04 de Junho de 2022

7a Semana da Páscoa- Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – VII SEMANA DA PÁSCOA
(branco, pref. da Ascensão – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Os discípulos unidos perseveravam em oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e os irmãos dele, aleluia! (Lc 4,18)

 

Oração do dia

 

– Concedei-nos, Deus todo poderoso, conservar sempre em nossa vida e nossas ações a alegria das festas pascais que estamos para encerrar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 28,16-20.30-31

– Leitura dos Atos dos Apóstolos: 16Quando entramos em Roma, Paulo recebeu permissão para morar em casa particular, com um soldado que o vigiava. 17Três dias depois, Paulo convocou os líderes dos judeus. Quando estavam reunidos, falou-lhes: “Irmãos, eu não fiz nada contra o nosso povo, nem contra as tradições de nossos antepassados. No entanto, vim de Jerusalém como prisioneiro e assim fui entregue às mãos dos romanos. 18Interrogado por eles no tribunal e não havendo nada em mim que merecesse a morte, eles queriam me soltar. 19Mas os judeus se opuseram e eu fui obrigado a apelar para César, sem nenhuma intenção de acusar minha nação. 20É por isso que eu pedi para ver-vos e falar-vos, pois estou carregando estas algemas exatamente por causa da esperança de Israel”. 30Paulo morou dois anos numa casa alugada. Ele recebia todos os que o procuravam, 31pregando o Reino de Deus. Com toda a coragem e sem obstáculos, ele ensinava as coisas que se referiam ao Senhor Jesus Cristo.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 11,4.5.7 (R: 7b)

 

– Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
R: Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.

– Deus está no templo santo, e no céu tem o seu trono; volta os olhos para o mundo, seu olhar penetra os homens.

R: Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.

– Examina o justo e o ímpio, e detesta o que ama o mal. Porque justo é nosso Deus, o Senhor ama a justiça. Quem tem reto coração há de ver a sua face.

R: Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.

 

Aclamação santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade (Jo 16,7.13)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 21,20-25

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 20Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” 21Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?” 22Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” 23Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?” 24Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. 25Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Francisco Caracciolo

- por Pe. Alexandre

Ascânio Caracciolo era um italiano. Nasceu em 13 de outubro de 1563, próximo de Nápoles, na Vila Santa Maria de Chieti. A família era muito cristã e tinha vínculos com a elite da nobreza, por isso preparavam-no para a vida de negócios e da política.

Quando adolescente, decidiu seguir carreira militar, contudo, foi acometido por uma rara doença na pele, semelhante à lepra. Quando não havia mais tratamentos possíveis para a cura da doença, Ascânio rezou fervorosamente a Deus, pedindo por sua cura e prometendo que, se tal graça fosse concedida, entregaria sua vida a serviço do Reino de Deus. Pouco depois, a cura aconteceu.

Cumprindo sua promessa, completando 22 anos de idade, foi para Nápoles, onde estudou Teologia e ordenou-se sacerdote. Iniciou seu trabalho junto aos “Padres Brancos da Justiça”, dedicando seu apostolado em favor dos encarcerados, doentes, pobres e abandonados.

Por engano, recebeu uma carta endereçada a outro padre de mesmo nome Ascânio. A carta propunha a fundação de uma nova Ordem, a dos “Clérigos Regulares Menores”, dando alguns detalhes sobre o carisma que desejavam implantar.

Entre os anos de 1595 e 1598, fundou uma casa de religiosos em Valadolid; um colégio em Alcalá e, em Madri, um seminário, no qual foi mestre dos noviços.

Durante uma visita aos padres do Oratório da cidade de Agnone, adoeceu e morreu aos 44 de idade, em 4 de junho de 1608. Foi canonizado, em 1807, pelo papa Pio VII. Foi consagrado copadroeiro de Nápoles em 1840.

São Francisco Caracciolo, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Aquele que se inclinara sobre seu peito… (Jo 21,20-25)

 

Como nos ensinam os biblistas, o autor do 4º Evangelho, ao contrário dos sinóticos, não gosta de citar o seu próprio nome. Antes, ele se esconde atrás de perífrases: “o discípulo que Jesus amava” (Jo 13,23); “o outro discípulo” (Jo 18,15; 20,8), “aquele que se havia inclinado sobre seu peito” (Jo 21,20).

 

Eram 12 apóstolos. Nós teríamos apelidos para alguns deles: o traidor (Mt 27,3), aquele que o negou (Mt 26,70), os filhos do trovão (Mc 3,17), o racionalista (Jo 20,25) etc. Mas o título mais comovente é, sem dúvida, este que cabe a João. Afinal, ser definido como aquele que se inclinara sobre o peito do Mestre durante a Última Ceia é a mais palpável prova de sua intimidade com Jesus, certamente em um grau que os demais discípulos jamais chegaram a ousar…

 

Estamos falando de “intimidade”. Uma relação de intimidade entre o cristão e seu Salvador e Mestre, Jesus Cristo. Ao longo da história, os grandes místicos a experimentaram. Os catequistas e pregadores, porém, nem sempre se lembram de iniciar os catequizandos e os catequizados à mesma relação.

 

Ainda há quem use a imagem de Deus como vacina moral, como espada suspensa, como iminência de castigo. Ainda insistem em invocar a Deus como aquele que tem a missão exclusiva de castigar os infiéis. Ainda há que duvide da lição do mesmo Apóstolo: “Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus”. (1Jo 4,16b)

 

No Advento de 2011, o Papa Bento XVI fazia-nos um convite: “Neste tempo revigoremos a certeza de que o Senhor veio ao meio de nós e renova continuamente a sua presença de consolação, amor e alegria. Confiemos nele; como afirma Santo Agostinho, à luz da sua experiência: o Senhor está mais próximo de nós, do que nós de nós mesmos – «interior íntimo meo et superior summo meo» (Confissões, III, 6, 11)”.

 

E dizia mais: “Quem encontrou Cristo na própria vida, sente no coração uma serenidade e uma alegria que ninguém e nenhuma situação podem tirar. Santo Agostinho compreendeu-o muito bem; na sua busca da verdade, da paz, da alegria, depois de ter procurado em vão em múltiplas situações, conclui com a célebre expressão, que o coração do homem está inquieto, não encontra tranquilidade e paz, enquanto não descansar em Deus (cf. Confissões, I,1,1)”.

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