05 de Dezembro de 2019

1a semana do Advento Quinta -feira

- por Padre Alexandre Fernandes

QUINTA FEIRA DA I SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Estais perto, Senhor, e todos os vossos caminhos são verdadeiros. Desde muito aprendi que vossa aliança foi estabelecida para sempre (Sl 118,151).

 

Oração do dia

 

– Despertai, ó Deus, o vosso poder e socorrei-nos com a vossa força, para que vossa misericórdia apresse a salvação que nossos pecados retardam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 26,1-6

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Naquele dia, cantarão este canto em Judá: “Uma cidade fortificada é a nossa segurança; o Senhor cercou-a de muros e antemuro. 2Abri as suas portas, para que entre um povo justo, cumpridor da palavra, 3firme em seu propósito; e tu lhe conservarás a paz, porque confia em ti. 4Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna. 5Ele derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar o chão. 6Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos humildes”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 118,1.8-9.19-21.25-27a (R: 26a)

 

– Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor.
R: Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor.

– Dai graças ao Senhor porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” É melhor buscar refúgio no Senhor, do que pôr no ser humano a esperança; é melhor buscar refúgio no Senhor, do que contar com os poderosos do mundo! ”

R: Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor.

– Abri-me vós, abri-me as portas da justiça; quero entrar para dar graças ao Senhor! “Sim, esta é a porta do Senhor, por ela só os justos entrarão!” Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes e vos tornastes para mim o Salvador!

R: Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor.

– Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó Senhor, dai-nos também prosperidade! Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!

R: Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor.
 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Buscai o Senhor, vosso Deus, invocai-o enquanto esta perto! (Is 55,6).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 7,21.24-27

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade­ de meu Pai que está nos céus. 24Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas ela não desabou, porque estava construída sobre a rocha. 26Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Martinho de Dume

- por Padre Alexandre Fernandes

Oriundo da Panônia, atual Hungria, dirigiu-se ainda jovem para o Oriente, onde professou vida regular: estudou o grego e outras ciências eclesiásticas em que muito cedo se distinguiu, até ser classificado, pelo eminente Doutor Santo Isidoro, como ilustre na fé e na ciência. Também Gregório de Tours o considerou entre os homens insuperáveis do seu tempo. Regressando do Oriente, dirigiu-se depois a Roma e França, onde travou conhecimento com as personagens por então mais insignes em saber e santidade. Sobretudo, quis visitar o túmulo do seu homônimo e compatriota, S. Martinho de Tours, que desde então ficará considerando como seu patrono e modelo. Foi também por essa altura que Martinho se encontrou com o rei dos Suevos, Charrarico, ao qual acompanhou para o noroeste da Península Ibérica, em 550, onde, com restos do gentilismo e bastante ignorância religiosa, se espalhara o Arianismo.

Para acorrer a tantos males, não tardou Martinho em planejar e colocar em andamento seu vigoroso apostolado. Num mosteiro, edificado pelo mesmo rei, em Dume, ao lado de Braga, assenta o grande apóstolo dos suevos suas instalações como escola de monaquismo e base de irradiação catequética e missionária. A igreja do mosteiro é dedicada a S. Martinho de Tours, e foi sagrada em 558. O seu abade foi elevado ao episcopado pelo Bispo de Braga já em 556, em atenção ao seu exímio saber e extraordinário zelo e santidade. Com a subida ao trono do rei Teodomiro (em 559), consumava-se o regresso dos Suevos ao Catolicismo, deixando o Arianismo. Ilustre por tão preclaras prerrogativas, passa Martinho para a Sé de Braga, em 569, quando o Catolicismo nesta região gozava já de alto esplendor, o que tornou possível o 1° Concílio de Braga, em 561, no pontificado de João III. Em 572, foi Martinho a alma do 2° Concílio de Braga. Nesta altura escreveu ele: “Com a ajuda da graça de Deus, nenhuma dúvida há sobre a unidade e retidão da fé nesta província”.

S. Martinho de Dume não esqueceu da importância e eficácia do apostolado da pena. Deixou assim várias obras sobre as virtudes monásticas, bem como matérias teológicas e canônicas, pelas quais foi depois reputado e celebrado como Doutor. Faleceu a 20 de março de 579 e foi sepultado na catedral de Dume; mas desde 1606 estão depositadas as suas relíquias na Sé de Braga. Compusera para si, em latim, o seguinte epitáfio sepulcral, em que mostra a veneração que dedicava ao santo Bispo de Tours: “Nascido na Panônia, atravessando vastos mares, impelido por sinais divinos para o seio da Galiza, sagrado Bispo nesta tua igreja, ó Martinho confessor, nela instituí o culto e a celebração da Missa. Tendo-te seguido, ó Patrono, eu, o teu servo Martinho, igual em nome que não em mérito, repouso agora aqui na paz de Cristo”.

São Martinho de Dume, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Mas ela não desabou… (Mt 7,21.24-27)

 

            Parábola pequena, mas muito clara e expressiva. Em forma de antítese, o Mestre nos fala de dois tipos de construção expostos às mesmas intempéries da existência humana. De certo modo, faz eco ao Salmo 1, que serve de pórtico para o Saltério, e resume o caminho do homem a uma encruzilhada entre dois caminhos: a via do bem, com a vida, e a senda do mal, com a morte.

 

            Nesta parábola, um homem constrói sobre a areia, outro edifica sobre a rocha. Areia e rocha são imagens claras. A areia é lábil, fugidia, sem coesão. Suas partículas deslizam, não oferecem resistência à pressão. Já a rocha tem seus componentes bem sólidos, porque foram vitrificados por altas temperaturas e poderosas pressões.

 

            Diante da força dos elementos – como o vento e a chuva -, a areia movediça cede e se desfaz. Mas os vendavais e as enxurradas nada podem contra o sólido rochedo. Passado o ataque, ele permanece estável, decididamente firme.

 

            Quem é o construtor sobre a areia? O Mestre responde: É o homem que empilhou os tijolos sobre o areal, isto é, aquele que ouviu a Palavra de Deus mas não se dispôs a vivê-la. Ao contrário, apostou a vida em outras “palavras”: o discurso da riqueza, a propaganda do sucesso, o elogio da glória e do prazer.

Quando veio a provação dos tempos difíceis, dos planos econômicos, do desemprego e da enfermidade, desabou de uma vez, entregue à ruína…

 

            Quem é o construtor sobre a rocha? Jesus de Nazaré deixa claro: É o homem que ergueu sua casa sobre o Rochedo, ou seja, aquele que ouviu a Palavra de Deus e se dispôs a praticá-la. Diante dos tempos difíceis da provação, a casa permaneceu intacta, pois tinha fundamentos de eternidade. Os princípios da Palavra – que é o próprio Cristo – falavam de paciência e sobriedade, confiança em Deus e fraternidade, humildade e perdão. Contra uma estrutura tão sólida, nada pode o mal…

 

            Quem já optou decididamente por uma vida simples, sem luxo, não se abalará se vierem tempos de vacas magras. Quem exercitou diuturnamente a pureza e a castidade, não cairá diante da inundação do sexo. Quem depositou sua esperança no Senhor, não será esmagado pelo desespero quando os homens traírem suas promessas. Mesmo na doença e na dor, o fiel está seguro na Palavra eterna. Ele sabe que está em boas mãos!

 

Orai sem cessar: “O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza.” (Sl 18,3)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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