07 de Dezembro de 2021

2a semana do Advento Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA – SANTO AMBRÓSIO BISPO E DOUTOR
(branco, pref. Advento I – ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

 

– Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que fizestes o bispo santo Ambrósio doutor da fé católica e exemplo de intrépido pastor, despertai na vossa Igreja homens segundo o vosso coração, que a governem com força e sabedoria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 40, 1-11

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus. 2Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados. 3Grita uma voz: “preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada do nosso Deus. 4Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: 5a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou”. 6Dizia uma voz: “Grita!” E respondi: “Que devo gritar?” A criatura humana é feno, toda a sua glória é como flor do campo; 7seca o feno, murcha a flor ao soprar o Senhor sobre eles. Sim, o povo é feno. 8Seca o feno, murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus fica para sempre. 9Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: “Eis o vosso Deus, 10eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. 11Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 96,1-2.3.10ac.11-12.13 (R: Is 40,9-10)

 

– Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!
R: Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome! Dia após dia anunciai sua salvação.

R: Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!

– Manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios! Publicai entre as nações: “Reina o Senhor!” E os povos ele julga com justiça.

R: Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!

– O céu se rejubile e exulte a terra, aplauda o mar com o que vive em suas águas; os campos com seus frutos rejubilem e exultem as florestas e as matas.

R: Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!

– Na presença do Senhor, pois ele vem, porque vem para julgar a terra inteira. Governará o mundo todo com justiça, e os povos julgará com lealdade.

R: Olhai e vede: o nosso Deus vem com poder!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Está perto o dia do Senhor, ele mesmo virá para salvar-nos!

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18,12-14

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

– Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos: 12Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, se uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? 13Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. 14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santo Ambrósio

- por Pe. Alexandre

Hoje, em toda a Igreja, fazemos memória de Santo Ambrósio, Bispo e Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou à Roma com três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática, tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar Teologia.

A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia. No entanto, era para isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”. O povo teve que teimar durante uma semana, até que, vendo nisso a voz de Deus, Ambrósio, que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era catecúmeno, cedeu à vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325) tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.

Providencialmente, usou as qualidades de organizador e administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político, doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante, principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de Tessalônica, que resultou na morte de muitos. No que diz respeito à Imperatriz Justina, que desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, ele opôs-se valentemente enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397, após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.

Santo Ambrósio, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Se uma delas se perde… (Mt 18,12-14)

 

O pastor tem cem ovelhas. Uma delas se extraviou do rebanho. Segundo informa o exegeta Joachim Jeremias, o dono dessas ovelhas não é muito rico. Entre os beduínos, o tamanho do rebanho oscila entre 20 e 200 cabeças de gado miúdo; com 300 cabeças, já se tem no direito judaico por um rebanho descomunal.

Ora, o pastor da parábola seria o proprietário de um rebanho de porte médio, que cuida pessoalmente de suas ovelhas, pois não teria recursos para pagar a um empregado. Fica realçada sua “relação pessoal” com o rebanho. No verão, certamente passa as noites no campo e dorme no meio de suas ovelhas. Tem o cheiro delas. Uma cena de intimidade.

Eis que uma das ovelhas se desgarra. Isolada, perde-se no semiárido. Dizem os entendidos que a visão da ovelha é muito fraca, e limitado é seu senso de orientação. Trata-se de animal muito dependente. Não admira, pois, que o pastor “abandone” as 99 ovelhas bem comportadas para sair campeando por vales e outeiros, até encontrar a fujona e, cheio de júbilo, regressar ao redil.

Deixando de lado o suave bucolismo da imagem e o pitoresco da cena, fixemo-nos no ponto essencial: este pastor é figura do próprio Cristo, que deixa o “redil” do céu e desce à terra para “campear” a nós, os pecadores, perdidos e extraviados da casa do Pai. Ele não terá pousada nem descanso enquanto não nos recuperar.

Tal como na parábola da moeda perdida, a reação emocional do dono que recupera o bem perdido parece desproporcional: uma pobre moeda em dez, uma simples ovelha em cem – seria motivo “justo” para tal efusão de alegria? Jesus não nos deixa qualquer dúvida a esse respeito: “Esta é a vontade do Pai que está nos céus, que não se perca nenhum (nem um!) desses pequeninos.”

Nosso mundo está cheio de pequeninos: crianças sem lar, jovens famintos de Deus, populações inteiras à margem da cultura e da fé. A história da Igreja registra uma notável multidão de “pastores” que se dedicaram a recuperar ovelhas tresmalhadas, desde Francisco Xavier e João Bosco, desde Dom Orione a Madre Teresa. Eles já cumpriram sua tarefa.

            Aceitaríamos nós a missão de pastorear? Dedicaríamos nossa vida a salvar as ovelhas do Senhor?

 

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