03 de Julho de 2022

14a Semana do Tempo Comum Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – SÃO PEDRO E SÃO PAULO

(vermelho, glória, creio, pref. próprio – Ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que hoje nos concedeis a alegria de festejar são Pedro e são Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as primícias da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 12,1-11

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 1o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. 2Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos. 4“Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. 5Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele. 6Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão. 7Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa! ” As correntes caíram-lhe das mãos. 8O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias! ”  Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” 9Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão. 10Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou.
11Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 34,2-3.4-5.6-7.8-9 (R: 5)

 

De todos os temores me livrou o Senhor Deus.
R: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

– Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!

R: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

– Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

R: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.

R: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

– O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

R: De todos os temores me livrou o Senhor Deus.

2ª Leitura: 2Tm 4,6-8.17-18

 

Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo: 6Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. 17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 16,13-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem? ” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou? ” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Tomé Apóstolo

- por Pe. Alexandre

Testemunho Bíblico

Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei”. Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A Paz esteja com vocês!”. Depois, disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e acredite”. Disse-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Então Jesus lhe disse: “Você acreditou porque me viu! Felizes os que não viram e acreditarão». (Jo 20,24-29)

Tomé incrédulo? 

Geralmente, quando se fala de São Tomé, começa-se de trás para frente: depois da ressurreição, por não estar presente na aparição de Jesus aos Apóstolos, não acreditou no que lhe disseram. Porém, ninguém tem o direito de pensar que Tomé era uma pessoa tépida ou, pior ainda, um pecador. Era apenas um homem cuja fé profunda ainda devia ser posta à dura prova da vida, que ele não escondia: expôs suas dúvidas e fez a Jesus as perguntas que brotavam do seu coração. Por exemplo: quando Jesus voltou a Betânia, onde seu amigo Lázaro tinha falecido, os discípulos ficaram com medo, porque, na Judeia, o clima não era nada favorável. Ali, Tomé demonstrou não ter medo de nada, a ponto de dizer: “Vamos morrer com Ele”. Durante a Última Ceia também, quando Cristo disse que ia preparar um lugar para todos na Casa do Pai, Tomé ficou desorientado. Por isso, perguntou ao Senhor para onde ia, e qual seria o caminho para chegar lá. Então, Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a vida!”.

Incredulidade do Apóstolo como estereótipo

Toda a comunidade dos Apóstolos estava abalada pela morte de Jesus e pelas violências que padeceu. Porém, ao ressuscitar, Jesus apareceu, imediatamente, aos seus discípulos para tranquilizá-los. Tomé não estava lá naquele momento, e por isso não acreditou no que diziam. Talvez, por causa da sua teimosia inata ou por sentir de estar ausente, quis tocar as feridas dos cravos e nas mãos, e no peito de Jesus. Afinal, ele era um homem como todos. Por isso Jesus o satisfez ao voltar oito dias depois. Assim, Tomé acreditou, imediatamente, a ponto de confessar: “Meu Senhor e meu Deus!”, como ninguém jamais havia feito. Por fim, Jesus fez uma promessa, que servia para toda a humanidade, até o fim dos tempos: “Felizes dos que acreditarão sem ter visto”. O Papa São Gregório Magno, meditando essa realidade de São Tomé, diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo, que duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos em Suas chagas, e curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.

A missão do discípulo

Sabemos que Tomé não era muito instruído, mas, certamente, compensava esta lacuna pelo imenso amor que sentia por Jesus. Segundo a tradição, o Apóstolo recebeu a missão de evangelizar a Síria e, depois, a cidade de Edessa, da qual partiu para fundar a primeira comunidade cristã na Babilônia, Mesopotâmia, onde permaneceu sete anos. Dalí, embarcou para a Índia. De Muziris, onde já havia comunidade judaica promissora, que se tornou cristã, rapidamente atravessou todo o país até chegar à China, sempre e somente por amor ao Evangelho. Ao voltar à Índia, foi martirizado, transpassado por uma lança, na atual Chennai, em 3 de julho de 72.

A minha oração

“Ó Santo Apóstolo, predileto do Senhor, com tua incredulidade curou a nossa, com tua audácia tocaste no corpo glorioso do Senhor. Ensinai-nos a crer sem precedências e a provar da ressurreição do divino Mestre. Amém!”

São Tomé , rogai por nós!

Meditaçao

- por Pe. Alexandre

Eu te darei as chaves… (Mt 16,13-19)

 

Um Evangelho denso, rico de informação. No centro de tudo, a proclamação de Jesus como o Cristo, o Filho de Deus. Estamos bem no coração da Boa Nova!

 

Enquanto a multidão divaga e tem dificuldade em apreender o mistério que se oculta sob a pessoa do Rabi da Galileia, o velho pescador – sem nenhum apoio em sua própria (e limitada) natureza humana – recebe do Espírito Santo as luzes interiores para identificar seu Mestre como o Messias esperado por Israel. E vai além: Jesus é o Filho de Deus!

 

É suficiente para que Jesus defina o Apóstolo Pedro como a “rocha” – fazendo um jogo de palavras com o termo aramaico kefas (= pedra, rocha, equivalente ao latim petra, Petrus). Se Jesus é a verdadeira “pedra angular”, ele deixará a Pedro como a “rocha” da Igreja, seu corpo místico. A profissão de fé de Pedro é suficiente para que o Senhor o coloque à frente da Igreja. Vale notar que o Evangelho de São João registra esta “missão” petrina desde o primeiro encontro com o Mestre (cf. Jo 1,42).

 

O símbolo das “chaves” aponta para uma faculdade ou poder que Jesus Cristo entrega nas mãos da Igreja, centrada na figura de Pedro: ligar e desligar, fechar e abrir. Após a ressurreição (cf. Jo 20,23), Jesus será ainda mais claro, referindo-se ao poder de perdoar (ou não) os pecados. Com as “chaves” nas mãos, os herdeiros do ministério apostólico podem abrir os tesouros de Cristo confiados à Igreja e distribuí-los entre os fiéis. Ao cortar os laços que prendem ao pecado, com a absolvição, reconciliam os pecadores com a Igreja. Podem também definir quem está ligado, ou não, ao corpo de Cristo.

 

Obviamente, não se trata de um poder discricionário, a ser desempenhado com arbítrio e despotismo. Ao contrário, o “poder das chaves” constitui um permanente serviço à Igreja e à humanidade, alvos do amor entranhado do próprio Senhor. Quando os sucessores de Pedro assumem sua cátedra, passam a exercer um serviço pastoral, mas também uma “autoridade” para governar a casa de Deus (cf. Catecismo da Igreja Católica, 553), que é a Igreja, tomando decisões de caráter doutrinal e disciplinar.

 

Filhos rebeldes sempre reclamam da autoridade paterna. Filhos obedientes experimentam sempre mais os tesouros da ternura e da misericórdia. Qual é a minha atitude em relação à Igreja?

 

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