chagas rubras de Cristo, já ressuscitado, mas com o corpo ainda marcado pela Paixão, quando foi convidado a espetar seu indicador na brecha do peito, Tomé fez a profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!”

 

            Ora, eu jamais me cansarei de agradecer a São Tomé pela sua dúvida provisória. Quanto aos demais apóstolos, meus sinceros parabéns! Mas foi a fé de Tomé que deu sustentação à minha pobre fé: ele VIU! E isto nos recorda que a fé da próxima geração depende do testemunho da geração atual. Os filhos são batizados na fé dos pais…

 

            Sim, na ausência de testemunhas vivas a fé pode tornar-se mera tradição, simpático folclore ou grosseira superstição. É por isso que Tertuliano afirmou: o sangue dos mártires é semente de cristãos [sanguis martyrum, semen christianorum]. No Coliseu, cada mártir que morria entoando salmos arrastava à pia batismal uma legião de novos fiéis.

 

            Por que será que se nota hoje, em especial nas nações mais ricas e nas classes mais abastadas, uma contínua hemorragia de cristãos? Por que se esvaziam os nossos templos? Por que tantos casais preferem juntar-se a celebrar o matrimônio e fundar novas igrejas domésticas? Seria, talvez, por falta de testemunhas?

 

            Como discursou o Papa Francisco, em 8 de maio de 2013, “o anúncio e o testemunho do Evangelho, para cada cristão, nunca são um ato isolado, e nenhum evangelizador age, como recorda muito bem Paulo VI, ‘sob uma inspiração pessoal, mas em união com a missão da Igreja e em nome dela’

(cf. Evangelii nuntiandi,80)”.

 

            É hora de testemunhar nossa fé.

 

Orai sem cessar: “Eu creio, Senhor!” (Jo 9,38)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

 

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