07 de janeiro de 2023

Tempo do Natal- Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – TEMPO DO NATAL
(branco, pref. da Epifania ou do Natal – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, para que nos tornássemos filhos adotivos (Gl 4,4).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, pela vinda de vosso Filho, vos manifestastes em nova luz. Assim como ele quis participar de nossa humanidade, nascendo da virgem, dai-nos participar de sua vida no reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Jo 5,14-21

 

– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 14esta é a confiança que temos no filho de Deus: se lhe pedimos alguma coisa de acordo com a sua vontade, ele nos ouve.15E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que lhe pedimos, sabemos que possuímos o que havíamos pedido. 16Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, mas não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. 17Toda iniquidade é pecado, mas existe pecado que não conduz à morte. 18Sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca. Aquele que é gerado por Deus o guarda, e o Maligno não o pode atingir. 19Nós sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. 20Nós sabemos que veio o Filho de Deus e nos deu inteligência para conhecermos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos com o Verdadeiro, no seu Filho Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro e a Vida eterna. 21Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.3-4.5.6a.9b (R: 4a)

 

– O Senhor ama seu povo, de verdade.
R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembléia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo. Aleluia!

(Lc 7,16).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 2,1-11

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo: 1Houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’. 4Jesus respondeu-lhe: ‘Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou.’ 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser’. 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7Jesus disse aos que estavam servindo: ‘Enchei as talhas de água’. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: ‘Agora tirai e levai ao mestre-sala’. E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: ‘Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!’ 11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galiléia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor

São Raimundo de Peñafort

- por Pe. Alexandre

Raimundo nasceu no castelo de Peñafort, em Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Seus pais originavam-se dos antigos condes de Barcelona e eram aliados do rei Aragão. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona, que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, foi quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.

Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.

São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração.

Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor. À beira de seu túmulo, realizou-se vários milagres, alguns foram descritos na bula de sua canonização, realizada em 1601 por Clemente VIII.

São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Fazei o que ele vos disser… (Jo 2,1-11)

 

As empresas têm suas normas. Os equipamentos trazem anexo o manual de instruções. Nós, criaturas, recebemos de Deus os Dez Mandamentos. Não é curioso que a tentação básica, para nos afastar do amor divino, esteja centrada exatamente no louco impulso de autonomia que nos seduz para fora do querer divino? A tentação é a mesma do início: decida você mesmo aquilo que é bom ou mau para você! Não aceite tutor! Seja você mesmo o seu Dono e Senhor! Você não precisa de que alguém lhe diga o que fazer. Você sabe muito bem onde tem o seu nariz!

 

Ora, nós somos criaturas. Não somos o Criador. Nossa visão é imperfeita, nossa miopia nos leva aos atalhos tortuosos, aos brejais sem saída. Seguindo as inclinações naturais, fazemos guerras e causamos desastres…

 

E por falar em desastres, é a sua possibilidade que nos leva a instituir as leis de trânsito, com mão e contramão, luzes verdes e vermelhas, faixas preferenciais e limites de velocidade. E só um louco alegaria direitos de autonomia para dirigir na contramão e avançar o sinal vermelho. Obedecer às normas é garantia de vida…

 

Quando Deus nos enviou seu Filho, nascido de Mulher, imerso em uma sociedade humana, falando um de nossos idiomas, o Senhor mostrava claramente sua intenção de nos orientar em nossa caminhada existencial. Por isso mesmo, no alto do Tabor, a voz que saía da nuvem advertia: “Este é o meu Filho. Escutai-o!” E não é que Deus deseje nos fazer escravos: ele sabe de nossa fraqueza, quer sustentar-nos em sua força.

 

Neste Evangelho, no meio de um casamento da roça, quando o vinho faltava e a alegria estava ameaçada, é a Mãe de Deus que diz aos serventes: “Fazei o que ele vos disser!” Assim, Maria encarna o papel da Igreja, preparando os ouvidos da humanidade para acolher a Palavra que, acolhida e obedecida, permite que entre nós se experimente a alegria apagada, a paz ameaçada, a esperança perdida.

 

Nós somos pequenos, crianças em crescimento. Nós não nos bastamos, nosso conhecimento é relativo, nossa vontade fragilizada. Dependemos em tudo do dinamismo do Espírito de Deus, de suas luzes, de seu ânimo. A verdadeira sabedoria – aquela que salva – consiste em submeter livremente nossa vontade à vontade de Deus.

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