12 de dezembro de 2024
12 de dezembro de 2024
- por Denise Gomes
Primeira leitura: Gálatas 4, 4-7
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas:
Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá – ó Pai! 7Assim já não és mais escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso, por graça de Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo 95 (96)
– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
R: Manifestai a sua glória entre as nações.
– Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações, e entre os povos do universo seus prodígios!
R: Manifestai a sua glória entre as nações.
– Publicai entre as nações: “Reina o Senhor! Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
R: Manifestai a sua glória entre as nações.
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1, 39-47
– Aleluia, Aleluia, Aleluia.
– Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor é contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra! (Lc 1,28);
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamOu: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu”. 46Então Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador”.
– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor
Bem-aventurada Virgem Maria de Guadalupe, Padroeira principal da América | Quinta-feira
- por Denise Gomes
No dia 9 de dezembro de 1531, a Virgem Maria apareceu a um índio chamado Juan Diego, no monte Tepeyac, perto da cidade do México, manifestando-lhe o seu desejo de que se erigisse ali um templo. Depois de o tio de Juan Diego ter sido curado milagrosamente no dia 12 de dezembro, quando Juan levava ao bispo umas flores que a Virgem lhe dera, ao deixá-las cair do seu poncho apareceu gravada nessa peça do vestuário a imagem da Senhora que até hoje é venerada no Santuário da Basílica de Guadalupe, no México. Era o sinal que o bispo Juan de Zumárraga tinha pedido. Em 1553, o prelado construiu uma Basílica, como Nossa Senhora lhe tinha pedido.
Existem diversos documentos que testemunham esse episódio. O mais antigo é o Nican Mopohua, relato das aparições em língua azteca, baseado nas declarações de testemunhas oculares que presenciaram as entrevistas entre Zumárraga e Juan Diego. Conserva-se na Biblioteca Nacional do México.
I. A DEVOÇÃO a Nossa Senhora de Guadalupe no México tem a sua origem nos começos da evangelização desse país, quando os fiéis eram ainda muito poucos. Nossa Senhora apareceu a um camponês índio, de nome Juan Diego, e enviou-o ao bispo da cidade do México para manifestar-lhe o desejo de que lhe fosse dedicado um templo numa colina próxima, chamada Tepeyac. A Virgem disse ao índio na primeira aparição: “Quero muito, desejo muito que aqui me seja erigido um templo, em que me mostrarei e me darei às pessoas em todo o meu amor, no meu olhar compassivo, no meu auxílio, na minha salvação: porque em verdade Eu sou a vossa Mãe compassiva, tua e de todos os homens […]. Nesse templo escutarei os seus prantos e a sua tristeza, para remediá-los, para lhes curar todas as suas diversas penas, as suas misérias e as suas dores”1.
O bispo do lugar, antes de aceder ao pedido, quis um sinal. E Juan Diego, por indicação da Senhora dos Céus, cortou umas braçadas de rosas que ela fizera brotar sobre a árida colina, a mais de dois mil metros de altura, em pleno mês de dezembro. Depois, foi ter com o bispo e estendeu-lhe o seu branco ayate, o manto, onde colocara as flores. E quando as rosas caíram ao chão, “surgiu de repente a Amada imagem da Perfeita Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, na forma e figura em que hoje se encontra”2. Essa imagem de Nossa Senhora de Guadalupe ficou impressa no rústico poncho do índio, tecido com fibras vegetais. Representa a Virgem como uma jovem mulher de rosto moreno, rodeada por uma luz radiante.
Maria disse a Juan Diego, e repete a todos os cristãos: “Não estou Eu aqui, Eu que sou a tua Mãe? Não estás debaixo da minha sombra? Não estás porventura no meu regaço?” Por que devemos temer, se Ela é a Mãe de Jesus e Mãe dos homens?
Com a aparição de Maria no monte Tepeyac, começou em todo o antigo território azteca um movimento excepcional de conversões, que se estendeu pela América Centro-Meridional e chegou até o longínquo arquipélago das Filipinas. “A Virgem de Guadalupe continua a ser ainda hoje o grande sinal da proximidade de Cristo, ao convidar todos os homens a entrar em comunhão com Ele para terem acesso ao Pai. Ao mesmo tempo, Maria é a voz que convida os homens à comunhão entre si…”3
A Virgem sempre precedeu os homens na evangelização dos povos. Não se entende o apostolado sem Maria. Por isso, agora que o Papa, Vigário de Cristo na terra, pede aos fiéis que se empenhem em recristianizar o mundo, recorremos a Ela para que “indique à Igreja os melhores caminhos que é preciso percorrer para empreender uma nova evangelização. Imploramos-lhe a graça de servir essa causa sublime com renovado espírito missionário”4. Suplicamos-lhe que nos mostre o modo de aproximarmos os nossos amigos de Deus e que Ela os prepare para receber a graça.
II. “VIRGEM DE GUADALUPE, Mãe das Américas…, vê como é grande a messe, e intercede junto do Senhor para que infunda fome de santidade em todo o Povo de Deus…”6.
Só assim – com uma intensa vida cristã, com amor e desejos de servir – é que poderemos levar a cabo essa nova evangelização em todo o mundo, a começar pelos que estão mais perto. Quanta messe carecida de braços que a recolham! Quanta gente com fome de verdade que não tem quem lha ensine! Quantas pessoas de todo o tipo e condição que desejariam aproximar-se de Deus e não encontram o caminho! Cada um de nós deve ser um indicador claro que aponte, com o exemplo e a palavra, o caminho certo que, por meio de Maria, termina em Cristo.
Partiu da Europa a primeira labareda que ateou a fé no continente americano. Quantos homens e mulheres, de raças tão diversas, encontraram a porta do Céu pela fé heróica e sacrificada daqueles primeiros evangelizadores! A Virgem abriu-lhes o caminho, e eles, apesar das dificuldades – com energia, paciência e sentido sobrenatural –, ensinaram por toda a parte os mistérios mais profundos da fé. “Encontramo-nos agora numa Europa onde se torna cada vez mais forte a tentação do ateísmo e do ceticismo; onde lança raízes uma penosa incerteza moral, com a desagregação da família e a degeneração dos costumes; onde domina um perigoso conflito de idéias e movimentos”8.
Nós, os cristãos, continuamos a ser fermento no meio do mundo. A levedura não perdeu o seu vigor nestes vinte séculos, porque é sobrenatural e sempre jovem, nova e eficaz. Por isso não ficaremos parados, como se nada pudéssemos fazer ou como se as dimensões do mal pudessem afogar a pequena semente que somos cada um dos que queremos seguir a Cristo. Se os primeiros que levaram a fé a tantos lugares tivessem ficado paralisados ante a ingente tarefa que se lhes apresentava, se somente tivessem confiado nas suas forças humanas, nada teriam levado a cabo. O Senhor anima-nos continuamente a não ficar para trás neste trabalho que se apresenta como algo “sobrenatural e humanamente fascinante”9.
Pensemos hoje, diante de Nossa Senhora de Guadalupe, uma vez mais, o que estamos fazendo ao nosso redor: se aproveitamos todas as ocasiões, sem deixar nenhuma, para falar com valentia aos nossos amigos da fé que trazemos no coração; se tomamos a sério a nossa formação, pois dela depende a formação dos outros; se dedicamos tempo à catequese ou a outras obras boas; se contribuímos economicamente para a manutenção de alguma tarefa que tenha como fim o aperfeiçoamento sobrenatural e humano das pessoas. Não devemos deter-nos ante o pensamento que é pouco o que podemos fazer, no meio de um trabalho profissional absorvente. Deus multiplica esse pouco; e, além disso, muitos poucos mudam um país inteiro.
III. IDE POR TODO O MUNDO e pregai o Evangelho a toda a criatura12.
Os contactos profissionais, as reuniões sociais, uma viagem, são ocasiões que Deus põe ao nosso alcance para darmos a conhecer Jesus Cristo17. E como podemos descansar se, além disso, essas almas estão no nosso lar, no nosso trabalho, na nossa Faculdade ou na vizinhança?
Temos que pedir à Virgem o desejo vivo e eficaz de sermos almas valentes, audazes, atrevidas à hora de semear o bem, procurando, sem respeitos humanos, que não haja nenhum recanto da sociedade onde não se conheça a Cristo19, e não cessa de as produzir até o fim dos tempos. O Senhor dá às nossas palavras e obras uma eficácia sobrenatural que a maior parte das vezes desconhecemos.
Hoje pedimos a Nossa Senhora de Guadalupe que se mostre Mãe compassiva, que nos faça arautos do Evangelho, que saibamos compreender a todos, participando das suas alegrias e esperanças, de tudo aquilo que os inquieta para que, sendo muito humanos, possamos elevar os nossos amigos ao plano sobrenatural da fé. “Rainha dos Apóstolos! Aceita a prontidão com que queremos servir sem reservas a causa do teu Filho, a causa do Evangelho e a causa da paz, fundados na justiça e no amor entre os homens e entre as nações”20.
(1) Nican Mopohua, Relato das aparições, 28-32; (2) ib., 181-183; (3) João Paulo II, Angelus, 13-XII-1987; (4) ib.; (5) cfr. idem, Oração à Virgem de Guadalupe, México, 27-I-1979; (6) ib.; (7) idem, Discurso, 6-XI-1981; (8) A. del Portillo, Carta pastoral, 25-XII-1985; (9) ib.; (10) Mc 16, 1; (11) Conc. Vat. II, Decr. Apostolicam actuositatem, 3; (12) Mt 28, 18; (13) Mt 22, 9; (14) São João Crisóstomo, em Catena Aurea, vol. III, pág. 63; (15) cfr. Conc. Vat. II, op. cit., 14; (16) ib., 6; (17) Santa Teresa de Lisieux, Novisima Verba; (18) cfr. Josemaría Escrivá, Forja, n. 716; (19) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 831; (20) João Paulo II, Homilia em Guadalupe, 27-I-1979.
Homilia
- por Denise Gomes
Nesta solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, somos convidados a contemplar Maria como modelo de fé, serviço e humildade. Assim como Maria foi ao encontro de Isabel para servir, também nós somos chamados a sair ao encontro dos outros, especialmente dos mais necessitados. A atitude de Maria nos ensina que a verdadeira grandeza está em colocar-se à disposição do próximo com alegria. Nossa Senhora de Guadalupe é um sinal do cuidado materno de Deus por todos os povos. Em São Juan Diego no México, Deus escolhe os humildes para manifestar Sua glória. Maria nos lembra que somos todos filhos amados por Deus e que Ele deseja caminhar conosco. Imitemos Maria em sua prontidão para servir e em sua confiança no plano divino. Reconheçamos as maravilhas que Deus realiza em nossa vida e sejamos instrumentos da Sua paz e amor no mundo. Deus abençoe você!
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