06 de Novembro de 2022

32a Semana do Tempo Comum Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO – TODOS OS SANTOS E SANTAS

(branco, glória, creio, pref. próprio– ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os Santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ap 7,2-4.9-14

 

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, 2vi um outro anjo, que subia do lado onde nasce o sol. Ele trazia a marca do Deus vivo e gritava, em alta voz, aos quatro anjos que tinham recebido o poder de danificar a terra e o mar, dizendo-lhes: 3“Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus”. 4Ouvi então o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. 9Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. 10Todos proclamavam com voz forte: “A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro”. 11Todos os anjos estavam de pé, em volta do trono e dos Anciãos, e dos quatro Seres vivos, e prostravam-se, com o rosto por terra, diante do trono. E adoravam a Deus, dizendo: 12“Amém. O louvor, a glória e a sabedoria, a ação de graças, a honra, o poder e a força pertencem ao nosso Deus para sempre. Amém”. 13E um dos Anciãos falou comigo e perguntou: “Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde vieram?” 14Eu respondi: “Tu é que sabes, meu senhor”. E então ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 24,1-2.3-4ab.5-6 (R: 6)

 

– É assim a geração dos que procuram o Senhor!
R: É assim a geração dos que procuram o Senhor!

– Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.

R: É assim a geração dos que procuram o Senhor!

– “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime”.

R: É assim a geração dos que procuram o Senhor!

– “Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face”.

R: É assim a geração dos que procuram o Senhor!

2ª Leitura: 1Jo 3,1-3

 

– Leitura da primeira carta de são João: Caríssimos: 1vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai. 2Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. 3Todo o que espera nele purifica-se a si mesmo, como também ele é puro.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vinde a mim, todos vós que estais cansados e penais a carregar pesado fardo, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,1-12a

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 1vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Nuno de Santa Maria

- por Pe. Alexandre

Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal em 24 de junho de 1360. Filho do cavaleiro dos hospitalários, Álvaro Gonçalves Pereira recebeu a educação cavalheiresca, típica dos filhos das famílias nobres de seu tempo.

Aos treze anos, tornou-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Em 1376, aos 16 anos, casou-se, por vontade de seu pai, com a jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. De sua união nasceram três filhos: dois homens, que morreram em tenra idade; e uma do menina, Beatriz, a qual mais tarde viria a casar-se com o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.

Em 1383, diante da crise causada pela morte do rei D. Fernando, sem ter deixado filhos varões, seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter se casado com a filha do falecido rei. Tomando o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, comandante supremo do exército, Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até ser consagrado na batalha de Aljubarrota, em 14 de agosto de 1385, a qual acabou por determinar a resolução do conflito.

Os dotes militares de Nuno eram, no entanto, acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria eram os alicerces de sua vida interior. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal, traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros de São Tiago e São Jorge. Construiu ainda às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de Santa Maria da Vitória.

Após a morte de sua esposa, no ano 1387, Nuno recusou a um novo casamento, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, distribuiu a maior parte de seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acabou por se desfazer totalmente dos demais em 1423, quando decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.

Impelido pelo amor, abandonando as armas e o poder, para revestir-se da armadura do Espírito recomendado pela Regra do Carmo, essa era a opção por uma mudança radical de vida em que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.

O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao ingressar no convento abriu mão de todos os privilégios para assumir a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor e de Maria — sua Padroeira que sempre venerou —, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Santo Nuno de Santa Maria morreu aos 71 anos de idade. Era o domingo de Páscoa, dia 1 de abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser aclamado “santo” pelo povo que, desde então, começou a chamá-lo de “Santo Condestável”.

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto “Clementíssimus Deus”, e foi consagrado beato no dia 6 de novembro. O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de fevereiro de 2009, determinou que o beato Nuno fosse inscrito no álbum dos santos no dia 26 de abril de 2009.

São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Serão chamados filhos de Deus… (Mt 5,1-12a)

 

Quem é o homem feliz? Quem é a mulher feliz? Esta página das bem-aventuranças, situada no Sermão da Montanha, nos oferece uma inesperada receita de felicidade.

 

É bem verdade que uma leitura apressada pode ser decepcionante. Então, isto é ser feliz?! Ser pobre, chorar, ter sede de justiça, ser misericordioso, puro de coração, promover a paz e, enfim, ser perseguido e injuriado por causa da justiça?

 

Podemos olhar por outro ângulo: ser feliz é ser como Jesus. E os Evangelhos registram que Jesus era pobre e feliz. Jesus chorou e era feliz. Jesus tinha sede de justiça e foi injustiçado, mas era feliz. Jesus promovia a paz e sofreu a suprema violência, mas era feliz…

 

Diante disso, não podemos negar a evidência: nós fazemos uma ideia distorcida da felicidade. Em geral, pensamos que “felicidade” consiste em não ter problemas nem passar por crises. Feliz é quem tem dinheiro e prazeres, amigos poderosos e vida fácil. Menino feliz ganha presente do Papai Noel. Menina feliz tem uma coleção de Barbies. Eis uma parte substancial de nossos enganos…

 

A felicidade das bem-aventuranças não é a felicidade barata da sociedade de consumo. A felicidade consiste em ser filho de Deus. Filho como Jesus. Trata-se de uma beatitude profunda que as dores deste mundo não podem abalar. Uma relação tão viva e plena com o Pai celeste, que nos permite superar o medo e o desespero, erguendo-nos acima das sombras de cada noite.

 

Por outro lado, a observação atenta da sociedade humana já permite verificar quanta infelicidade acompanha o excesso de dinheiro, a beleza fora do comum, o sucesso irrestrito. Nestas situações se manifestam terríveis dramas humanos, entre eles a solidão e o suicídio.

 

Mahatma Gandhi, o notável líder hindu, que libertou a Índia da opressão inglesa sem disparar um único tiro, ficou impressionado com esta página do Evangelho. E comentou: “No dia em que os cristãos viverem de fato as bem-aventuranças, pedirei o batismo”. Infelizmente, morreu sem ver esta vivência nos cristãos que dominaram a Índia a ferro e fogo…

 

Também nós, enquanto nossa vida for orientada para o dinheiro e a segurança humana, enquanto a poupança for nossa garantia, enquanto não corrermos risco por causa do Evangelho, não convenceremos a ninguém com nossa religião.

 

Humilde e pobre, mansa e pura, compassiva e feliz, Maria de Nazaré oferece ao cristão o modelo perfeito de felicidade. Desde o início, ela sabia que a felicidade máxima está em fazer a vontade de Deus. Fora disso, ninguém é feliz…

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.