08 de fevereiro de 2023

quinta semana tempo comum - Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM.

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

 

Oração do dia

 

– Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 2,4b-9.15-17

 

– Leitura do livro do Gênesis: 4bNo dia em que o Senhor fez a terra e o céu, 5ainda não havia nenhum arbusto do campo sobre a terra, e ainda nenhuma erva do campo tinha brotado, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem existia homem para cultivar o solo. 6Mas uma fonte brotava da terra, e lhe regava toda a superfície. 7Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem tornou-se um ser vivente. 8Depois, o Senhor Deus plantou um jardim em Éden, a oriente, e ali pôs o homem que havia formado. 9E o Senhor Deus fez brotar da terra toda sorte de árvores de aspecto atraente e de fruto saboroso ao paladar, a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. 15O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim de Éden, para o cultivar e guardar. 16E o Senhor Deus deu ao homem uma ordem, dizendo: “Podes comer de todas as árvores do jardim, 17mas não comas da árvore do conhecimento do bem e do mal; porque, no dia em que fizeres, sem dúvida morrerás”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 104,1-2a.27-28.29bc-30 (R: 1a)

 

– Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

– Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto.

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

– Todos eles, ó Senhor, de vós esperam que a seu tempo vós lhes deis o alimento; vós lhes dais o que comer e eles recolhem, vós abris a vossa mão e eles se fartam.

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

– Se tirais o seu respiro, eles perecem e voltam para o pó de onde vieram; enviais o vosso espírito e renascem e da terra toda a face renovais.

R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vossa Palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,14-23

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e com­preendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 16Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. 17Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 18Jesus lhes disse: “Será que nem vós compreen­deis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa pode torná-la impura, 19porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para a fossa?” Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros. 20Ele disse: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

Santa Josefina Bakhita, modelo de superação, humildade e serviço

- por Pe. Alexandre

Um capítulo de trevas
No Sudão, em 1878, aquela menininha de 9 anos foi surpreendida por dois homens que lhe taparam o caminho e apontaram-lhe uma arma. Em seguida, levam-na consigo, como se rouba uma galinha de um galinheiro. Naquele dia, como se fosse num pesadelo, a menina africana se esqueceu de tudo, até mesmo o próprio nome, assim como o de seus pais, com quem morava.

Escravidão
Os então mercantes mulçumanos decidem rebatizá-la. “Bakhita”, eles a chamavam, “afortunada”. Uma ironia para aquela menina que agora se tornara mercadoria humana e passava de mão em mão nos mercados de escravos. Um dia, enquanto servia um general turco, foi lhe gravada com faca uma “tatuagem” no corpo, 114 cortes e as feridas cobertas de sal para permanecerem evidentes.

A luz
Bakhita sobreviveu a tudo, até que um raio de luz atingiu o inferno. Um oficial italiano, Callisto Legnami, a comprou dos traficantes. Nesse dia, Bakhita-Afortunada vestiu, pela primeira vez, um vestido, entrou numa casa, a porta foi fechada e 10 anos de brutalidades indescritíveis ficaram para trás. O oásis durou dois anos, quando o italiano, que a tratava com carinho, foi forçado a repatriar-se sob a pressão da revolução mahdista. Bakhita se recordará daquele momento: “Ousei pedir-lhe que me levasse à Itália com ele”. Callisto aceitou e, em 1884, Bakhita desembarcou na península onde, para a pequena ex-escrava, um destino inimaginável a esperava. Ali, ela se tornou amiga e também babá de Alice, a filha mais nova do casal, que estava nascendo.

Providência de Deus
Como, conforme Romanos 8,28, “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”, em 1888, o casal que a hospeda viaja. Durante 9 meses, Bakhita e Alice são confiadas às Irmãs Canossianas de Veneza. Ela conhece Jesus, aprende o catecismo e, em 9 de janeiro de 1890, Bakhita recebe o Batismo com o nome de Giuseppina Margherita Fortunata. Na mesma ocasião, também recebe o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão.

Santa Bakhita é padroeira dos escravos e intercessora dos sequestrados

Opção pela vida religiosa
Com 24 anos, em 1893, entra no noviciado das Canossianas. Três anos depois, profere os votos. Durante 45 anos, foi cozinheira, sacristã e, acima de tudo, uma porteira do convento de Schio, onde agia com bondade. Carinhosamente, ela chamava Deus como seu patrão, “o meu Patrão”, ela dizia. Foi conhecida por muitos pela alegria e pela paz que comunicava.

Irmã chocolate
Conta-se que, por Bakhita viver no país europeu e em meio à realidade de pessoas com cor de pele clara, as crianças da época a chamavam carinhosamente de “irmã de chocolate”.  Isso também porque ela distribuía doçura em sorrisos e atitudes.

Beijo as mãos aos negreiros

Páscoa
Para todo o convento de Schio é um dia de luto quando Giuseppina Bakhita morre aos 8 de fevereiro de 1947 por pneumonia. Foi realmente ‘afortunada’ a sua vida e o dirá ela mesma: “Se encontrasse aqueles negreiros que me sequestraram e mesmo aqueles que me torturaram, eu me colocaria de joelhos para beijar as suas mãos, porque se tudo isso não tivesse acontecido, eu não seria agora cristã e religiosa”.

Devoção 
São João Paulo II a canonizou em 1 de outubro de 2000. Bakhita tornou-se então uma santa da Família Canossiana (Congregação fundada por S. Madalena de Canossa). Os filhos e filhas da Caridade (Canossianos) nasceram na Itália. Depois de ir em missão para vários países, os Canossianos também se instalaram o Brasil em 1948. Hoje, são mais de 2 mil irmãs em vários países, inclusive no Sudão. No Brasil, são 45 irmãs.

Minha oração
“Santa Bakhita, seu nome assim foi escrito nas palmas das mãos de Deus no seu Batismo, por isso eu peço a sua ajuda em cada situação em que eu fui sequestrado de mim mesmo. Tapam-me os olhos da esperança e, por vezes, não vejo horizontes. Ajuda-me, com sua intercessão junto a Jesus, para que eu receba novas vestes da alma e que eu seja livre. Amém.”

Santa Bakhita, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

O que sai da pessoa… (Mc 7,14-23)

 

Prossegue a polêmica entre os fariseus e os discípulos de Jesus, acusados de não seguirem as tradições dos antigos, como a rígida preocupação com a pureza ritual, que insistia em classificar os alimentos como puros e impuros. Jesus corta a discussão pela raiz, afirmando que o que “sai” da pessoa é que a torna impura.

 

Em sua Carta, o apóstolo Tiago iria chamar nossa atenção para a absoluta incompatibilidade entre o bem e o mal que costumam sair de dentro de nós: “Porventura a fonte faz jorrar, pelo mesmo orifício, água doce e água amarga? Porventura a figueira, meus irmãos, é capaz de produzir azeitonas, ou a videira, figos? Assim também a fonte salina não pode produzir água doce”. (Tg 3,12)

 

E Jesus resume esta evidência em um princípio definitivo: “Pelos frutos os conhecereis!” (Mt 7,16) Segundo este critério, nossas palavras e nossas ações serão em definitivo a prova palpável dos sentimentos que alimentamos dentro de nós. Pode a mesma boca proclamar louvores a Deus e, em seguida, caluniar o próximo?

 

Barsanufo de Gaza, um antigo Padre do deserto, da Igreja Copta, escrevia a um discípulo: “Se a atividade interior não vem em ajuda, depois de Deus, ao homem, este se fatiga externamente em vão. A atividade interior vivida com a contrição do coração traz a pureza; a pureza traz a verdadeira quietude do coração; esta quietude traz a humildade, e a humildade faz do homem a habitação de Deus. Desta habitação são banidos os demônios perversos e seu chefe, o diabo, com suas paixões vergonhosas, e o home se torna um templo de Deus, santificado, iluminado, purificado, enriquecido de graça, cheio de todo bom odor, de ternura e de exultação. O homem se torna portador de Deus, e ainda mais: ele se torna deus, conforme esta palavra do Salmo: ‘Eu o disse: vós sois deuses, e sois todos filhos do Altíssimo’ (Sl 82,6)”.

 

No entanto, é mais comum do que parece esta espécie de neurose em que o cristão tenta conciliar uma aparência de religiosidade com uma treva interior onde domina a preguiça, a cupidez, a ambição material, a busca de luxo e conforto, tudo no polo oposto ao espírito de Evangelho que Jesus nos veio anunciar.

 

Sem dúvida, a confissão frequente e a direção espiritual seriam os remédios adequados para a nossa cura interior.

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