06 de Setembro de 2022
23a Semana do Tempo Comum- terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – XXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Vós sois justo, Senhor, e justa é a vossa sentença; tratai o vosso servo segundo a vossa misericórdia (Sl 118,137.124).
Oração do dia
– Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1Cor 6,1-11
– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos, 1quando um de vós tem uma questão com um outro, como se atreve a entrar na justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos santos? 2Será que ignorais que os santos julgarão o mundo? Ora, se o mundo está sujeito a vosso julgamento, seríeis acaso indignos de deliberar e julgar sobre questões tão insignificantes? 3Ignorais que julgaremos os anjos? Quanto mais, coisas desta vida! 4No entanto, se tendes dessas questões a resolver, recorrereis a juízes que a Igreja não pode recomendar. 5Digo isso, para confusão vossa! Será, então, que aí entre vós não se encontra ninguém sensato e prudente que possa ser juiz entre irmãos? 6Ao invés disso, irmão contra irmão vai a juízo, e isso perante infiéis! 7Aliás, já é uma grande falta haver processos entre vós. 8Por que não suportais, antes, a injustiça? Por que não tolerais, antes, ser prejudicados? Pelo contrário, vós é que cometeis injustiças e fraudes, e isso contra irmãos! 9Porventura ignorais que pessoas injustas não terão parte no reino de Deus? Não vos iludais: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem pederastas, 10nem ladrões, nem avarentos, nem beberrões, nem insolentes, nem salteadores terão parte no reino de Deus. 11E vós, isto é, alguns de vós, éreis isso! Mas fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.3-4.5-6a.9b (R: 4a)
– O Senhor ama seu povo de verdade.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.
– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!
R: O Senhor ama seu povo de verdade.
– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.
– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure
(Jo 15,16).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,12-19
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– 12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e ser curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Liberato de Loro
- por Pe. Alexandre
Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria abandonou toda a riqueza e conforto para seguir a vida religiosa. Renunciou às terras e o título de Senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio em favor de seu irmão Gualterio, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino.
Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas, retirou-se ao pequeno e ermo convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Ali, vestiu o hábito da Ordem dos frades menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes lhe valeu a fama de santidade. Em “Florzinhas de São Francisco”, encontramos o seguinte relato sobre ele: “No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a se elevar do chão. Por onde andava os pássaros o acompanhavam, pousando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos lhe dedicavam grande consideração. Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Ele caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada, por outro lado, recusava-se a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na Sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava em oração se preparando para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, aproximou-se de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e lhe suplicou, em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna se tivesse este merecimento. Chamando-o por seu nome, a Virgem Maria respondeu: “Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para te confortar antes de tua partida desta vida”. Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.
No século XV, o culto à Liberto de Loro era tão vigoroso, que as terras dos Brunforte recebeu autorização para se chamar São Liberato. Inclusive, o novo convento construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram também uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém, só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo Papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica de ser chamado de Santo. A festa de Santo Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 06 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.
São Liberato de Loro, rogai por nós!
Meditaçao
- por Pe. Alexandre
Deu-lhes o nome de apóstolos… (Lc 6,12-19)
Jesus passara a noite inteira em oração. Leia-se: um encontro íntimo entre o Filho e o Pai. Aliás, oração é exatamente isto: conversa filial, escuta paternal.
Quando amanhece o dia, depois de ter ouvido o Pai, o Filho pode separar Doze da multidão que o seguia, com a missão específica de serem “enviados”. A palavra apóstolo vem do grego, onde o verbo “apostéllo” significa “enviar”. Nos Evangelhos, a primeira vez que esta palavra aparece é em relação ao próprio Jesus, o “enviado” do Pai (cf. Lc 4,18).
Fica bem evidente, nesta escolha, que os apóstolos serão extensões da missão do próprio Jesus: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio a vós”. (Jo 20,21b) E esta frase foi pronunciada pelo Senhor logo após ter soprado sobre eles, dizendo: “Recebei o Espírito Santo!”
Assim, os apóstolos sabem que não são donos da missão. Eles saem sem nenhum projeto pessoal, nenhuma outra intenção que não corresponda aos desígnios do Pai, manifestados pelo Filho. E mais: sabem que é o dom do Espírito que lhes permitirá cumprir o tríplice imperativo: ide… ensinai… batizai… (cf. Mt 28,19)
Não se pode vir a ser um apóstolo sem um chamado expresso de Deus, comenta Helmut Gollwitzer. “O apostolado é uma criação de Deus. Além disso, nota-se que o número doze é decisivo, e pensaremos nas doze tribos de Israel. Aquele que via Jesus em companhia dos Doze via assim representada, de modo visível, a pretensão de Jesus de ser o Messias de Israel”.
O apóstolo é enviado a pregar, anunciar e ensinar: ele é portador da Boa Nova. Testemunhas da ressurreição do Senhor, eles sabem em quem depositaram a sua confiança (cf. 2Tm 1,12). “Jesus não se contenta em reunir à sua volta um grupo de fiéis zelosos, sem os dotar, ao mesmo tempo, de vínculos sólidos. Aqui está a IGREJA, isto é, o grupo que assume forma, ordena-se, liga-se a um ministério determinado e a uma autoridade concreta – autoridade única, fundamental, intransmissível, conferida aos doze apóstolos chamados nominalmente.”
Há teólogos afirmando que Jesus nunca pensou em uma “igreja”. Esta seria uma invenção dos homens. Não é o que vemos nos Evangelhos, desde a vocação dos Doze até, especialmente, na vinda do Espírito Santo e no testemunho dos apóstolos após a ressurreição do Senhor. “Quem vos ouve, a mim ouve” (Lc 10,16) – decreta o Senhor. Desde então, será impensável separar o Corpo de seus membros, separar Jesus de seus enviados.
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