04 de Janeiro de 2022
Epifania do Senhor Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina.
(Sl 117, 26).
Oração do dia
– Ó Deus, cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 4, 7-10
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.3-4ab.7-8 (R: 11)
– Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 34- 44
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santa Ângela de Foligno
- por Pe. Alexandre
Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, a menina foi crescendo.
Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou o seu vazio existencial. Foi quando recorreu a Virgem Maria e buscou o sacramento da reconciliação.
Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres, entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e saía para peregrinações em Assis.
Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.
Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Como ovelhas sem pastor… (Mc 6,34-44)
Sempre a caminho, Jesus ensina e cura os enfermos… Coração apertado diante de tanto sofrimento e dor, contempla a multidão e a vê como ovelhas sem pastor. Quem deveria cuidá-las, orientando-as para Deus, optou por outras prioridades… Pais não educam os filhos. Mães põem a “realização pessoal” acima das necessidades das crianças. Professores burocráticos não se interessam por seus alunos. Párocos enriquecem às custas do rebanho. Maus pastores…
A sociedade não teria chegado ao impasse atual se os pastores tivessem apascentado o rebanho. No alto da pirâmide, governantes que fizeram opções erradas em prejuízo dos cidadãos. Na base, espectadores indiferentes à miséria dos mais pobres, à falta de oportunidades para as crianças e adolescentes, à demolição da vida familiar. Todos temos culpa no cartório. Falhamos em algum ponto da caminhada. Escolhemos outros alvos: carreira, sucesso, conforto, segurança financeira. Isto nos fechou em nosso próprio mundo.
Muitos tentam evitar o desastre. Dom Bosco gasta a vida a cuidar das crianças que a Itália abandonara. Madre Teresa abraça os pobres da Índia com amor de mãe. S. Joana de Lestonnac dá formação católica às meninas da França em plena Reforma protestante. Abbé Pierre incentiva os “trapeiros de Emaús” a viverem com o lixo dos ricos. Mas é pouco! A selva capitalista multiplica a violência, a fome e miséria. O rebanho abandonado, sempre maior, faz ecoar pelo planeta o repto que convida a abrir os braços ao próximo e, simplesmente, amar.
“De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo.” (Bento XVI, Porta Fidei, 14)
Nem todos são surdos. A Comunidade Jesus Menino acolhe deficientes e vive com eles em família. A Aliança de Misericórdia sai às praças para levar amor aos moradores de rua, drogados ou prostitutas. A Nova Aliança leva a Palavra de Deus aos fiéis esquecidos pelas paróquias. Leigos visitam cadeias e hospitais. Os grupos do AA acolhem como irmãos os dependentes do álcool. Os Vicentinos levam pão a famílias sem recursos. Mas ainda é pouco. Muito pouco. E nós, os bons, estamos ocupados demais com negócios, lazer, novelas na TV. E Jesus Cristo contempla a multidão e vê… que ainda são ovelhas sem pastor…
Quando cuidaremos das ovelhas do Senhor?
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