05 de Setembro de 2021

23a semana comum Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, glória, creio – III semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 35,4-7a

 

– Leitura do livro do profeta Isaías: 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos, assim como brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo. 7aA terra árida se transformará em lago, e a região sedenta, em fontes de água.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 146,7.8-9a.9bc-10 (R: 12a)

 

– Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!

– O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos.

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!

– O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído o Senhor ama aquele que é justo, é o Senhor quem protege o estrangeiro.

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!

– Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará para sempre e por todos os séculos!

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida!

2ª Leitura: Tg 2,1-5

 

– Leitura da carta de são Tiago: 1Meus irmãos: a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. 2Pois bem, imaginai que na vossa reunião entra uma pessoa com anel de ouro no dedo e bem vestida, e também um pobre, com sua roupa surrada, 3e vós dedicais atenção ao que está bem vestido, dizendo-lhe: “Vem sentar-te aqui, à vontade”, enquanto dizeis ao pobre: “Fica aí, de pé”, ou então: “Senta-te aqui no chão, aos meus pés”, 4não fizestes, então, discriminação entre vós? E não vos tornastes juízes com critérios injustos? 5Meus queridos irmãos, escutai: não escolheu Deus os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Jesus Cristo pregava o evangelho, a boa notícia do reino, e curava seu povo doente de todos os males, sua gente! (Mt 4,23).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,31-37

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Santa Teresa de Calcutá

- por Pe. Alexandre

“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.  Mais do que falar e escrever, Santa Teresa de Calcutá viveu este seu pensamento.

Nascida, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.

Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.

Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembleias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.

No dia 4 de setembro de 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. A canonização da missionária foi decidida após a Igreja Católica ter aprovado seu segundo milagre, a “cura extraordinária” de um brasileiro.

Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

E Jesus gemeu… (Mc 7,31-37)

 

Como é comovente perceber a forma como transparece nos santos Evangelhos a humanidade do Filho de Deus nascido de Mulher! Aqui e ali, discretamente, no tecido da narrativa, Jesus tem fome (Mt 4,2), se cansa (Jo 4,6), se encoleriza (Jo 2,15), chora (Lc 19,41) e… geme…

Nesta passagem de Mc 7,34, o verbo do texto grego original é “estenaxen”, isto é, “gemeu”, denunciando um movimento profundo de toda a pessoa do Mestre no instante em que se dispõe a curar o surdo-mudo. Não se trata apenas de dizer alguma palavra mágica, mas de recorrer ao poder do alto em uma atitude totalizante, que inclui os olhos erguidos ao céu e um gemido que brota da carne mortal.

Para Jean Valette, “é preciso ir mais longe na reflexão sobre este gemido de Jesus. O verbo ‘gemer’ encontra-se raramente no Novo Testamento, mas em passagens importantes e, em particular, na Carta aos Romanos e na 1ª Carta aos Coríntios, que parecem passagens esclarecedoras para nosso propósito. Nelas, Paulo fala do gemido dos fiéis e de toda a Criação à espera da redenção definitiva (Rm 8,22), mas também do Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis (Rm 8,26).

O gemido de Jesus assim se compreende como o grito de sua carne e de seu espírito diante do poder do mal e do preço que deverá pagar pela vitória. O gemido de Jesus diante desse homem cativo que o mal mantém acorrentado, e que representa todo um povo e, talvez, o mundo todo, é ao mesmo tempo o eco da dor dos homens e da dor de Deus. Jesus parece estar naquela viragem de sua existência e de seu ministério em que ele acaba de descobrir que a paixão dos homens e a paixão de Deus se encontram e se unem em sua própria pessoa para conduzi-lo até a cruz.”

Não creio exagerar se entendo que, para Jesus, curar dói. Ele não se diverte nem se exibe como um curandeiro popular, mas se compromete organicamente com os enfermos que cruzam seu caminho. Em mais de uma passagem, os evangelistas anotam em Jesus um movimento visceral ao curar um doente, um “frio na barriga”, como em passagens com a forma verbal “esplagnísthe” (cf. Mt 14,14; Mc 6,34, passim) ou ainda em Jo 11,38, logo antes de chamar Lázaro de volta à vida, quando Jesus “vibra como uma lâmina de metal” (cf. gr. embrinómenos).

Ninguém se admire, pois, de que assumir a missão de Jesus traga sofrimentos. O pastor geme com suas ovelhas…

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