03 de Março de 20222

Semana Cinzas

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – DEPOIS DAS CINZAS

(roxo, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Clamei pelo Senhor, e ele me ouviu: salvou-me daqueles que me atacam. Confia ao Senhor os teus cuidados, e ele mesmo te há de sustentar (Sl 54,17-20.23).

 

Oração do dia

 

– Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dt 30,15-20

 

– Leitura do livro do Deuteronômio: Moisés falou ao povo dizendo: 15“Vê que eu hoje te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. 16Se obedeceres aos preceitos do Senhor teu Deus, que eu hoje te ordeno, amando ao Senhor teu Deus, seguindo seus caminhos e guardando seus mandamentos, suas leis e seus decretos, viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que vais entrar, para possuí-la. 17Se, porém, o teu coração se desviar e não quiseres escutar, e se, deixando-te levar pelo erro, adorares deuses estranhos e os servires, 18eu vos anuncio hoje que certamente perecereis. Não vivereis muito tempo na terra onde ides entrar, depois de atravessar o Jordão, para ocupá-la. 19Tomo hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós, de que vos propus a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes, 20amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele – pois ele é a tua vida e prolonga os teus dias -, a fim de que habites na terra que o Senhor jurou dar a teus pais Abraão, Isaac e Jacó”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 1,1-2.3.4.6 (R: Sl 40,5a)

 

– É feliz quem a Deus se confia!
R: É feliz quem a Deus se confia!

 

Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.

R: É feliz quem a Deus se confia!

– Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

R: É feliz quem a Deus se confia!

– Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

R: É feliz quem a Deus se confia!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9, 22-25

 

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

 

– Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (Mt 4,17)

 

Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santos Marino e Astério

- por Pe. Alexandre

Os santos de hoje foram mártires no século III. São Marino era oficial romano, mas sobretudo cristão. Já tinha feito seu caminhar com Cristo, estando em constante aprofundamento. No Império, não era reconhecido como cristão, e nem era possível uma evangelização aberta. Mas com sua vida, seu jeito profissional de ser, comunicava a verdade e o amor. Era cogitado para ocupar uma posição chave: a de centurião romano na Cesareia.

Outros queriam esse cargo, e sabiam que ele era cristão. Por isso, um deles levantou uma lei antiga, onde para assumir o cargo era preciso antes sacrificar aos deuses. Imediatamente, Marino revelou publicamente que não poderia fazer isso e professou sua fé. Pela admiração que muitos tinham por ele, não o mataram na hora. Deram a ele três horas para escolher entre apostatar da fé ou morrer.

Ao sair do pretório, encontrou-se com o bispo Teotecno, que o levou à igreja e, apontando-lhe para uma espada e para o Evangelho, o motivou a fazer uma escolha digna de cristão. O oficial livremente abraçou o Evangelho.

Passado o tempo, as autoridades o quiseram ouvir. Marino permaneceu fiel por amor a Cristo e à Igreja, e acabou sendo degolado. Isso no ano de 260.

De repente, Astério aproximou-se do corpo, cobriu-o e enterrou o oficial. Ele sabia que isso poderia levá-lo ao martírio também. E foi o que aconteceu.

O testemunho deles nos convida a evangelizarmos a partir da nossa vida, em todos os lugares da sociedade, e a nunca renunciarmos nossa fé, mesmo que o martírio nos espere.

Santos Marino e Astério, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Tome a sua cruz… (Lc 9,22-25)

 

Este Evangelho não é para todos. Não é para a multidão amorfa. Não é para o público agitado dos “shows” de evangelização. Sua frase nuclear começa por uma condicional: “Se alguém me quer seguir…” Logo, trata-se de um convite para o futuro discípulo. Só para discípulos…

 

O miolo do convite é este: “Tome cada dia a sua cruz e siga-me!” E é seguido de violento paradoxo: quem pretende salvar a vida, perde a vida. Quem aceita perdê-la, acaba por salvá-la. E o inevitável divisor de águas é… a cruz!

 

Logo a cruz?! Logo esse antigo instrumento de tortura que os romanos tomaram de empréstimo aos persas para levar à morte escravos fugidos e revoltosos? Suplício tão brutal que não podia ser infligido a um cidadão romano, como Paulo apóstolo?

 

Tomar a cruz… Abraçar a cruz… E logo se erguem vozes de rebate a nos acusar de masoquismo, pois não conseguem perceber a relação necessária entre o sofrimento aceito livremente e o amor que explode no coração. Quem ama sofre. É no dia do sofrimento que o amor alegado pode ser comprovado.

 

Meditando nisso, escrevi o soneto “Declaração de Amor”:

Eu quero te amar, bendito lenho,

 

De onde o Sangue escorre como um fio:

Se mergulho minha alma nesse rio,

Eu tenho a salvação, a vida eu tenho!

 

            Se ao Gólgota rochoso, humilde, venho,

            É porque tenho o coração vazio

            E nada achei que me aquecesse o frio:

            Nem ouro, nem a força, nem o engenho…

 

Aqui estou, ó Cruz, com meus cansaços,

Pra me entregar e abrir de vez os braços,

Unindo para sempre os meus aos teus…

 

    Quando a morte passar, levando tudo,

    Hão de encontrar aqui meu corpo mudo,

    Mas a minha alma voará pra Deus!

 

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