06 de Dezembro de 2021
2a semana do Advento Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA DA II SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Ó nações, escutai a palavra do Senhor; levai a boa-nova até os confins da terra! Não tenhais medo: eis que chega o nosso salvador (Jr 31,10; Is 35,4).
Oração do dia
– Cheguem à vossa presença, ó Deus, as nossas orações suplicantes, e possamos celebrar de coração puro o grande mistério da encarnação do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 35, 1-10
– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus. 3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos, assim como brotarão águas no deserto e jorrarão torrentes no ermo. 7A terra árida se transformará em lago, e a região sedenta, em fontes d’água; nas cavernas onde viviam dragões crescerá o caniço e o junco. 8Ali haverá uma vereda e um caminho; o caminho se chamará estrada santa: por ela não passará o impuro; mas será uma estrada reta em que até os débeis não se perderão. 9Ali não existem leões, não andam por ela animais depredadores, nem mesmo aparecem lá; os que forem libertados poderão percorrê-la, 10os que o Senhor salvou voltarão para casa. “Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 85,9ab-10.11-12.13-14 (R: Is 35,4d)
– Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar.
R: Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar!
– Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
R: Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar!
– A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
R: Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar!
– O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.
R: Eis que vem o nosso Deus! Ele vem para salvar!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eis que o rei há de vir, Senhor da terra, ele mesmo de nós afastará o jugo de nosso cativeiro.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5,17-26
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– 17Um dia Jesus estava ensinando. À sua volta estavam sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E a virtude do Senhor o levava a curar. 18Uns homens traziam um paralítico num leito e procuravam fazê-lo entrar para apresentá-lo. 19Mas, não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o desceram com o leito no meio da assembleia diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os escribas e fariseus começaram a murmurar, dizendo: “Quem é este que assim blasfema?” Quem pode perdoar pecados senão Deus?” 22Conhecendo-lhes os pensamentos, Jesus respondeu, dizendo: “Por que murmurais em vossos corações? 23O que é mais fácil dizer: ‘teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘levanta-te e anda’? 24Pois, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder de perdoar pecados – disse ao paralítico – eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa”. 25Imediatamente, diante deles, ele se levantou, tomou o leito e foi para casa, louvando a Deus. 26Todos ficaram fora de si, glorificavam a Deus e cheios de temor diziam: “Hoje vimos coisas maravilhosas!”
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Nicolau
- por Pe. Alexandre
O santo deste dia é São Nicolau, muito amado pelos cristãos e alvo de inúmeras lendas. Filho de pais ricos com profunda vida de oração, nasceu Nicolau no ano 275 em Pátara, na Ásia Menor. Tornou-se sacerdote da diocese de Mira, onde com amor evangelizou os pagãos, mesmo no clima de perseguição que os cristãos viviam.
São Nicolau é conhecido principalmente para com os pobres, já que, ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro, livremente partilhou com os necessitados. Certa vez, Nicolau sabendo que três pobres moças não tinham os dotes para o casamento, e por isso o próprio pai, na loucura, aconselhou a prostituição, jogou pela janela da casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das jovens. Daí que, nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças no mês de dezembro.
Sagrado Bispo de Mira, Nicolau conquistou a todos com sua caridade, zelo, espírito de oração e carisma de milagres. Historiadores relatam que ao ser preso, por causa da perseguição dos cristãos, Nicolau foi torturado e condenado à morte, mas, felizmente, salvou-se em 313, pois foi publicado o edito de Milão que concedia a liberdade religiosa.
São Nicolau participou do Concilio de Niceia, onde Jesus foi declarado consubstancial ao Pai. Entrou Nicolau no Céu em 324 ao morrer em Mira com fama de santidade e de instrumento de Deus para que muitos milagres chegassem ao povo.
São Nicolau, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Quem pode perdoar pecados… (Lc 5,17-26)
Nós corremos sempre o risco de valorizar as coisas visíveis e nem mesmo perceber a ação misteriosa de Deus em nossas vidas. Assim, neste Evangelho, temos os dois planos da ação divina: o exterior (devolver os movimentos a um paralítico) e o interior (perdoar os seus pecados).
Em um primeiro momento, comovido pela fé dos quatro amigos que, diligentemente, trouxeram o enfermo à sua presença, Jesus lhe confere o perdão dos pecados. Claro que isto não se nota “do lado de fora”, é um milagre íntimo da onipotente misericórdia de Deus. Os escribas e fariseus ali presentes entendem as palavras de Jesus como autêntica blasfêmia, pois “só Deus pode perdoar pecados”.
Não podem crer na transformação ocorrida naquele doente.
Logo, em tom de desafio, Jesus ordena ao paralítico que se erga do catre e volte para casa, carregando a enxerga. Isto, sim, podia ser visto e comprovado. E Jesus o fez como sinal de que seu primeiro gesto também fora verdadeiro.
Deixando de lado a evidência de que muitos males físicos têm como raiz algum tipo de pecado crônico, fixemos nosso pensamento em um ponto de máxima atualidade. Nossa sociedade está paralisada diante das crises e desafios do novo milênio. Violência e insegurança, corrupção e depravação dos costumes, rebeldia e choque de gerações – de todos esses males, brota na humanidade uma terrível sede de reconciliação. Vale a pena recordar as palavras do saudoso Papa João Paulo II:
“O mesmo olhar indagador, se é suficientemente perspicaz, captará no seio da divisão um desejo inconfundível, da parte dos homens de boa vontade e dos verdadeiros cristãos, de recompor as fraturas, de cicatrizar as lacerações e de instaurar, em todos os níveis, uma unidade essencial. Este desejo comporta, em muitos casos, uma verdadeira nostalgia de reconciliação, mesmo quando não é usada tal palavra.” (Reconciliação e Penitência, 3.)
A causa mais profunda da doença existencial de nosso tempo, que se manifesta como stress e depressão, vazio e ausência de sentido, pode ser identificada como um sentimento de culpa que rói a alma humana. Lá no fundo, o homem sabe que se afastou do Pai, recusou sua voz, maculou sua imagem.
Como o pródigo do Evangelho, o homem “sabe” que existe um lar à sua espera. E intui que a comida dos porcos não alimentará seu espírito. Por isso mesmo, tem saudades de Deus. Por que, então, não voltar à casa do Pai?
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