07 de agosto de 2022
19a Semana do Tempo Comum. -Domingo
- por Pe. Alexandre
DOMINGO – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – III semana do saltério)
Antífona da entrada
– Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Sb 18,6-9
– Leitura do livro da Sabedoria: 6A noite da libertação fora predita a nossos pais, para que, sabendo a que juramento tinham dado crédito, se conservassem intrépidos. 7Ela foi esperada por teu povo, como salvação para os justos e como perdição para os inimigos. 8Com efeito, aquilo com que puniste nossos adversários serviu também para glorificar-nos, chamando-nos a ti. 9Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33,1.12.18-20.22 (R: 12b)
– Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
– Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
– Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas, e alimentá-los quando é tempo de penúria.
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
– No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
2ª Leitura: Hb 11,1-2.8-12
– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos: 1A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se vêem. 2Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho. 8Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia. 9Foi pela fé que ele residiu como estrangeiro na terra prometida, morando em tendas com Isaac e Jacó, os co-herdeiros da mesma promessa. 10Pois esperava a cidade alicerçada que tem Deus mesmo por arquiteto e construtor. 11Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. 12É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu a multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir não sabeis, não! (Mt 24,42.44).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 12,32-48
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 32“Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino. 33Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói. 34Porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 35Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37Felizes os empregados que o Senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar à mesa e, passando, os servirá. 38E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar. 39Mas ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos? ” 42E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa, para dar comida a todos na hora certa? 43Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. 47Aquele empregado que, conhecendo a vontade do Senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Sisto II e companheiros mártires
- por Pe. Alexandre
Os anos que se seguiram de 250 até 260 foram uns dos mais terríveis e, ao mesmo tempo, gloriosos do Cristianismo; terríveis devido à fúria dos imperadores Décio e Valeriano; e gloriosos por conta da têmpera dos inúmeros mártires que foram os que mais glorificaram a Deus.
O Santo Papa Sisto II, a quem celebramos neste dia, foi um desses homens que soube transformar o terrível em glória, a partir do seu testemunho de fé, amor e esperança em Cristo Jesus. Pertence à lista de cinco consecutivos Papas mártires, São Sisto II governou a Igreja durante um ano (257 – 258) e, nesse tempo, semeou a paz e a unidade no seio da Igreja de Cristo.
Foi Sisto decapitado pela polícia durante uma cerimônia clandestina que ele celebrava num cemitério da via Ápia. Foram, ao mesmo tempo, executados seis dos sete diáconos que o rodeavam. Só pouparam algum tempo o diácono Lourenço, seu tesoureiro, a quem deixaram quatro dias para entregar os bens da Igreja. Assim se procedia desde que o imperador Valeriano (+260) estabelecera a pena de morte “sem julgamento, só com verificação de identidade”, contra os Bispos, padres e diáconos da religião cristã.
Dessa forma, São Sisto II e seus companheiros mártires entregaram a vida deles em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu.
São Sisto II e companheiros mártires, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Bolsas que não se estraguem… (Lc 12,32-48)
Na verdade, a tradução literal do original grego seria “bolsas que não ficam velhas”. E nenhuma mulher elegante gosta de usar uma bolsa velha, arranhada, rasgada ou simplesmente fora de moda. Só que Jesus não está preocupado com a elegância feminina, mas com o rumo de nossa vida…
O Mestre sabe muito bem que nós temos uma inclinação natural para nos prendermos a bolsas furadas. Pode ser mesmo a Bolsa de Valores, que às vezes quebra – como em 1929 – causando a recessão econômica e a miséria de muita gente. Jesus está contrapondo os valores materiais – a “bolsa” é o símbolo deles – e os valores perenes, aqueles que duram além da morte.
Quanto às bolsas materiais, logo serão adequadamente cuidadas pelos ladrões e pelas traças; roubadas ou corroídas, levarão seus donos à decepção. Ou, queira Deus, a uma tomada de consciência que reoriente o itinerário de sua existência. Muitos santos deram o primeiro passo na santidade exatamente a partir de uma decepção, de uma “roubada”. Pode ser uma perna quebrada, como a de Inácio de Loyola, ou o tombo de um cavalo, como aconteceu com Saulo de Tarso.
Neste Evangelho, Jesus vinha falando de lírios do campo e de passarinhos, todos eles muito bem cuidados pelo Pai do céu, que veste os lírios de ouro e alimenta as aves que não semeiam nem colhem. Em uma só palavra: Providência divina. Esta realidade espiritual – mas sempre traduzida da maneira mais palpável e concreta! – se posiciona no polo oposto ao mundo capitalista, construído de dinheiro, poupanças, investimentos, megaprojetos, torres de Babel.
No Brasil, como em muitos países, discute-se a PREvidência como algo essencial para a sociedade, pois nada se espera da PROvidência. O que conta são os meios humanos, os recursos gerados pelo próprio homem, e continuam raros aqueles que realmente esperam algo das mãos de Deus. Como sempre, o tempo se encarregará de trazer à luz as loucuras do racionalismo materialista.
Envolvido pelo sistema capitalista, o homem se torna escravo dos valores que ele procura, sacrificando a própria vida. Entre as coisas sacrificadas, destaca-se a liberdade, o grande dom de Deus ao homem. Dirigindo-se aos discípulos, Jesus acena a eles com a experiência da liberdade, sem as cadeias da posse, da acumulação, dos cuidados sufocantes que amargam sua vida.
O ladrão se aproxima. Quer arrombar a casa, o cofre e os bens acumulados. Os pobres não o temem, pois só acumulam os dons de Deus…
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