08 de Agosto de 2022

19a Semana do Tempo Comum.- Segunda-feira

- por Pe. Alexandre

SEGUNDA FEIRA – SÃO DOMINGOS PRESBÍTERO E PREGADOR
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

– Estes são os santos que receberam a bênção do Senhor e a misericórdia de Deus, seu salvador. É a geração dos que buscam a Deus (Sl 23,5).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que os méritos e ensinamentos de são Domingos venham em socorro da vossa Igreja, para que o grande pregador da vossa verdade seja agora nosso fiel intercessor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 1,2-5.24-28

 

– Leitura da profecia de Eze­quiel: 2No dia cinco do mês – esse era o quinto ano do exílio do rei Joaquim –, 3a palavra do Senhor foi dirigida a Ezequiel, filho do sacerdote Buzi, na terra dos caldeus, junto ao rio Cobar. Foi ali que a mão do Senhor esteve sobre ele. 4Eu vi que um vento impetuoso vinha do norte, uma grande nuvem envolta em claridade e relâmpagos; no meio brilhava algo como se fosse ouro incandescente. 5No centro aparecia a figura de quatro seres vivos. Este era o seu aspecto: cada um tinha a figura de homem. 24E eu ouvi o rumor de suas asas: Era como um estrondo de muitas águas, como a voz do Poderoso. Quando se moviam, o seu ruído era como o barulho de um acampamento; quando paravam, eles deixavam pender as asas. 25O ruído vinha de cima do fir­ma­mento, que estava sobre suas cabeças. 26Acima do fir­mamento que estava sobre as cabeças, havia algo parecido com safira, uma espécie de trono, e sobre essa espécie de trono, bem no alto, uma figura com aparência humana. 27E eu vi como que um brilho de ouro incandescente, envolvendo essa figura como se fosse fogo, acima daquilo que parecia ser a cintura; abaixo daquilo que parecia ser a cintura vi algo como fogo e, em sua volta, um círculo luminoso. 28cEsse círculo luminoso tinha o mesmo aspecto do arco-íris, que se forma nas nuvens em dia de chuva. Tal era a aparência visível da glória do Senhor. Ao vê-la, caí com o rosto no chão.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 148,1-2.11-12ab.12c-14a.14bcd (R:13b)

 

– Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

– Louvai o Senhor Deus nos altos céus, louvai-o no excelso firmamento! Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, louvai-o, legiões celestiais!

R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

– Reis da terra, povos todos, bendizei-o, e vós, príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o!

R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

– Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, porque somente o seu nome é excelso! A majestade e esplendor de sua glória ultrapassam em grandeza o céu e a terra.

R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

– Ele exaltou seu povo eleito em poderio, ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, este povo que ele ama e lhe pertence.

R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Pelo Evangelho o Pai nos chamou, a fim de alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo (2Ts 2,14).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 17,22-27

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, 22quando Jesus e os seus discípulos estavam reunidos na Galileia, ele lhes disse: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens. 23Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará”. E os discípulos ficaram muito tristes. 24Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores do imposto do Templo aproximaram-se de Pedro e perguntaram: “O vosso mestre não paga o imposto do Templo?” 25Pedro respondeu; “Sim, pa­ga”. Ao entrar em casa, Jesus adiantou-se, e perguntou: “Simão, que te parece: Os reis da terra cobram impostos ou taxas de quem: dos filhos ou dos estranhos? ” 26Pedro respondeu: “Dos estranhos! ” Então Jesus disse: “Logo os filhos são livres. 27Mas, para não escandalizar essa gente, vai ao mar, lança o anzol, e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda; pega então a moeda e vai entregá-la a eles, por mim e por ti”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Domingos de Gusmão

- por Pe. Alexandre

Neste dia, lembramos aquele que, ao lado de São Francisco de Assis, marcou o século XIII com sua santidade vivida na mendicância e no total abandono em Deus e desapego material.

São Domingos nasceu em Caleruega, na Castela Velha em 1170, Espanha, e pertencia à alta linhagem dos Gusmão. O pai, Félix de Gusmão, queria entusiasmá-lo pelas armas; o menino preferia porém andar com a mãe, Joana de Aza, grande esmoler, e com clérigos e monges. Interessante é que antes de Domingos nascer sua mãe sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa de que irradiava grande luz sobre o mundo. Mais do que sonho foi uma profecia, pois Domingos de Gusmão, de estatura mediana, corpo esguio, rosto bonito e levemente corado, cabelos e barba levemente vermelhos, belos olhos luminosos, não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a Luz do Evangelho, isso depois de se desapegar a tal ponto de si e das coisas, que chegou a vender todos os seus ricos livros, a fim de comprar comida aos famintos.

Homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, São Domingos acolheu o chamado ao sacerdócio e ao ser ordenado (no ano de 1203 em Osma, onde foi nomeado cônego). No ano de 1204, Domingos seguiu para Roma a fim de obter do Papa licença para evangelizar os bárbaros na Germânia.

No entanto, o Papa Inocêncio III orientou-o para a conversão dos Albigenses que infestavam todo o Sul da França com suas heresias. Desta forma, Domingos fez do sul da França, o seu principal campo de ação. Quando os hereges depararam com a verdadeira pobreza evangélica de São Domingos de Gusmão, muitos aderiram à Verdade, pois nesta altura já nascia, no ano de 1215 em Tolosa, a primeira casa dos Irmãos Pregadores, também conhecidos como Dominicanos (cães do Senhor) que na mendicância, amor e propagação do Rosário da Virgem Maria, rígida formação teológica e apologética, levavam em comunidade a Véritas, ou seja, a verdade libertadora.

São Domingos de Gusmão entrou no Céu com 51 anos e foi canonizado pelo Papa Gregório IX, em 1234.

São Domingos de Gusmão, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

O imposto do Templo… (Mt 17,22-27)

 

Curiosa passagem do Evangelho que os outros dois sinóticos – Marcos e Lucas – não registram, talvez por não lhe darem maior importância. São Mateus, porém, um publicano, ex-cobrador de impostos, achou por bem incluí-la.

 

De fato, desde Moisés, os israelitas eram instados a pagar um imposto – a taxa do incenso – no pequeno valor de cinco gramas de prata, ou meio siclo. A importância devia ser aplicada na manutenção dos serviços do Templo, mas tinham acima de tudo um valor simbólico, como se lê no Livro do Êxodo (30,16b): “Servirá para os israelitas para serem lembrados diante do Senhor e como resgate de vossas vidas”.

 

Quando Jesus dialoga com Pedro e lhe pergunta quem deveria pagar impostos, os cidadãos ou os “outros”, a palavra grega do original – allótrios – não designa propriamente os “estrangeiros” (aliás, pagar os dízimos e os impostos eram um “direito” do israelita, proibido ao escravo e ao estrangeiro), mas tem o sentido de “outro”, “diferente”. Já no Império Romano, os patrícios não pagavam impostos, mas apenas as outras nações dominadas por Roma.

 

De qualquer modo, essas taxas judaicas estavam incluídas no lado formal do culto prestado a Deus. Enquanto Filho de Deus, o próprio Jesus estava, pois, dispensado de pagá-las. Mas não quis eximir-se delas e, mesmo na soberana liberdade de um Filho, prefere submeter-se aos deveres do comum dos mortais.

 

No entanto, a forma como Jesus “produz” os fundos necessários para pagar o imposto supera decididamente os limites humanos. Manda que Pedro vá pescar um peixe no Lago de Genesaré e, sob a língua do peixe, iria encontrar a moeda – um estáter, no valor de duas didracmas.

 

Hébert Roux comenta: “Ao pagar esse imposto, Jesus afirma sua submissão à Lei. Aliás, ele que se apresenta como o Senhor do sábado, como “maior que o Templo”, nem por isso deixa de ter ‘nascido sob a Lei’ (cf. Gl 4,5). Ademais, sua submissão é voluntária. Sua conversa com Pedro deixa entender claramente que ele, o Filho de Deus, e eles, os filhos do Reino, poderiam considerar-se dispensados em relação à Lei. Jesus poderia invocar sua filiação divina para se dispensar de um costume tornado caduco por sua própria Vinda.

Entretanto, ‘para não escandalizar’ os israelitas, aqueles filhos que estão prontos a desprezar a herança de seu Pai, ao rejeitarem a graça, Jesus ordena a Pedro que pague o imposto. Só que, através de um milagre, mais uma vez Jesus se revela como o Senhor a quem pertencem todas as coisas, e a quem elas estão submissas.”

 

É pena que, para nós, católicos, o dízimo seja apresentado como um “dever”, deixando de lado o fato de que o dízimo é um “direito” exclusivo dos membros do Corpo de Cristo…

 

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