06 de Novembro de 2021

31a semana do tempo comum - Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – XXXI SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Rm 16,3-9.16.22-27

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos, 3saudai Prisca e Áquila, colaboradores meus em Cristo Jesus, 4os quais expuseram a sua própria vida para salvar a minha. Por isso, eu lhes sou agradecido; não somente eu, mas também todas as Igrejas do mundo pagão. 5Saudai igualmente a Igreja que se reúne na casa deles. Saudai meu muito estimado Epêneto, que faz parte dos primeiros frutos da Ásia para Cristo. 6Saudai Maria, que trabalhou muito em proveito vosso. 7Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, apóstolos notáveis e que se tornaram discípulos de Cristo antes de mim. 8Saudai Ampliato, a quem estimo muito no Senhor. 9Saudai Urbano, nosso colaborador em Cristo, e a meu caríssimo Estaquis. 16Saudai-vos uns aos outros com o beijo santo. Todas as Igrejas de Cristo vos saúdam. 22Saúdo-vos eu, Tércio, que escrevo esta epístola no Senhor. 23Saúda-vos Caio, meu hóspede e de toda a Igreja. 24Saúda-vos Erasto, tesoureiro da cidade, e o irmão Quarto. 25Glória seja dada àquele que tem o poder de vos confirmar na fidelidade ao meu evangelho e à pregação de Jesus Cristo, de acordo com a revelação do mistério mantido em sigilo desde sempre. 26Agora este mistério foi manifestado e, mediante as Escrituras proféticas, conforme determinação do Deus eterno, foi levado ao conhecimento de todas as nações, para trazê-las à obediência da fé. 27A ele, o único Deus, o sábio, por meio de Jesus Cristo, a glória, pelos séculos dos séculos. Amém!

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 145,2-3.4-5.10-11 (R: 1b)

 

– Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!
R: Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

– Todos os dias haverei de bendizer-vos, hei de louvar o vosso nome para sempre. Grande é o Senhor e muito digno de louvores, e ninguém pode medir sua grandeza.

R: Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

– Uma idade conta à outra vossas obras e publica vossos feitos poderosos; proclamam todos o esplendor de vossa glória e divulgam vossas obras portentosas!

R: Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

– Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Bendirei o vosso nome pelos séculos, Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 16,9-15

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para a fim de fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Nuno de Santa Maria

- por Pe. Alexandre

Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal a 24 de Junho de 1360, e recebeu a educação cavalheiresca típica dos filhos das famílias nobres do seu tempo.

Aos treze anos, torna-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Aos dezesseis anos, casa-se, por vontade de seu pai, com uma jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim.

Da sua união nascem três filhos, dois do sexo masculino, que morrem em tenra idade; e uma do sexo feminino, Beatriz, a qual mais tarde viria a desposar o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.

Quando o rei D. Fernando I morreu a 22 de Outubro de 1383, sem ter deixado filhos varões, o seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter desposado a filha do falecido rei.

Nuno tomou o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, comandante supremo do exército. Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até se ter consagrado na batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385), a qual acaba por determinar à resolução do conflito.

Os dotes militares de Nuno eram no entanto acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria são os alicerces da sua vida interior.

O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros S. Tiago e S. Jorge. Fez ainda construir às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de S. Maria da Vitória, na Batalha.

Com a morte da esposa, em 1387, Nuno recusa contrair novas núpcias, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, distribui grande parte dos seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acaba por se desfazer totalmente daqueles em 1423, quando decide entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.

Impelido pelo amor, abandona as armas e o poder para revestir-se da armadura do Espírito recomendada pela Regra do Carmo: era a opção por uma mudança radical de vida em que sela o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.

O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao entrar no convento recusa todos os privilégios e assume como própria a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor, de Maria — a sua terna Padroeira que sempre venerou—, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Significativo foi o dia da morte de frei Nuno de Santa Maria, aos 71 anos de idade. Era o Domingo de Páscoa, dia 1 de Abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser reputado de “santo” pelo povo que, desde então, o começa a chamar “Santo Condestável”.

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto “Clementíssimus Deus” e foi consagrado o dia 6 de Novembro ao, então, beato.

O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, determina que o Beato Nuno seja inscrito no álbum dos Santos no dia 26 de Abril de 2009.

São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

A fim de fazer amigos… (Lc 16,9-15)

 

Jesus acaba de narrar a parábola do “gerente esbanjador” que, com grande astúcia, dá uns “golpes” com os bens do patrão para fazer amigos que o acolham após sua demissão. Para nós, ocidentais, a primeira reação é de espanto (ou de escândalo!) quando Jesus elogia a “sabedoria” do espertalhão para garantir seu futuro. Ele fala em “fazer amigos com o Mammon (o dinheiro) da injustiça.

É óbvio que Jesus, um oriental, não pretende estimular esse universo sórdido de barganhas e propinas – tão em moda em nosso século -, mas se vale do exemplo para, em forma de contraste, lembrar que as coisas iriam bem melhor se os filhos da luz – aqueles que frequentam igrejas, fazem novenas e promessas etc. – fossem igualmente radicais em sua dedicação às coisas do Reino.

De qualquer modo, ele usou uma expressão muito simpática: “fazer amigos”. Com exceção dos misantropos emburrados, aqueles que costumam ter “cara de poucos amigos”, a maioria das pessoas se esforça por fazer amigos. Este processo de empatia inclui sorrisos e abraços, elogios e mensagens, festas partilhadas, convites e presentes. Mas não é disso que Jesus devia estar falando…

Em outro Evangelho (Mt 25,31ss), o Mestre fala de outros “amigos” com os quais, na verdade, Ele mesmo se identifica por completo. São os que têm fome e sede, os enfermos e os presidiários, os migrantes e os sem-camisa. A amizade dessa gente – tão acessível a todos nós – foi procurada por certas pessoas que chegaram ao ponto de lhes dedicar a própria vida.

Penso em São Vicente de Paulo, amigo dos condenados às galeras. Penso em Madre Teresa de Calcutá, amiga dos aidéticos. Penso, ainda, em Damião de Veuster, amigo dos leprosos. Penso no Pe. Pierre, amigo dos catadores de lixo. Penso em Dom Bosco e José de Calasanz, amigos das crianças pobres. Penso, enfim, em João de Deus e Camilo de Lélis, amigos dos doentes.

Nós poderíamos estender esta lista muito além deste espaço, pois o Espírito de Amor, ao longo dos séculos, despertou em muitos corações esse impulso amistoso de fazer da própria vida um dom para aqueles que, em geral, nada poderiam dar em troca. Deve ser por isso que, hoje, nós os chamamos de… santos…

Não é estranho como o Evangelho é simples? Não precisamos acessar nenhum mistério, não temos necessidade de nos aprofundar em qualquer gnose esotérica. Basta amar. Basta dar a vida pelo outro. Afinal, como disse o mesmo Jesus, “ninguém tem amizade maior do que aquele que dá a vida por seus amigos”. (Jo 15,13)

 

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