04 de janeiro de 2023

Tempo do Natal Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – TEMPO DO NATAL
(branco, pref. do Natal – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu (Is, 9,2).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, nós vos pedimos que no Salvador, qual nova luz dos céus para a redenção do mundo, se levante cada dia para renovar os nossos corações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Jo 3,7-10

 

– Leitura da primeira carta de são João: 7 Filhinhos, que ninguém vos desencaminhe. O que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Aquele que comete o pecado é do diabo, porque o diabo é pecador desde o princípio. Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo. 9 Todo aquele que nasceu de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus fica nele; ele não pode pecar, pois nasceu de Deus. 10 Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama seu irmão.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 98,1.7-9 (R: 3a)

 

– Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

– Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria!

R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

– Na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.

R: Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1-2).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,35-42

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “Que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” 39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram, pois, ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. 41Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias (que quer dizer: Cristo)”. 42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer: Pedra).

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santa Ângela de Foligno

- por Pe. Alexandre

Ângela nasceu em Foligno, na Itália, no ano de 1248, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, a menina foi crescendo. Perdeu seu pai muito cedo, recebendo da mãe uma educação superficial, que a levou a viver seus primeiros anos distante da fé.

Casou-se com um habitante famoso de sua cidade, com quem teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Recorreu a Virgem Maria, buscando o sacramento da reconciliação quando ela tocou em seu vazio existencial.

Ângela tinha 40 anos quando se abriu ao processo de conversão e decidiu vender todos os seus bens e distribuir o dinheiro aos pobres. Foi numa peregrinação para Assis, nas pegadas do Pobrezinho que ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus e, em 1291, ingressou para a Ordem Terceira de São Francisco, onde viveu uma vida reclusa e saía nas peregrinações em Assis. Sua direção espiritual foi confiada a Frei Arnaldo que, depois, se tornou seu biógrafo.

Ainda em vida, ficou conhecida como Magistra Theologorum, onde promoveu o aprofundamento da teologia tendo como base a Palavra de Deus, a obediência à Igreja e a experiência pessoal com o Divino. Envolvida nas controvérsias que dilaceraram a Ordem Franciscana, Ângela atraiu para perto de si um cenáculo de filhos espirituais, que viam nela uma guia e mestra da fé.

Morreu no dia 4 de janeiro de 1309 em Foligno. Antes mesmo de falecer, foi-lhe atribuído pelo povo, de maneira informal, o título de Santa. Em 9 de outubro de 2013, o Papa Francisco realizou o que seus predecessores haviam iniciado, canonizando Santa Ângela de Foligno.

Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Encontramos o Cristo! (Jo 1,35-42)

 

Esta foi a frase de André, dirigida a Simão Pedro, seu irmão. Podemos imaginar que ele arfava ao dizer estas palavras, com a emoção travando sua respiração. Uma emoção que extravasava os longos séculos de expectativas de Israel pelo Messias prometido.

 

Cristo (do grego) e Messias (do hebraico) são sinônimos perfeitos, designando aquele que recebeu o óleo da unção (crisma / carisma). Desde Isaías 61, o povo estava alerta para a chegada de um Ungido de Deus, portador de uma Boa Nova para os pobres, com a missão de curar e libertar, anunciando o ano da Graça do Senhor.

 

Ainda hoje, é comum ouvir de alguém a mesma frase: “Encontrei Jesus!” Ou no título do livro-testemunho de André Frossard: “Deus existe, eu o encontrei!” Mas é preciso examinar com atenção que encontro foi esse…

 

Existem encontros casuais, em uma esquina qualquer, encontros que logo se desvanecem com o ruído da primeira carruagem. Mas existe um encontro verdadeiro, um encontro pessoal e profundo que desencadeia autêntica mutação de vida. Depois desse encontro, a vida nunca mais será e mesma.

 

Foi assim com Pedro: “André conduziu-o até Jesus, que lhe disse, olhando para ele: ‘Tu és Simão. Filho de João. Tu te chamarás Cefas’ (que quer dizer Pedro”. (Jo 1,42) É o encontro de quem foi olhado por Cristo e, de tal modo transformado, muda até de nome. Nome novo, pessoa nova…

 

Não é exagero afirmar que a pessoa só se descobre como pessoa após esse olhar de Cristo. Depois dele, Pedro pode dizer: “Agora eu sei quem sou…” Antes do encontro, podíamos ir e vir entre tentativas e erros, entre sonhos e prazeres; agora, após o encontro, somos portadores de uma missão.

 

Foi assim com Saulo na estrada de Damasco. Foi assim com Madalena em uma esquina da cidade. Foi assim com Agostinho durante um sermão de Santo Ambrósio. Foi assim com Charles de Foucauld, ajoelhado diante do Padre Huvelin. Ali ocorreu o encontro que nada mais poderia interromper…

 

Alguns se encontram com Jesus desde criança: Teresinha de Lisieux definiu sua primeira comunhão como “um beijo de amor”. Outros – mesmo dentro da Igreja – veem Jesus como uma figura histórica, algo nublada pela neblina do tempo, mas sem experimentar o encontro transformador.

 

            Quando nos encontraremos com Jesus?

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