07 de Janeiro de 2022
Semana da Epifania do Senhor - Sexta-feira
- por Pe. Alexandre
SEXTA FEIRA – TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania ou do Natal – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Para os retos de coração surgiu nas trevas uma luz: o Senhor cheio de compaixão, justo e misericordioso (Sl 111, 4).
Oração do dia
– Ó Deus todo-poderoso, que o Natal do salvador do mundo, manifestado pela luz da estrela, sempre refulja e cresça em nossas vidas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 5, 5-13
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 5quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade. 7Assim, são três que dão testemunho: 8o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes. 9Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida. 13Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 147B, 12-13.14-15.19-20 (R: 12a)
– Glorifica o Senhor, Jerusalém!
R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!
– Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou.
R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!
– A paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra e a palavra que ele diz corre veloz.
R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!
– Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos.
R: Glorifica o Senhor, Jerusalém!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Jesus pregava a boa-nova, o Reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5, 12-16
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– 12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”. 15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Raimundo de Peñafort
- por Pe. Alexandre
Nasceu no castelo de Peñafort, Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona, que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, foi quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.
Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.
São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração. Por isso, os santos como São Raimundo, um exemplo. Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor.
São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Se queres, podes limpar-me… (Lc 5,12-16)
As curas realizadas por Jesus, registradas nos Evangelhos, sempre inspiraram a oração cristã. Vejamos a reflexão inspirada pela cura do leproso nas palavras do abade Pascásio Radberto [785-860 d.C.]:
“O Senhor cura a cada dia a alma de todo homem que implora, que o adora piedosamente e proclama com fé estas palavras: ‘Senhor, se tu queres, podes me purificar’. E isto, seja qual for o número de suas faltas, pois ‘aquele que crê do fundo do coração torna-se justo’ (Rm 10,10). Então, nós precisamos dirigir a Deus os nossos pedidos com toda a confiança, sem pôr em dúvida absolutamente o seu poder.
E se nós rezamos com uma fé cheia de amor, certamente somos beneficiados para chegar à salvação, graças à vontade divina que age em proporção de seu poder, e que é capaz de produzir seu efeito. Esta é a razão pela qual, à súplica do leproso, o Senhor logo responde: ‘Eu o quero!’ É que apenas o pecador começa a rezar com fé, aa mão do Senhor se põe a cuidar da lepra de sua alma.
Este leproso nos dá um conselho excelente sobre a forma de rezar. Assim, ele não põe em dúvida a vontade do Senhor, como se ele se recusasse a crer em sua bondade. Mas, consciente da gravidade de suas faltas, ele faz bem em afirmar desse modo o poder que pertence ao Senhor, assim como sua fé inquebrantável. Para obter uma graça, a fé pura e verdadeira é necessária tanto quanto a atuação do poder e da bondade do Criador.
A fé pura, vivida no amor, mantida pela perseverança, paciente na espera, humilde em sua afirmação, firme em sua confiança, cheia de respeito em sua prece e de sabedoria naquilo que está pedindo, tem a certeza de ouvir, em qualquer circunstância, esta palavra do Senhor: ‘Eu o quero’.
Tendo presente ao espírito esta resposta admirável, nós devemos reagrupar as palavras segundo o seu sentido, tal como o leproso disse para começar: ‘Senhor, se tu o queres’, e o Senhor: ‘Eu o quero’. Tendo o leproso acrescentado: ‘Tu podes me purificar’, o Senhor ordenou com o poder de sua palavra: ‘Sê purificado!’ Verdadeiramente, tudo o que o pecador proclamou em uma verdadeira profissão de fé, a bondade e o poder divinos logo realizaram por graça.”
É preciso levar a oração mais a sério…
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