06 de Outubro de 2022

27a Semana do Tempo Comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis, no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gl 3,1-5

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas: 1Ó gálatas insensatos, quem é que vos fascinou? Diante de vossos olhos, não foi acaso representado, como que ao vivo, Jesus Cristo crucificado? 2Só isto quero saber de vós: Recebestes o Espírito pela prática da Lei ou pela fé através da pregação? 3Sois assim tão insensatos? A ponto de, depois de terdes começado pelo espírito, quererdes terminar pela carne? 4Foi acaso em vão que sofrestes tanto? Se é que foi mesmo em vão! 5Aquele que vos dá generosamente o Espírito e realiza milagres entre vós, faz isso porque praticais a Lei ou porque crestes, através da pregação?

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Lc 1),69-70.71-72.73-75 (R: 68)

 

– Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!
R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!

– Fez surgir um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, os profetas desde os tempos mais antigos.

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!

– Para salvar-nos do poder dos inimigos e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, recordando a sua santa Aliança.

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!

– E o juramento a Abraão, o nosso pai, de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor em santidade e em justiça diante dele, enquanto perdurarem nossos dias.

R: Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque a seu povo visitou e libertou!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,5-13

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e a porta será aberta. 10Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Bruno, um dos fundadores da Ordem dos Cartuxos

- por Pe. Alexandre

Origens 

São Bruno, filho de uma família nobre de Colônia (Alemanha), nasceu em 1030. Quando alcançou idade, ele foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local e chegou a estudar na escola catedralícia de Reins.

Adquirido o grau de doutor e nomeado Cônego do Capítulo da catedral, foi designado, em 1056, escolaster, isto é, Reitor da Universidade. Foi um dos maestros mais renomados de seu tempo : “(…)um homem prudente, de palavra profunda”.

São Bruno encontra-se cada vez menos à vontade numa cidade onde existem muitos motivos de escândalo por parte do alto clero e, inclusive, do Arcebispo. Depois de ter lutado com sucesso contra esses problemas, Bruno experimenta o desejo de uma vida mais entregue exclusivamente a Deus.

São Bruno possuía o desejo de doar a sua vida exclusivamente a Deus

O convite 

Em 1080, Concílio de Lyon, a ordem de Gregório VII, o Papa destitui definitivamente o arcebispo Manasés e ordena a sua expulsão de Reims. Ao voltar para sua cidade, Bruno recebe o convite para o arcebispado, mas recusa o cargo. Tornando-se cinquentenário e cônego, ele amadureceu na inspiração de servir a uma Ordem religiosa.

O Retiro em Cartuxa

Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se para uma região chamada Cartuxa. Retirou-se com a aprovação e bênção de São Hugo, Bispo de Grenoble, o qual lhe ofereceu um lugar. No mês de junho de 1084, o mesmo bispo conduziu Bruno e seus seis colegas (fundadores da Ordem) ao deserto do maciço montanhoso de Chartreuse (Cartuxa), que dará seu nome à Ordem. Ali constroem seu eremitério formado com algumas casinhas de madeira que se abrem a um corredor largo e comprido, que permite acesso, sem sofrer muito com as mudanças de clima e tempo, aos lugares de vida comunitária: a igreja, o refeitório e o Capítulo.

O sonho

Assim, eles viveriam isolados em quartos chamados “celas”, mas com esse corredor que dava acesso aos ambientes comuns. São Hugo os levou para esse local por conta de um sonho que ele teve. Nesse sonho, apareciam-lhe sete estrelas que caíam aos seus pés para, logo em seguida, levantarem-se e desaparecerem no deserto montanhoso.

O sonho e o início da  Ordem dos Cartuxos

Após esse sonho, o Bispo recebeu a visita de Bruno, que estava acompanhado por seis companheiros monges. Ao ver os sete homens, o Bispo Hugo reconheceu imediatamente neles as sete estrelas do sonho e concedeu-lhes as terras. Nelas, São Bruno iniciou a Ordem gloriosa da Cartuxa, com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus.

O lema da Ordem

Com os monges companheiros, observava-se absoluto silêncio, a fim do aprofundamento na oração e meditação das coisas divinas, nos ofícios litúrgicos comunitários, na obediência aos superiores, nos trabalhos agrícolas, na transcrição de manuscritos e livros piedosos. O lema da Ordem é: “Stat Crux dum volvitur orbis” (A Cruz permanece intacta enquanto o Mundo dá sua órbita), o que nos faz perceber que tudo passa nessa vida menos a salvação de Cristo na cruz, o mundo gira, mas a cruz permanece.

O Mosteiro de Santa Maria da Torre

Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa (Urbano II), em 1088, logo o chamou para assessor e conselheiro em 1090. Além disso, quis lhe fazer arcebispo, porém, o santo recusou novamente. Um ano depois, pediu com insistência ao Sumo Pontífice e conseguiu voltar à vida religiosa, quando, juntamente com amigos de Roma, fundou, no sul da Itália, o Mosteiro de Santa Maria da Torre, nos bosques da Calábria.

Páscoa

Lá veio a falecer, no dia 6 de outubro de 1101, tendo suas últimas palavras uma profissão de fé Eucarística: “Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica, em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue, verdadeiros, de Jesus Cristo”. O corpo foi enterrado no cemitério de Nossa Senhora da Torre e foi encontrado incorrupto em 1515. Em 1514, Leão X autorizou aos Cartuxos o culto do fundador. Logo, em 1623, Gregório XV libera o culto a toda a Igreja.

Legado

São Bruno tornou-se o fundador da Ordem dos Cartuxos com seus seis companheiros. Essa Ordem é considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, pelo exercício do silêncio, solidão, jejuns, penitências e orações, e que atravessou a história sem reformas e perdura até hoje na mesma radicalidade.

Minha oração

“Ó mestre da espiritualidade monástica, intercedei pela atuais e novas vocações para a clausura, que seja desperta as almas com o desejo de entrega total. Quanto aos que vivem em meio ao mundo, seja espelho e testemunho de fé e santidade. Amém!”

São Bruno, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

 

A porta será aberta… (Lc 11,5-13)

 

Há momentos de nossa vida em que todas as portas parecem fechadas. Buscamos em volta e não vemos saída para nossos impasses e dificuldades. Ora, neste Evangelho Jesus nos garante que há uma porta. E ela se abre a todo aquele que bate à porta.

Como pano de fundo para esta certeza, a consciência de que não batemos à porta de um estranho. Nem mesmo de um simples amigo. Trata-se da porta da casa de um Pai, sempre pronto a colher seus filhos.

Por outro lado, também o nosso coração tem sua porta, onde Jesus Cristo bate todos os dias, à espera de que o acolhamos em nosso interior. Ocupados em bater à porta de Deus, não percebemos que ele se antecipou e já está batendo à nossa porta.

Em 2012, em uma Carta apostólica, o Papa Bento XVI escrevia: “A Porta da Fé (cf. At 14,27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6,4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos creem nele (cf. Jo 4,8).” (Porta Fidei, 1.)

 

Que temos aí? Uma porta de entrada, um caminho existencial, um porto de chegada. Não uma errância caótica, sem sentido, nas mãos de um destino indiferente que nos trata como marionetes, mas uma experiência de filhos sob os olhos de um Pai atento e amoroso.

 

É por isso que Jesus Cristo nos anima a bater à porta, mesmo no meio da noite, na certeza de que não mora um estranho nem um vizinho incomodado no interior da Casa. Lá dentro, sempre vigilante, quem responde ao nosso chamado é o Deus que nos adotou como filhos desde nosso batismo. Muito mais do que pães ou peixes ao visitante faminto, o Pai está pronto a conceder o Espírito Santo – o maior de todos os dons – a todo aquele que lho pedir.

            Como é que você pretende viver a sua vida? No papel de um viajante anônimo ou na pessoa de um filho bem-amado?

 

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