05 de Março de 2023
segunda semana da Quaresma - Domingo
- por Pe. Alexandre
II DOMINGO DA QUARESMA
(roxo, creio, prefácio próprio, II semana do saltério)
Antífona da entrada
– Meu coração disse: Senhor, buscai a vossa face. É vossa face, Senhor, que eu procuro, não desvie de mim o vosso rosto! (Sl 26,8s).
Oração do dia
– Ó Deus, que nos mandastes ouvir vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa Palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gn 12,1-4a
– Leitura do livro do Gênesis: 1Naqueles dias, o Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar. 2Farei de ti um grande povo e te abençoarei; engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção. 3Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!”. 4aE Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33,4-5.18-19.20-22 (R: 22)
– Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
– Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
– Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
– No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
2ª Leitura: 2Tm 1,8b-10
– Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo: 8bsofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. 9Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade. 10Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 17,1-9
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
– Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós (Lc 9,35).
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 1Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus. 4Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 5Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!” 6Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. 7Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos e não tenhais medo”. 8Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João José da Cruz afirmava: "Tudo o que Deus permite, permite para o nosso bem"
- por Pe. Alexandre
Origens
Carlos Caetano Calosinto é seu nome de batismo. Ele é natural da Ilha de Isca, na Itália. Desde criança, em casa, tinha devoção a Maria. Ao longo da vida, sempre invocava a Nossa Senhora, pedindo conselhos e conforto nas situações mais difíceis. Nasceu em família rica e religiosa. Estudou com os agostinianos, para que sua formação religiosa fosse mais completa. Ali, o pequeno apaixonou-se por Jesus. E ouviu a sua voz de Jesus, que o chamava para dedicar toda a sua vida a Ele.
Vocação ao despojamento
Com apenas 16 anos, o jovem entrou para o convento de Santa Luzia no Monte, em Nápoles, onde mudou seu nome para João José da Cruz, no dia da sua profissão religiosa, aos 17 anos. Viveu entre os Frades Menores Descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos como Alcantarinos.
Devoção particular a Nossa Senhora
Maria, como mãe carinhosa e fiel, o cobria de carinho e, às vezes, até lhe permitia fazer prodígios. Como Superior dos Alcantarinos, sempre manteve uma pequena imagem de Maria em sua escrivaninha, a qual contemplava e à qual se dirigia, em oração, antes de qualquer decisão ou pronunciamento. “Ele não sabia viver sem ela”, dizem seus biógrafos e muitos testemunhos dos frades, aos quais recomendava prestar homenagem a Ela, pois d’Ela “receberiam consolação, ajuda e luz para resolver os problemas”. O frade confidenciou suas últimas palavras sobre Maria, no leito de morte – 5 de março de 1734 – ao irmão que o assistia: “Recomendo-lhe Nossa Senhora”: esse pode ser considerado seu testamento espiritual.
“Tudo o que Deus permite, permite para o nosso bem.” – São João José da Cruz
Amor à pobreza
O frade sabia imitar a Irmã Pobreza com perfeição, ia à busca dos pobres, não apenas nas esquinas das ruas, mas também nas favelas e casebres. Durante toda a sua vida teve apenas um hábito, que, com o tempo, ficou todo remendado. Por isso, recebeu o apelido de “frade dos cem remendos”.
Fiel a São Pedro Alcântara
João José foi escolhido para fundar um novo mosteiro em Piedimonte. Ali, construiu também um pequeno eremitério, que ainda hoje é meta de peregrinações, chamado “A Solidão”. Durante a sua vida, teve de assistir a divisão entre os Alcantarinos da Espanha e os da Itália. Desses últimos, tornou-se Provincial e, como tal, trabalhou por vinte anos até conseguir reunir novamente a família. Foi alvo de tantas críticas injustas e até calúnias, às quais respondeu fazendo o voto de silêncio. Teve, entre outros, o mérito de restaurar a disciplina religiosa em muitos conventos da região napolitana, sempre muito fiel ao seu fundador dentro da família franciscana.
Santificou-se levando outros a santidade
Morreu em 5 de março 1734, portanto, com 80 anos. João José da Cruz foi canonizado por Gregório XVI, em 1839, junto com Francisco de Jerônimo e Afonso Maria de Liguori, que o conheceram durante a sua vida e lhe pediram conselhos.
“Recomendo-lhe Nossa Senhora.” – São João José da Cruz
Vida Extraordinária
Ele foi rodeado de fenômenos místicos que denotam o sopro particular da graça em sua vida: bilocações, profecias, perscrutar corações, levitações, curas milagrosas e até uma ressurreição. Havia nele dons carismáticos incríveis, mas a sua santidade e testemunho de vida no ordinário falavam mais alto que tudo isso.
Oração oficial ao santo
São João José da Cruz obtém-nos a sua alegria e serenidade nas doenças, como também nas provações, embora saibamos que o sofrimento é um grande dom de Deus, que deve ser oferecido com pureza ao Pai, sem ser perturbado pelas nossas reclamações. Seguindo o seu exemplo, queremos suportar tudo com paciência, sem fazer pesar nossas dores sobre os outros. Pedimos ao Senhor a força; e a Ele agradeçamos, não apenas quando nos proporciona alegria, mas também quando nos permite doenças e as diversas provações.
Minha oração
“Oh querido frade, ensinai-nos a viver em santidade e em pobreza de coração. Com a vossa intercessão, envia-nos um espírito de fidelidade e amor a Jesus para que assim possamos caminhar rumo à santidade de vida. Faz de nós imitadores da Sabedoria e repletos de bons conselhos para os nossos irmãos e irmãs. Amém!”
São João José da Cruz, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
É bom estarmos aqui… (Mt 17,1-9)
Em geral, quando se medita sobre a Transfiguração de Jesus, os pregadores e comentaristas se dedicam a “desmitificar” o Tabor. E falam, acima de tudo, de descer a montanha, arregaçar as mangas e pôr-se a trabalhar na construção do Reino. Seja lá o que for que eles imaginam como “reino”.
Não que esta “descida” não seja importante. Claro que é. Mas a afobada pressa em descer na direção dos homens acaba nos distraindo da importância de estar com o Mestre no alto da montanha, mergulhar na sua luz, contemplar a sua glória, ainda que mesclada ao anúncio do Calvário.
Ou será proibido erguer a tenda, simples barraca, e ficar um tempinho na companhia de Jesus? Será comodismo separar uns minutos por dia para rezar um Salmo, uma dezena do terço, a alegre ação de graças? Será “alienação” (como amam esse termo marxista!) alegrar-se em Deus? Rejubilar em sua presença? Reanimar o ser, desgastado pelos combates cotidianos?
Claro que não! Afinal, foi o próprio Mestre que chamou a Pedro, Tiago e João para o alto da montanha. E não um monte qualquer, mas uma “alta” montanha (cf. Mt 17,1). Era mesmo um “retiro espiritual”, um afastamento do mundo dos homens, a retomar contato com a Lei de Moisés e a profecia de Elias.
Sim, logo chegaria a “hora” de Jesus. Logo veriam o escândalo da cruz (cf. Gl 5,11) e a aparente vitória do poder das trevas. Devia, pois, preparar os três amigos, mergulhando-os previamente na luz gloriosa que voltariam a ver mais tarde na face do Ressuscitado. De uma montanha à outra, do Tabor ao Calvário, era uma longa caminhada!
Tenho visto muita gente esmagada pela cruz. Dispersa pelos inimigos da Igreja. Escandalizada com a própria cruz. E entendo bem por quê. São pessoas que não subiram o Tabor. Não contemplaram a face luminosa do Cristo transfigurado. Não se alimentaram com o Pão eucarístico. Não reservaram aqueles minutos de elevação na prece matinal. Não ouviram a voz do Pai, em sua Palavra, quando Ele dizia: “Este é meu Filho. Escutai-o!”
Então, meus irmãos engajados – tão heroicos em sua dedicação -, peço-lhes que deixem de fazer ironias a respeito do Tabor. Ele é mais importante do que se pode imaginar. É ele que nos dá a senha para o Calvário. E se tantos militantes se cansaram, abandonando o campo de batalha, foi porque não subiram a primeira montanha.
Subamos o Tabor. Façamos lá a nossa tenda, nem que seja por instantes, a contemplar a face de Cristo. Depois, sim, vamos descer à planície…
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