05 de Setembro de 2022

23a Semana do Tempo Comum - Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Cor 5,1-8

 

– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 1é voz geral que está acontecendo, entre vós, um caso de imoralidade; e de imoralidade tal que nem entre os pagãos costuma acontecer: um dentre vós está convivendo com a própria madrasta. 2No entanto, estais inchados de orgulho, ao invés de vestirdes luto, a fim de que fosse tirado do meio de vós aquele que assim procede? 3Pois bem, embora ausente de corpo, mas presente em espírito, eu julguei, como se estivesse aí entre vós, esse tal que tem procedido assim: 4Em nome do Senhor Jesus — estando vós e eu espiritualmente reunidos com o poder do Senhor nosso, Jesus—, 5entregamos tal homem a Satanás, para a ruína da carne, a fim de que o espírito seja salvo, no dia do Senhor. 6Vós vos gloriais sem razão! Acaso ignorais que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma massa nova, já que deveis ser sem fermento. Pois o nosso cordeiro pascal, Cristo, já está imolado. 8Assim, celebremos a festa, não com velho fermento, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 5,5-6.7.12 (R: 9a)

 

– Na vossa justiça guiai-me, Senhor!
R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

– Não sois um Deus a quem agrade a iniquidade, não pode o mau morar convosco; nem os ímpios poderão permanecer perante os vossos olhos.

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

– Detestais o que pratica a iniquidade e destruís o mentiroso. Ó Senhor, abominais o sanguinário, o perverso e enganador.

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

– Mas exulte de alegria todo aquele que em vós se refugia; sob a vossa proteção se regozijem, os que amam vosso nome!

R: Na vossa justiça guiai-me, Senhor!

Aclamação ao  santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Minhas ovelhas escutam minha voz, e eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,6-11

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Aconteceu num dia de sábado que 6Jesus entrou na sinagoga, e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. 7Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. 8Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: “Levanta-te, e fica aqui no meio”. Ele se levantou, e ficou de pé. 9Disse-lhes Jesus: “Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?”  10Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. 11Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santa Teresa de Calcutá

- por Pe. Alexandre

“Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz”.  Mais do que falar e escrever, Santa Teresa de Calcutá viveu este seu pensamento.

Nascida, no dia 27 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia, foi batizada um dia depois de nascer. A sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Seu verdadeiro nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu.

Pouco se sabe sobre sua infância, adolescência e juventude, porque ela não gostava de falar de si mesma. Aos dezoito anos, sentiu o chamado de consagrar-se totalmente a Deus na vida religiosa. Obtido o consentimento dos pais, e por indicação do sacerdote que a orientava, no dia 29 de setembro de 1928, ingressou na Casa Mãe das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, situada na Irlanda.

O seu sonho, no entanto, era o trabalho missionário com os pobres na Índia. Cientes disso, suas superioras a enviaram para fazer o noviciado já no campo do apostolado. Agnes então partiu para a Índia e, no dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa tomando o nome de Teresa. Houve na escolha deste nome uma intenção, como ela própria dissera: a de se parecer com Teresa de Jesus, a humilde carmelita de Lisieux.

Foi transferida para Calcutá, onde seguiu a carreira docente e, embora vivesse cercada de meninas filhas das famílias mais tradicionais de Calcutá, impressionava-se com o que via ao sair às ruas: os bairros pobres da cidade cheios de crianças, mulheres e idosos cercados pela miséria, pela fome e por inúmeras doenças.

No dia 10 de setembro de 1946, dia que ficou marcado na história das Missionárias da Caridade – congregação fundada por Madre Teresa – como o “Dia da Inspiração”, durante uma viagem de trem ao noviciado do Himalaia, Madre Teresa deparou com um irmão pobre de rua que lhe disse: “Tenho sede!”. A partir disso, ela afirmou ter tido a clareza de sua missão: dedicar toda sua vida aos mais pobres dos pobres.

Após um tempo de discernimento, com o auxílio do Arcebispo de Calcutá e de sua madre superiora, ela saiu de sua antiga congregação para dar início ao trabalho missionário nas ruas de Calcutá. Começou por reunir um grupo de cinco crianças, num bairro pobre, aos quais começou a ensinar numa escola improvisada. Pouco a pouco, o grupo foi crescendo. Dez dias depois, eram cerca de cinquenta crianças.

O início foi muito desafiador e exigente, mas Deus foi abençoando sua obra e as vocações começaram a surgir entre suas antigas alunas. Em 1949, Madre Teresa começou a escrever as constituições das Missionárias da Caridade e, no dia 7 de outubro de 1950, a congregação fundada por ela foi aprovada pela Santa Sé, expandindo-se por toda a Índia e pelo mundo inteiro anos mais tarde.

No ano de 1979, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Neste mesmo ano, o Papa João Paulo II a recebeu em audiência privada e a tornou sua melhor “embaixadora” em todas as nações, fóruns e assembleias de todo o mundo.

Com saúde debilitada e após uma vida inteira de amor e doação aos excluídos e abandonados – reconhecida e admirada por líderes de outras religiões, presidentes, universidades e até mesmo por alguns países submetidos ao marxismo – Madre Teresa foi encontrar-se com o Senhor de sua vida e missão no dia 5 de setembro de 1997. Sua despedida atraiu e comoveu milhares de pessoas de todo o mundo durante vários dias.

Foi beatificada pelo Papa João Paulo II no dia 19 de outubro de 2003, Dia Mundial das Missões.

No dia 4 de setembro de 2016, foi canonizada pelo Papa Francisco. A canonização da missionária foi decidida após a Igreja Católica ter aprovado seu segundo milagre, a “cura extraordinária” de um brasileiro.

Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Eles se encheram de raiva… (Lc 6,6-11)

 

O cenário é a sinagoga judaica, onde os judeus fiéis se reúnem todos os sábados para ouvir e partilhar a Lei e os Profetas. Diante deles está Jesus, nada menos que o Messias prometido por Deus e esperado há séculos por muitas gerações do povo escolhido. Exatamente aquele Messias de quem falava o profeta: “Ele não quebra o caniço já rachado, nem apaga o pavio já fraco de chama…” (Is 42,1-4)

 

Caniço rachado… pavio fumegante… Símbolos da fraqueza humana, marcada pela doença e pela dor, por todos os limites de nossa condição. Diante da humana miséria, Deus prometera um Messias – isto é, um Ungido, um Cristo – que viria para consolar, para reanimar e curar. Enfim, um Salvador.

 

E ali, bem no meio da sinagoga, chamado por Jesus ao centro das atenções, está o homem “de mão seca”, alguém que perdera os movimentos da mão. Neste momento, é ele o caniço rachado. É ele a mecha que ainda fumega. E Jesus faz a pergunta que devia encontrar a resposta em todas as promessas renovadas pelos profetas da Primeira Aliança: “Em dia de sábado, o que é permitido fazer: fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixar morrer?”

 

Neste momento, com evidente intenção didática, o Mestre faz uma pausa e corre o olhar em torno, envolvendo a todos os presentes. O silêncio deixa todos em suspenso. Agora, ele diz ao deficiente: “Estende a mão!” E assim que este o faz, tem restabelecidos os movimentos da mão.

 

O milagre devia ser entendido como um “sinal”. O milagre sinaliza que o caniço pode ser renovado, e a chama ser devolvida ao pavio. Mais: pode clamar que ali está, bem à frente de todos, o Messias prometido.

 

Mas escribas e fariseus – os homens da Lei mosaica – estão aferrados ao preceito sobre o sábado, quando era interdito todo trabalho manual, inclusive a medicina. Daí a sua reação: encheram-se de raiva. Podiam encher-se de alegria, do mais profundo júbilo, se conseguissem clamar: “Ele chegou! O Messias está no meio de nós!”

 

Ainda hoje, existem religiosos irados, fiéis raivosos. Sua religião, que poderia ser uma nascente de louvor e ação de graças, é antes de tudo uma espécie de campanha guerreira, que consiste em refutar doutrinas, realçar os erros dos outros, acusar os pecadores e rogar o fogo do céu sobre eles.

 

Enquanto isso, o pavio fumega, à espera de um sopro de vida…

 

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