08 de Março de 2020

2a Semana da Quaresma Domingo

- por Padre Alexandre Fernandes

II DOMINGO DA QUARESMA

(Roxo, creio, prefácio próprio, II semana do saltério)

 

Antífona da entrada

 

– Meu coração disse: Senhor, buscai a vossa face. É vossa face, Senhor, que eu procuro, não desvie de mim o vosso rosto! (Sl 26,8).

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que nos mandastes ouvir vosso Filho amado, alimentai nosso espírito com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 12,1-4a

 

– Leitura do livro do Gênesis: 1Naqueles dias, o Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai, e vai para a terra que eu te vou mostrar. 2Farei de ti um grande povo e te abençoarei; engrandecerei o teu nome, de modo que ele se torne uma bênção. 3Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!”. 4aE Abrão partiu, como o Senhor lhe havia dito.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 33,4-5.18-19.20-22 (R: 22)

 

– Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!

– Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!

– Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!

– No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, venha a vossa salvação!
 

2ª Leitura: 2Tm 1,8b-10

 

– Leitura da segunda carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo: 8bsofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. 9Deus nos salvou e nos chamou com uma vocação santa, não devido às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio e da sua graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade. 10Esta graça foi revelada agora, pela manifestação de nosso Salvador, Jesus Cristo. Ele não só destruiu a morte, como também fez brilhar a vida e a imortalidade por meio do Evangelho.

 

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 17,1-9

 

Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.

Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.

 

– Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós (Lc 9,35).

 

Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!  

Naquele tempo, 1Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus.  4Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 5Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!” 6Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. 7Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos e não tenhais medo”. 8Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São João de Deus - Patrono dos hospitais

- por Padre Alexandre Fernandes

Neste dia, lembramos a vida de João Cidade que depois de viver longa aventura distante de Deus, aventurou-se ao Evangelho e hoje, é aclamado como São João de Deus, o patrono dos hospitais. João nasceu em Évora, Portugal, em 1495; com oito anos fugiu de casa e foi para a Espanha, onde fez obras e vivenciou inúmeras aventuras.

Começou João suas histórias, cuidando do rebanho, depois com os estudos tornou-se administrador, mas encantado pelo militarismo, tornou-se soldado e combateu na célebre batalha de Pávia, onde saiu vitorioso ao lado de Carlos V. Certa vez foi morar em Granada e lá abriu um pequeno negócio de livros, sendo que, ao mesmo tempo, passou a ouvir o grande santo pregador João de Ávila, que no Espírito Santo suscitou a conversão radical de João.

Do encontro com Cristo, começou sua maior aventura, que consistiu em construir com Cristo uma história de santidade. Renunciou a si mesmo, assumiu a cruz e se colocou radicalmente nos caminhos de Jesus, quando no distribuir os bens aos pobres, e acabou sendo lançado num hospital de loucos por parte dos conhecidos, já que João começava a ter inúmeras atitudes voluntariamente estranhas, que visavam não o manicômio, mas a penitência pela humilhação. Como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, acabou sendo providencial o tempo que João passou sofrendo naquele hospital, pois diante do tratamento desumano que davam para os pobres e doentes mentais, o Senhor suscitou no coração de João o carisma para lidar com os doentes na caridade e gratuidade.

Desta forma, São João, experimentando a vida na Providência, passou a acolher numa casa alugada, indigentes e doentes, depois entregou-se ao cuidado exclusivo num hospital fundado por ele em Granada (Espanha) e assistido por um grupo de companheiros que, mais tarde, constituíram a Ordem Hospitalar de São João de Deus, o qual entrou no céu em 1550.

São João de Deus, rogai por nós!

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

É bom estarmos aqui… (Mt 17,1-9)

 

            Em geral, quando se medita sobre a Transfiguração de Jesus, os pregadores e comentaristas se dedicam a “desmitificar” o Tabor. E falam, acima de tudo, de descer a montanha, arregaçar as mangas e pôr-se a trabalhar na construção do Reino. Seja lá o que for que eles imaginam como “reino”.

 

            Não que esta “descida” não seja importante. Claro que é. Mas a afobada pressa em descer na direção dos homens acaba nos distraindo da importância de estar com o Mestre no alto da montanha, mergulhar na sua luz, contemplar a sua glória, ainda que mesclada ao anúncio do Calvário.

 

            Ou será proibido erguer a tenda, simples barraca, e ficar um tempinho na companhia de Jesus? Será comodismo separar uns minutos por dia para rezar um Salmo, uma dezena do terço, a alegre ação de graças? Será “alienação” (como amam esse termo marxista!) alegrar-se em Deus? Rejubilar em sua presença? Reanimar o ser, desgastado pelos combates cotidianos?

 

            Claro que não! Afinal, foi o próprio Mestre que chamou a Pedro, Tiago e João para o alto do monte. E não um monte qualquer, mas uma “alta” montanha (cf. Mt 17,1). Era mesmo um “retiro espiritual”, um afastamento do mundo dos homens, a retomar contato com a Lei de Moisés e a profecia de Elias.

 

            Sim, logo chegaria a “hora” de Jesus. Logo veriam o escândalo da cruz (cf. Gl 5,11) e a aparente vitória do poder das trevas. Devia, pois, preparar os três amigos, mergulhando-os previamente na luz gloriosa que voltariam a ver mais tarde na face do Ressuscitado. De uma montanha à outra, do Tabor ao Calvário, era uma longa caminhada!

 

            Tenho visto muita gente esmagada pela cruz. Dispersa pelos inimigos da Igreja. Escandalizada com a própria cruz. E entendo bem por quê. São pessoas que não subiram o Tabor. Não contemplaram a face luminosa do Cristo transfigurado. Não se alimentaram com o Pão eucarístico. Não reservaram aqueles minutos de elevação na prece matinal. Não ouviram a voz do Pai, em sua Palavra, quando Ele dizia: “Este é meu Filho. Escutai-o!”

 

            Então, meus irmãos engajados – tão heroicos em sua dedicação -, peço-lhes que deixem de fazer ironias a respeito do Tabor. Ele é mais importante do que se pode imaginar. É ele que nos dá a senha para o Calvário. E se tantos militantes se cansaram, abandonando o campo de batalha, foi porque não subiram a primeira montanha.

 

            Subamos o Tabor. Façamos lá a nossa tenda, nem que seja por instantes, a contemplar a face de Cristo. Depois, sim, vamos descer à planície…

 

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