04 de Outubro de 2020
27a semana do tempo comum Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – II semana do saltério)
Antífona da entrada
– Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).
Oração do dia
– Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 5,1-7
– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Vou cantar para o meu amado o cântico da vinha de um amigo meu: um amigo meu possuía uma vinha em fértil encosta. 2Cercou-a, limpou-a de pedras, plantou videiras escolhidas, edificou uma torre no meio e construiu um lagar; esperava que ela produzisse uvas boas, mas produziu uvas selvagens. 3Agora, habitantes de Jerusalém e cidadãos de Judá, julgai a minha situação e a de minha vinha. 4O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz? Eu contava com uvas de verdade, mas por que produziu ela uvas selvagens? 5Pois agora vou mostrar-vos o que farei com minha vinha: vou desmanchar a cerca, e ela será devastada; vou derrubar o muro, e ela será pisoteada. 6Vou deixá-la inculta e selvagem: ela não será podada nem lavrada, espinhos e sarças tomarão conta dela; não deixarei as nuvens derramar a chuva sobre ela. 7Pois bem, a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e o povo de Judá, sua dileta plantação; eu esperava deles frutos de justiça – e eis injustiça; esperava obras de bondade – e eis a iniquidade.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 80,9.12.13-14.15-16.19-20 (R: Is 5,7a)
– A vinha do Senhor é a casa de Israel.
R: A vinha do Senhor é a casa de Israel.
– Arrancastes do Egito esta videira, e expulsastes as nações para plantá-la; até o mar se estenderam seus sarmentos, até o rio os seus rebentos se espalharam.
R: A vinha do Senhor é a casa de Israel.
– Por que razão vós destruístes sua cerca, para que todos os passantes a vindimem, o javali da mata virgem a devaste, e os animais do descampado nela pastem?
R: A vinha do Senhor é a casa de Israel.
– Voltai-vos para nós, Deus do universo! Olhai dos altos céus e observai. Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; protegei-a, e ao rebento que firmastes!
R: A vinha do Senhor é a casa de Israel.
– E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, e sobre nós iluminai a vossa face! Se voltardes para nós, seremos salvos!
R: A vinha do Senhor é a casa de Israel.
2ª Leitura: Fl 4,6-9
– Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses: Irmãos: 6Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. 7E a paz de Deus, que ultrapassa todo o entendimento, guardará os vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus. 8Quanto ao mais, irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. 9Praticai o que aprendestes e recebestes de mim, ou que de mim vistes e ouvistes. Assim, o Deus da paz estará convosco.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu vos escolhi foi do meio do mundo, a fim de que deis um fruto que dure. Eu vos escolhi foi do meio do mundo. Amém! Aleluia, aleluia! (Jo 15,16).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 21,33-43
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo: 33“Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas, e construiu uma torre de guarda. Depois, arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. 34Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. 35Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram.
36O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. 37Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’.
38Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’ 39Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. 40Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?” 41Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”. 42Então Jesus lhes disse: “Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?’
43Por isso, eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Francisco de Assis
- por Pe. Alexandre
Francisco nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Jovem orgulhoso, vaidoso e rico, que se tornou o mais italiano dos santos e o mais santo dos italianos. Com 24 anos, renunciou a toda riqueza para desposar a “Senhora Pobreza”.
Aconteceu que Francisco foi para a guerra como cavaleiro, mas doente ouviu e obedeceu a voz do Patrão que lhe dizia: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”. Ele respondeu que ao amo. “Porque, então, transformas o amo em criado?”, replicou a voz. No início de sua conversão, foi como peregrino a Roma, vivendo como eremita e na solidão, quando recebeu a ordem do Santo Cristo na igrejinha de São Damião: “Vai restaurar minha igreja, que está em ruínas”.
Partindo em missão de paz e bem, seguiu com perfeita alegria o Cristo pobre, casto e obediente. No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora chamada Porciúncula. Este foi o lugar predileto de Francisco e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes. A partir daí, Francisco dedica-se a viagens missionárias: Roma, Chipre, Egito, Síria… Peregrinando até aos Lugares Santos. Quando voltou à Itália, em 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho.
Em 1223, foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da Regra, como ato culminante da sua vida. Na última etapa de sua vida, recebeu no Monte Alverne os estigmas de Cristo, em 1224.
Já enfraquecido por tanta penitência e cego por chorar pelo amor que não é amado, São Francisco de Assis, na igreja de São Damião, encontra-se rodeado pelos seus filhos espirituais e assim, recita ao mundo o cântico das criaturas. O seráfico pai, São Francisco de Assis, retira-se então para a Porciúncula, onde morre deitado nas humildes cinzas a 3 de outubro de 1226. Passados dois anos incompletos, a 16 de julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por Gregório IX.
São Francisco de Assis, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Tomemos posse de sua herança! (Mt 21,33-43)
Na hora de receber os frutos da vindima, o Senhor da vinha enviou seus servos: foram espancados e apedrejados. Em atitude extrema, envia seu próprio Filho. Num misto de cupidez e de ódio, os vinhateiros decidem matá-lo: “Tomemos posse de sua herança!”
Mais uma vez, os homens são arrastados pela ilusão de tomar posse dos bens de Deus como raptores, de forma autônoma, “como se fossem deuses” (cf. Gn 3, 5). Para atingir seu objetivo, não hesitam sequer diante do crime. Tanto os profetas quanto o Messias têm o seu sangue derramado.
Ora, o Filho do Pai nos foi enviado exatamente para que fôssemos seus coerdeiros! Num ímpeto de filantropia, Deus queria que partilhássemos em tudo da vida divina, mergulhados nos tesouros de seu amor. Não precisávamos usurpar aquilo que desde o princípio era puro dom.
Assim comenta o teólogo Helmut Gollwitzer: “Ao rejeitar o Cristo, o homem busca destronar a Deus para tornar-se seu próprio patrão. O envio do Filho e seu destino manifestam a profunda intimidade entre o homem e Deus. Deus deve morrer a fim de que o homem possa viver segundo seus próprios desejos. Assim, o homem deve matar Deus. Cada passo na desobediência revela sua intenção de suprimir Deus para atingir aquilo que acredita ser a verdadeira vida, usurpando a herança de Deus, cujo lugar procura tomar”.
Que fará o Dono da vinha? – pergunta Jesus. Seus interlocutores julgam que a questão se resolve por uma áspera vingança [um triste fim…] da parte do Poderoso.
Naturalmente, seus ouvintes – os sumos sacerdotes e anciãos do povo (cf. Mt 21,23) – nem de longe imaginam que a misericórdia de Deus possa ser infatigável… Nem imaginam que o Filho nos foi entregue para dar sua vida e nos resgatar da morte… Em lugar de um “tarde demais”, observa Gollwitzer, a paciência divina nos oferecerá um “ainda”…
Quem conhece as vinhas sabe muito bem que a uva precisa ser pisada, ou não teremos o vinho da alegria. É por isso que Cristo se deixa pisar, esmagado no Horto, transpassado no Calvário, para que sejamos saciados por seu sangue.
Se a vinha foi confiada a “outros” – o novo Israel da Igreja -, a História ainda reserva espaço para que seja salvo todo o Israel. Deus não rejeitará seu povo…
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