05 de abril de 2023

QUARTA FEIRA - SEMANA SANTA

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – SEMANA SANTA
(roxo, pref. da paixão II, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Ao nome de Jesus todo joelho se dobre no céu, na terra e na mansão dos
mortos, pois o Senhor se fez obediente até a morte e morte de cruz. E por isso
Jesus Cristo é Senhor na glória de Deus Pai (Fl 2,10.8.11).
Oração do dia
– Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arrancar-nos
à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas a graça da
ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 50,4-9a
– Leitura do livro do profeta Isaías: 4 O Senhor Deus deu-me língua adestrada,
para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta
cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo.
5 O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás. 6 Ofereci as
costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o
rosto de bofetões e cusparadas. 7 Mas o Senhor Deus é o meu Auxiliador, por
isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado. 8 A meu lado está quem me justifica;
alguém me fará objeções? Vejamos. Quem é meu adversário? Aproxime-se.
9a Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador; quem é que me vai condenar?
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 69,8-10.21bcd-22.31.33-34 (R: 14cb)
– Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor
Deus.
– Por vossa causa é que sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de
confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro
para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa me
devoram como fogo abrasador: e os insultos de infiéis que vos ultrajam
recaíram todos eles sobre mim!
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor
Deus.
– O insulto me partiu o coração; Eu esperei que alguém, de mim tivesse pena;
procurei quem me aliviasse e não achei! Deram-me fel como se fosse um
alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre!

R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor
Deus.
– Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria!
Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o
Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e
não despreza o clamor de seus cativos.
R: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor
Deus.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 26,14-25
Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
– Salve nosso rei, somente vós tendes compaixão dos nossos erros.
Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 14 um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter
com os sumos sacerdotes 15 e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?”
Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E daí em diante, Judas procurava
uma oportunidade para entregar Jesus. 17 No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que
façamos os preparativos para comer a Páscoa?” 18 Jesus respondeu: “Ide à
cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo
está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus
discípulos’”. 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a
Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos.
21 Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me
trair”. 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar:
“Senhor, será que sou eu?” 23 Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que
comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a
Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25 Então Judas, o traidor, perguntou:
“Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

São Vicente Ferrer, dominicano, maior pregador do século XIV

- por Pe. Alexandre

Origens
Nasceu em Valência, na Espanha, em 1350. Seu pai era um tabelião que se chamava Guilherme Ferrer, e sua mãe se chamava Constância Miguel. Veio de um berço nobre na sua época, porém passou sua infância e juventude muito próximo aos Padres Dominicanos, que tinham um convento muito perto de sua casa.

Sonho profético da mãe
Ainda antes de nascer, sua mãe teve um sonho, onde ela via a grandeza do futuro de seu filho. Por ter muita proximidade com os padres Dominicanos, logo percebeu sua vocação. Aos 17 anos, pediu ingresso na Ordem dos Pregadores (Dominicanos).

Vida Religiosa
Ingressou na vida religiosa assim bem jovem e professou os votos com 18 anos. Após a sua ordenação, por ser um pregador com um dom muito especial, começou a peregrinar por toda a Europa.

São Vicente Ferrer: “anjo do Apocalipse”

Vivendo em tempos difíceis
Viveu em um período difícil da história da Igreja, quando ocorreu a Guerra dos Cem Anos, quando forças políticas eram capazes de intervir fortemente nas eleições papais. Chegando até o Grande Cisma da Igreja do Ocidente, que durou quase 40 anos.

Um grande pregador
Recebeu do Senhor, em sonho, o chamado para pregar durante 20 anos por boa parte da Europa. Andou pela Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Inglaterra e Irlanda e muitas outras regiões. Fazendo tudo isso de modo muito simples, andando por todas essas cidades montado num burro. Contudo, sempre com a revelação de um Dom extraordinário que era o da pregação. Isso fazia ter com ele sempre homens, mulheres e crianças, clérigos, teólogos que o acompanhavam pelo caminho. Pregava com muita paixão fervor. Além disso, mortificava-se e buscava penitências para ter mais tempo para a oração.

O objetivo da sua pregação
Queria com suas pregações defender sempre a unidade da Igreja, o fim das guerras, o arrependimento e a penitência, como forma de esperar a iminente volta de Cristo. Era apelidado de “anjo do Apocalipse”, pois pregava sobre o iminente fim dos tempos e dos eventos que o precederiam, chamando todos à conversão, para a salvação de suas almas.

São Vicente Ferrer e os Milagres em Vida

Um ensinamento
“A respeito do próximo, exerça estas outras sete disposições: tenra compaixão, alegria jubilosa, tolerância paciente e perdão das injúrias, afabilidade repleta de boa vontade, respeito humilde, concórdia perfeita, doação da sua vida sob o exemplo de Jesus. Como Ele, você estará pronto para doar-se aos seus irmãos”. (dos escritos de São Vicente Ferrer)

Milagre em vida
Contemporâneos de São Vicente Ferrer relatam que milhares de pessoas se reuniam para ouvi-lo, e o fato mais impressionante é que até mesmo pessoas que não falavam a sua língua o entendiam.

Certa vez, uma mulher judia, que durante uma de suas pregações na igreja de Ecija, Espanha, saiu durante um dos sermões falando com sarcasmo e todos os presentes ficaram com raiva. Mas São Vicente disse para que a deixassem sair, porém que se afastasse dela. O povo obedeceu, deixando-a passar até o pórtico, quando o telhado caiu sobre ela, e ela veio a falecer ali mesmo. Permanecendo morta por algum tempo e espanto de todos, São Vicente caminhou até o corpo da mulher e ordenou com voz forte: “Mulher, em nome de Jesus Cristo, volte à vida!” E esta ressuscitou. Todos ficaram maravilhados! Após o milagre, a senhora se converteu ao catolicismo. O fato se tornou conhecido, e durante muito tempo se fizeram procissões até o local do milagre.

Morte e Canonização

Páscoa
São Vicente Ferrer morreu em viagem – mas já era venerado como Santo pelo povo da época. Foi canonizado pelo Papa Calisto III, em 3 de junho de 1455, na igreja dominicana de Santa Maria Sopra Minerva, Roma.

Minha Oração
Oh Deus, que concedestes a São Vicente Ferrer ter uma vida conduzida pelo fervor e desejo de anunciar o teu Reino Glorioso e a necessidade de conversão, para a salvação de nossas almas. Concedei-me, eu vos peço, que eu também possa viver uma vida em expectativa da iminente volta do Cristo, com a ousadia e fervor para também pregar a sua Palavra em vista da salvação e conversão de tantos que ainda não te conhecem. Para a maior Glória de Deus. Amém.”

São Vicente Ferrer, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Vou celebrar a ceia em tua casa… (Mt 26,14-25)

Deixemos de lado o filho da perdição e prestemos atenção à presença
do Senhor em nossa mesa, celebrando conosco a ceia pascal. A narração é de
Lev Gillet:
“Jesus e os Doze estão presentes na aliya, o quarto de cima, em torno
da mesma mesa. Prolonga-se este crepúsculo de março ou abril. Lâmpadas
rituais foram acesas. O sol desapareceu, mas, lá fora, sobre as colinas, sobre
os campos, ainda se espalham rastilhos de suave luz. Mas a noite cai e,
quando um dos Doze sai, ela já veio.
A ceia pascal chega ao fim. Foram cumpridos os ritos prescritos. As
conversas se amortecem e param. Aqui e ali, algumas palavras ditas a meia
voz ainda se fazem ouvir. Depois, o silêncio. A voz do Mestre se eleva. Ele
pronuncia palavras que ninguém pudera prever, que jamais tinham sido
ouvidas. Ao refazer, com um pouco de pão e uma taça de vinho, certos gestos
simples de todos os dias, ele lhes comunica uma significação nova. Fala de
seu corpo dado e de seu sangue derramado para a remissão dos pecados.
O Mestre ergue os olhos ao Pai, enquanto suas mãos se elevam um
pouco e depois se estendem com recolhimento, contidas, para os elementos da
oblação, num gesto que sobriamente aponta e abençoa. Agora o Mestre abaixa
os olhos semicerrados para a mesa e os apóstolos. Ele depôs suas duas mãos
sobre a mesa. É o dorso das mãos que repousa, estende-se sobre a madeira.
O interior das mãos está aberto, apresentado aos apóstolos. Assim, as mãos
estão estendidas para eles. É um gesto de generosidade, um gesto de convite.
A expressão do olhar do Mestre corresponde ao gesto. O olhar, os lábios
(cujos cantos não estão sem tristeza), a cabeça ligeiramente inclinada, tudo no
Senhor contribuiu, de modo indizível, para exprimir o apagamento, o abandono,
a oferenda. O Salvador doa. Ele se doa. Todo inteiro, ele é dom. O Mestre se
levanta. E eis que, tendo nas mãos o prato e a taça, ele se aproxima de cada
um dos discípulos, um após o outro: ‘Tomai…’ (Mt 26,26) A cada um ele
pronuncia em voz baixa uma frase que os outros não podem ouvir, e só é
compreendida por aquele a quem é dita. Eu estou lá, também eu. Vejo-me
presente entre os discípulos. Irei tomar o que me é oferecido? Terei eu esta
presunção? Que palavra secreta o Mestre me dirá? Hesito, e depois eu me
decido. Avanço um pouco e espero.
O Mestre se aproxima de mim. Ergue os olhos. Envolve-me com apenas
um olhar rápido. De novo ele abaixa os olhos. Estende-me os dons que ele
oferece a todos e, quando eu os tomo, ele me diz como em um murmúrio: ‘Se
alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’.”
Orai sem cessar: “Preparas uma mesa para mim…” (Sl 23,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
[email protected]

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