07de Outubro de 2022

27a Semana do Tempo Comum- Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA – NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

(branco, pref. de Maria – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre (Lc. 1,28.42).

 

Oração do dia

 

– Derramai ó Deus, a vossa graça em nossos corações, para que, conhecendo, pela mensagem do anjo, a encarnação do Cristo, vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição pela intercessão da virgem Maria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 1,12-14

 

– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Depois que Jesus subiu ao céu, 12os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. 13Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. 14Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl ( Lc 1) 46-55 (R: 49)

 

– Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

– A minh’alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador.

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

– Pois ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez por mim maravilhas e Santo é o seu nome!

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

– Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam. Demonstrou o poder de seu braço, dispersou os orgulhosos.

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

– Derrubou os poderosos de seus tronos e os humildes exaltou. De bens saciou os famintos e despediu, sem nada, os ricos.

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

– Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido aos nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

R: Bendita sejais, ó Virgem Maria; trouxestes no ventre a palavra eterna!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,26-38

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra! ” E o anjo retirou-se.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Nossa Senhora do Rosário, o meio de alcançar almas para Deus

- por Pe. Alexandre

Origens 

A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas (eremitas dos primeiros séculos do cristianismo) usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Dessa forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nosso e, para a contagem. Doutor da Igreja São Beda, chamado de “o Venerável” (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.

História do Rosário 

O Santo Rosário foi sendo transformado com o decorrer dos anos, porém, no ano de 1214, a Santa Igreja o estabeleceu na forma e método que hoje é usado. Antes, as Ave-Marias não eram como agora, nem mesmo os mistérios contemplados entre outros ingredientes da oração. Sua origem se deu com a revelação divina de Nossa Senhora do Rosário a São Domingos de Gusmão, fundador dos dominicanos (O.P.). Por meio das citações referidas ao Bem-aventurado Alano de La Roche em seu livro “De Dignitate Psalterri”, São Luís Maria Grignion de Montfort relata a origem do Rosário.

São Domingos e o Rosário

A tradição espiritual conta com a revelação. São Domingos se preocupava em converter os albigenses, também conhecidos como cátaros (puros), que eram um grupo de hereges de caráter gnóstico e maniqueísta, sendo até mesmo protegida por bispos e nobres da época.  Essa doutrina negava a existência de um único Deus, negava a divindade de Jesus, direcionava a salvação através do conhecimento etc.

Rosário: a chave para alcançar as almas endurecidas

Estas realidades entraram em choque com o catolicismo. Desse modo, o santo procurava converter os heréticos e enfrentava grande resistência. Certa vez, procurou retirar-se em uma floresta para rezar e ali recebeu a orientação da Nossa Senhora do Rosário: “Querido Domingos, você sabe de que arma a Santíssima Trindade quer usar para mudar o mundo? [ … ] a principal peça de combate tem sido sempre o Saltério Angélico que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério” (MONTFORT, 2019, p. 42-43).

Do Saltério Angélico ao Santo Rosário

A propagação do Rosário por São Domingos

A partir dessa situação, São Domingos começou a pregar o Santo Rosário ou como foi dito, em revelação, “Saltério Angélico”. Assim expresso, pois naquela época poucas pessoas eram alfabetizadas e não conheciam a Sagrada Escritura. Por outro lado, os monges costumavam recitar em oração os 150 Salmos, rezando a “liturgia das horas”. Desse modo, os cristãos poderiam imitar a oração e se aproximar dos mistérios de Deus ao recitar 150 Ave-Marias, conhecida como a saudação angélica já que foi dita pelos Anjos e relatava nas Escrituras. Assim, tornou-se o “Saltério Angélico” (Salmos Angélicos).

Os Mistérios:  Gozosos, Dolorosos e Gloriosos

Em um segundo momento, ao esfriar a devoção do Saltério Angélico, em nova aparição, Nossa Senhora do Rosário apareceu ao Beato Alano (1428 – 1475) lhe pedindo que reavivasse a prática. Assim ele formou os agrupamentos de 50 Ave-Marias e seus mistérios, conhecidos como: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. Ela lhe disse que muitas graças e milagres seriam alcançados por meio desse modo e reafirmou os ditos a São Domingos.

A Intercessora pela Igreja do Ocidente

Intercessão de Nossa Senhora do Rosário 

Logo após, houve a batalha de Lepanto (Grécia, junto ao porto de Corinto) comandada por João da Áustria, em 7 de Outubro de 1571. O Papa Pio V procurava conter os avanços dos turcos na Europa e, antes disso, convocou os cristãos para que rezassem o rosário através da Carta Breve Consueverunt (1569). Era uma batalha extremamente importante, pois dela dependia a preservação do cristianismo e da cultura ocidental.

Instituição da Festa

Com a vitória adquirida, ele instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário no mesmo dia da batalha, e reconheceu que a vitória veio por meio das orações do Rosário. Sendo este Papa da ordem dos dominicanos, por isso, seguiu a inspiração do fundador. O Pontífice instituiu a festa, inicialmente chamada de Santa Maria da Vitória.

Rainha do Sacratíssimo Rosário

Festa Mariana Obrigatória

Em 1573, o Papa Gregório XIII tornou a festa mariana obrigatória para a diocese de Roma e para as Confrarias do Santo Rosário, sob o título de Santíssimo Rosário da Bem-aventurada Virgem Maria. Em 1716, o Papa Clemente XI inscreveu a festa no calendário romano, estendendo-se para toda a Igreja. A celebração ocorria em datas diferentes, conforme os costumes locais. O Papa Leão XIII inscreveu a invocação “Rainha do Sacratíssimo Rosário” na Ladainha Lauretana em 10 de dezembro de 1883. Em 1913, o Papa Pio X fixou a data da celebração da festa em 7 de outubro.

O Quarto Mistério

Por fim, após anos de estímulo e devoção por parte dos papas e dos santos, São João Paulo II, em sua carta “Rosarium Virginis Mariae” (2002), institui o quarto mistério. Foi reconhecido como “luminoso”. Formando, então, o Rosário com quatro terços meditando os mistérios de Cristo. Assim, deu-se o formato daquilo que se conhece atualmente por Santo Rosário.

Minha oração

“ Ó Mãe do rosário, consegui junto a Jesus aquilo que não podemos, combatei por nós e consolai-nos das intempéries da vida. Entregamos nossa existência a ti e de ti tudo esperamos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Alegra-te! (Lc 1,26-38)

 

Muitas traduções omitem esse convite à alegria. Traduzem-no por uma saudação romana: Ave! Ora, o texto grego, de São Lucas, traz a expressão “Chaire”, fazendo ecoar o brado de Sofonias (3,14): “Grita de alegria, filha de Sião, brada aclamações, Israel, rejubila-te, ri com gosto, filha de Jerusalém. O Senhor cancelou as sentenças que pesavam sobre ti, afastou teu inimigo. O rei de Israel, o Senhor, ele mesmo, está no meio de ti, não terás mais de temer o mal.” (Sf 3,14-15.)

 

Se, por um lado, a filha de Sião é o próprio povo escolhido, que há séculos espera pelo cumprimento das promessas relativas ao Messias, por outro lado Maria encarna e resume em sua pessoa esse mesmo Israel. É a iminência do cumprimento da promessa e a chegada do Messias “no meio do seu povo” que motiva a alegria. Acabou a longa noite da tristeza, quando as sentinelas vigiavam, à espera dos lampejos róseos da aurora. Eis o Sol!

 

Gabriel, o mensageiro da Anunciação, compreendia muito bem o alcance da boa notícia que ele trazia à Virgem de Nazaré. Por isso mesmo, sua primeira frase convida ao júbilo espiritual. Não é preciso muita imaginação para avaliar com que alegria a jovem Maria galgou as montanhas de Judá até a casa de Isabel. Essa mesma alegria – fruto do Espírito Santo – projetou-se em Isabel e no filho que esperava, o Precursor de Cristo.

 

E nós? Nossa vivência religiosa é uma experiência de alegria? Ou somos devotos sonolentos, fiéis que mercadejam graças, católicos lamurientos, sempre insatisfeitos com nossa cruz? Que é que brota de nossa inserção na Igreja? Que efeitos gera em nós a comunhão eucarística? Que frutos colhemos do contato diário com a Palavra de Deus?

Já diziam os antigos: um santo triste é um triste santo! Nossa alegria pode ser o estímulo que atraia muita gente para Jesus. Nosso azedume e nossas queixas certamente hão de escandalizar os mais próximos, ao constatarem que nossa religião não se transforma em vida…

Claro, não confundamos alegria com alacridade. As maritacas são álacres, barulhentas. Certos grupos religiosos podem parecer animados, mas não passam de agitados. A verdadeira alegria não é muscular, epidérmica. Uma alegria profunda é serena e tranquila; podemos chamá-la de letícia. Ou de paz interior. A alegria é um outro nome da Paz…

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